OSÉIAS
O PROFETA DO ÁMOR ETERNO
TEXTOÁUREO
=
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os
pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo 1.9).
VERDADE
PRATICA = Só desfrutarão dos reais benefícios do amor divino, os que
são sábios e prudentes e se conduzam nos retos caminhos de Deus.
TEXTO
BÍBLICO BÁSICO = Os 14.4-9
INTRODUÇÃO
Com o estudo deste domingo sobre o profeta Oséias, iniciamos
uma série de 12 lições sobre os profetas menores. A expressão “menores”, não
diminui a autoridade de sua inspiração, mas diz respeito aos seus escritos
comparados com os profetas maiores. Seu ministério profético ocorreu cerca de
784 anos a.C. (S.Cr.eS.L.)
O profeta Oséias,na sua mensagem, revela-nos um caráter
impressionante, ardente e patético; ao mesmo tempo, sensível às ternuras
impetuosas do amor. Destaca-se também pela descrição das relações entre Deus e
Israel sob a figura do amor conjugal, destacando-se o aspecto negativo do
matrimônio, nas infidelidades e nos rompimentos, mais do que no amor
propriamente dito. Ao profeta, Deus faz sentir suas amarguras semelhantes a de
um esposo traído, ameaçando realizar os duros castigos que o caso exige. Porém
tudo termina com a expectativa da reconciliação dos esposos e da restauração do
amor entre ambos.
1.
A TRÁGICA HISTÓRIA DO PROFETA
Todo ser humano tem a sua história. Umas alegres, outras
tristes. O profeta em foco tem na sua história uma tragédia que veremos no
decorrer do estudo.
1. A
vida pessoal de Oséias (1.1). Quem era Oséias? Seu nome
significa “Salvação” e era filho de Beeri, mas pouco sabemos a seu respeito e o
que conhecemos vem do livro que tem o seu nome (S. H.). Oséias foi contemporâneo de Amós, Isaías e Miquéias e
exerceu o seu ministério no Reino do Norte, de onde era natural, sob o reinado
de Jeroboão II. Em sua mensagem anunciou a Israel o seu exílio iminente (Os
3.4). Israel vivia num declínio espiritual, na prática da idolatria, e Oséias
ficou sabendo o que isto significava para Deus, que continuava a amar o povo e
a desejar a sua conversão.
2.Tragédia
pessoal (1.2). O Senhor ordenou a Oséias que contraísse
matrimônio com uma mulher sensual, fornecendo assim uma analogia para se
dirigir a Israel. O profeta obedeceu ao Senhor. Tomou a Gomer como esposa (1.3)
e amou-a profundamente, dando- lhe um lar, um nome e uma reputação honrada.
Tirou-a de uma vida depravada, dando-lhe um novo sentido a mesma.
Lamentavelmente o profeta sofre uma grande decepção em troca
do amor. Sua amada lhe foi infiel fazendo-o sofrer. Essa triste experiência de
Oséias tem um profundo significado espiritual, relacionado com Deus e o seu
povo. (D. F.) Deus utiliza-se do casamento do profeta, para tornar conhecido o
seu amor e a sua fidelidade para com Israel. Diz o profeta Isaías: “Como o
noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus” (Is 62.5b).
Semelhante ao vitupério sofrido pelo profeta Oséias com a
infidelidade de sua esposa, Deus sofre a infidelidade da parte de Israel, a
quem demonstrou um grande amor. Tal como Gomer havia traído o marido, Israel
havia abandonando o Senhor que lhe tinha sido fiel (Is 54.5).
Esqueceu as
bênçãos recebidas, e desviou- se seguindo a outros deuses, o que resultou numa
acentuada apostasia ao culto a Jeová (Èx 34.15,16; Dt 32.16,21). Mesmo não
tendo o seu amor correspondido, Deus continuou amando .0 povo escolhido (Jr
31.3; Os 11.4).
3. As
relações de Oséias com Gomer (1.3). Quando o casamento tem como
base o amor, inexiste a infidelidade entre o esposo e a esposa (Ef 5.22-3 1).
No entanto, existindo a satisfação de interesses egoísticos de um dos cônjuges,
o casamento perde completamente o elevado sentido e o mútuo respeito deixa de
existir. O profeta casou-se por amor e tinha um sublime ideal que, para ser
concretizado, dependia da fidelidade da sua amada. Para completar a felicidade
do profeta, surgiram os frutos da união, os filhos, em número de três.
Deus, então, utiliza-se do profeta, sua mulher e filhos,
como símbolos, para revelar a trágica situação do seu povo, Israel, cujo
comportamento era semelhante ao de Gomer. Israel portava- se como uma rameira,
sendo infiel ao seu Deus, tão amoroso.
Nasce o primeiro filho do profeta com Gomer, um menino, que
por ordem divina recebe o nome de Jezreel que significa Deus semeia. Logo nasce
uma menina, que recebe o nome de Lo-Ruama, cujo significado é não compadecido,
ou desfavorecida. Nasce o terceiro filho, um menino, recebendo o nome de LoAmi,
que significa não é meu povo. (Os 1.3-9).
Como as aparências enganam! O lar do profeta, homem de Deus,
apresentava- separa aquela sociedade como perfeito, e vivendo em felicidade. (1
Sm 16.7; Jr 17.9; Jo 7.24). Quantos hoje estão vivendo de aparência mas a
realidade é completamente diferente.
II.
APLICAÇÃO DA HISTÓRIA À VIDA DO POVO
Como é difícil entendermos os caminhos de Deus (Is 55.8). Um
profeta ser submetido a tamanha humilhação? Deus não poderia ter evitado tal
vexame? Entretanto Deus usou desse incidente tão degradante para que seus
propósitos se tornassem conhecidos (Rm 11.33).
Com o auxílio do Espírito Santo acompanhemos o desenrolar
dessa história quando a mesma é aplicada ao povo de Israel, e que sirva de
aviso para nós que estamos vivendo os últimos dias do povo de Deus aqui na
terra e contemplando a história a repetir-se mais uma vez.
1. A
infidelidade de Israel e a sua causa (Os 4.1-6). Depois
de desfrutar da bondade e proteção de Jeová, Israel o abandonou e uniu-se a
Baal.
Os líderes religiosos entraram em crise, e de Deus não mais
se lembravam. Por isso o profeta diz: “Ouvi a Palavra do Senhor vós, filhos de
lsrael; porque o Senhor tem uma contenda com, os habitantes da terra, porque
não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra” (Os 4.1).
Quando a vida espiritual é colocada num plano secundário, a terra se corrompe e
atinge de maneira trágica a moral do homem. Não se pode preservar os princípios
sadios da Ética e da Moral, quando se abandona a fé e o temor a Deus.
Que lição para os nossos dias. A causa do declínio
espiritual em muitas vidas é o resultado da infidelidade e desobediência a um
Deus que tanto nos amou (Si 101.7). O quadro nos dias do profeta era sombrio e
não o é diferente hoje; o coração do homem tem sido o mesmo em todos os tempos.
Não esqueçamos, que Deus chamará a juízo os infiéis e desobedientes (Gl 6.7,8).
2. A
infidelidade de Israel e sua punição. O pecado tem as suas
conseqüências (Rm 6.23; Jr2.19). Deus nunca deixa o homem desavisado, e está
avisando aos seus filhos através desta lição. Estamos rodeados de perigo (1 Pe
5.8), entretanto, o Deus que nos avisa aponta o caminho certo, Ele é
misericordioso. Deus não tem prazer na condenação do homem (Ez 18.23; 33.11).
O escritor aos hebreus nos orienta quanto a nossa obrigação
que é de olhar para Deus (Hb 12.2). Israel fracassou e foi punido porque deixou
de olhar e confiar em Jeová. Por isso, através dos profetas, o Senhor avisa que
seu povo seria castigado e abatido (Is 11.4; Jr 23.20,29; Jó37.3,15)
3. O
amor de Jeová (Os 11.1-12). Apesar de transgredirem as leis divina,
Israel continuava sendo alvo do amor de Jeová. (5. T.) Desde o princípio da
existência de Israel como povo, Deus externava este amor, haja vista a
declaração inspirada do profeta: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do
Egito, chamei a meu filho” (v.1, cf. Êx 4.22).
Também demonstra que Israel foi chamado meu filho por Deus,
desde o tempo de sua permanência no Egito (Is 43.1). Esse acontecimento
histórico, que nos revela os cuidados especiais que Deus tem com o seu povo,
assemelha-se ao amor que a mãe tem por seu filhinho (Dt 32. 10-14).
Assim como Deus cuidou e preservou Israel no Egito a
despeito das grandes perseguições movidas contra o seu povo, e através da sua
forte mão, libertou-o do juízo e da opressão, séculos mais tarde, Deus tornaria
a chamar o seu Filho Unigênito da mesma terra, para onde o enviara a fim de
livrá-lo da ira do rei Herodes (Mt 2.15).
No ardente desejo de demonstrar o seu amor, Deus usa a
figura “cordas humanas”, paralelas com “cordas de amor” (v.4). Também à
semelhança de um lavrador, que as vezes desata as cordas que estão no pescoço do
animal que lavra à terra, e coloca à sua frente o alimento para comer,
aliviando-o da sua pesada tarefa, Deus livrou a Israel do jugo egípcio e
alimentou-o durante a caminhada no deserto (v.4b; Ex 16.15; Dt 8.3; Ne 9.21).
Um amor tão grande, para com um povo indiferente.
III.
ARREPENDIMENTO E RENOVAÇÃO.
1.
Apelo final ao arrependimento. (14.1-3). Persistindo em continuar no
pecado, Israel colherá uma série de castigos anunciada no capítulo 13. A partir
do capítulo 14.4,0 profeta antevê uma nova época de saneamento moral e de
conseqüente felicidade para o povo, desde que atendessem ao apelo de Jeová:
“Converte-te, ó Israel, ao Senhor teu Deus; porque pelos
teus pecados tens caído” (Os 14.1). Israel fora infiel, e os sacrifícios e
ofertas de manjares nenhum significado tem para o Senhor. Jeová exige a
conversão do povo. Os lábios deveriam ser santos e utilizados para louvar ao
Senhor. Quantos, hoje, estão utilizando os seus lábios de maneira vã e impura
(Hb 13.15).
Prezado leitor, como estão os teus lábios? Deus é o mesmo e
deseja receber os teus louvores, saídos de lábios puros e santos. Examinando o
v.3, encontramos, ali, três pecados habituais de Israel repudiados por Jeová:
a. A confiança na Assíria; b. a confiança no poder bélico do
Egito, sugerida na expressão: “Não iremos montados em cavalos” (cf Dt 17.16);
c. Idolatria. Por todos esses e outros pecados, Israel é comparado à condição
de órfão, separado de Deus seu verdadeiro Pai, que não o desamparou (Si 10.14;
68.5).
2.
Promessa de bênçãos (v.4-8). Quando o povo de Deus se humilha
e arrepende, pode confiantemente clamar ao Senhor e apoderar-se das suas ricas
bênçãos (2 Cr7.14; S151.17). Sobre ele, então, não pesa mais a ira de Deus, e
sim o amor inefável, imerecido e abundante de Deus (Ez 16.60-63).
Como Israel espiritual que somos, o caminho a seguir é o
mesmo da santificação e do arrependimento, o de voltar-se para Deus (Jo 15.16;
Rm 3.24; 5.8; 1 Jo 4.10). Estás desfrutando prezado leitor das bênçãos que
acompanham a salvação? Deus, através do profeta, diz ao povo: “Eu serei, para
Israel como orvalho,...” (v.5).
O oriente médio é beneficiado pela abundância do orvalho,
que pelas manhãs embeleza-as campinas, ameniza o calor e dá vida à vegetação,
deixando a todos com alegria (Os 6.3,4; 51 72.6; Mq 5.7; 36 29.19;Pv -19.12).
É bom recordar que as bênçãos de Deus nos faz produtivos,
semelhantes ao lírio, cuja produção é superior à das demais plantas. Que ricas
promessa o Senhor faz a Israel (vv.4-8).
3.
Epílogo (v.9). Na P4avra de;Deus há abundantes ensinos da verdade
salvadora, para guiar os que humildemente buscam a salvação. Daí, com tranqüilidade,
estes andam nos caminhos do Senhor sem medo, mas quanto aos rebeldes, os
desobedientes cairão, pois terão tropeços em seus caminhos (Pv 10.29; Mq 2.7).
(S. D.) Queira Deus abençoar a todo o seu povo, e que o Espírito Santo continue
a nos ajudar até chegarmos a Canaã Celestial. Amém.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Lições bíblicas CPAD 1993