A BÍBLIA NOS INSPIRA À ORAÇÃO
TEXTO ÁUREO = “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17).
VERDADE PRÁTICA = A Bíblia mostra que não há obstáculos intransponíveis diante do crente que ora, pois a oração do justo muito pode em seus efeitos.
TEXTO BÍBLICO BÁSICO = Lc 11.1-4; Ef 6.17,18; Mc 13.33
INTRODUÇÃO
A Bíblia é o manual do crente na comunhão com Deus.
1. A NATUREZA DA ORAÇÃO
1. Orar é restabelecer a comunhão perdida com Deus. Sabemos que Adão e Eva perderam a maravilhosa e contínua comunhão com o Criador por causa do pecado. Falar cem Deus era acontecimento normal naquele jardim de delícias, O homem, criado à imagem e semelhança de Deus, era dotado de inteligência que o habilitava a ter comunhão cem o Criador. Mas o pecado o separou de Deus; e como poderão dois andar juntos se não estiverem de acordo? (Amós 3.3). Mas Deus tinha um plano de redenção pelo qual o homem poderia recuperar a comunhão com Ele, isto é, através de Jesus Cristo (Ef 3.11).
2. Orar é falar com Deus. Segundo o catecismo maior de Westminster: “A oração é a oferta de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo, com a ajuda do seu Espírito”. Ora, essa oferta dos nossos desejos a Deus nada mais é que entrar na sua presença e conversar com Ele. Orar é mais do que pronunciar simples palavras. É o ato de falar com Deus sobre nossas necessidades.
3. A oração é o canal de comunicação com Deus (Mt 7.7,8). John Bunyian escreveu que orar é derramar de modo sincero, consciente e afetuoso o coração ou a alma perante Deus, por meio de Cristo, no poder e ajuda do Espírito Santo. Para falar com Deus é preciso ter uma atitude sincera pois é impossível orar a Deus com o coração manchado pelo pecado, ou querendo esconder-se da Sua presença (SI 66.17,18; Jr29.1 3). A falta de sinceridade fez com que Deus rejeitasse as orações que estão no livro de Oséias 7.14, quando Deus lhes censura dizendo: “E não clamaram a mim com seu coração”. Diz ainda o texto de Oséias: “Mas davam uivos nas suas camas”. Não falavam ou conversavam, mas uivavam com coração mentiroso. Deus não aceita simulação nas orações, nem exibição hipócrita do tipo de oração farisaica (Mt 23.14).
4. Orar é abrir o coração para Deus (Ap 3.20). Esse texto é o que melhor projeta a importância da oração. É a chave que abre a comunicação entre Jesus e o crente. Descobrimos que não é a nossa oração que motiva Jesus a nos responder. E Jesus quem nos move a orar.
Ele bate propiciando a oportunidade para entrar em nosso coração. Em princípio, é Jesus quem bate à porta do nosso coração (Is 65.24). Ele bate à porta de nosso coração procurando o contato, a comunhão. Ele está pronto a nos responder antes que peçamos. É bom entender, também, que não é a nossa oração que compele Jesus avir até nós. Mas Ele vem até nós porque quer vir, porque quer entrar e deseja cear conosco. Orar é deixar Jesus ter acesso às nossas necessidades. Significa deixar Jesus glorificar seu próprio nome no recesso das necessidades que nos cercam e exercer seu poder em nossa vida.
II. A NATUREZA DA ORAÇÃO
A vida cristã não é um “jardim de delícias”, mas, sim, um campo de guerra, no qual o crente deve estar constantemente. A oração é um dos ingredientes de fortalecimento espiritual da vida cristã, pois a nossa guerra não é contra a carne e o sangue, mas sim contra os poderes espirituais da maldade sob o comando do Diabo (Ef 6.lO-l3). A oração é a força maior contra Satanás, e ele tudo fará para impedir que oremos. A razão de muitos fracassos espirituais hoje em dia é a falta de oração. Precisamos orar e aprender o caminho da oração eficaz. De que modo?
1. Cultivando a reverência à Palavra de Deus. (SI 119.6,15). Por quê? Porque a Bíblia tem tudo o que Deus quer de nós. Ela é a sua Palavra e deve ser respeitada, reverenciada. Por isso é importante criar-se o hábito de orar e meditar na Palavra de Deus ao mesmo tempo. Em sua oração intercessória. Jesus orou ao Pai dizendo: “Porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste e eles a receberam e verdadeiramente conheceram que saí de Ti, e creram que Tu me enviaste” (Jo 17.8).
2. Cultivando o hábito de orar diariamente (SI 86.3; 1 Ts 5.17). A Bíblia está cheia de exemplos de homens e mulheres que oravam continuamente. Daniel orava três vezes ao dia (Dn 6.10- 13); Ana derramava a sua alma perante o Senhor (1 Sm 1.15). Devemos orar quando estamos sozinhos (Mt 14.23); quando estamos com outros (Lc 9.28); orar durante à noite (Lc 6.12); orar pela manhã (Mc 1.35); orar durante as refeições (Mt 26.30); orar sempre (Cl 1.9; Ef 6.18). O crente deve habituar-se a reservar um tempo do seu dia para orar, assumindo um firme compromisso com a tarefa de buscar ao Senhor, com o coração firmado neste propósito (SI 57.7).
3. Conscientizando-nos da Importância da oração. Tiago 5.16 declara que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Precisamos crer na eficácia da oração. Precisamos entrar com confiança no Trono da glória, sabendo com certeza que seremos ajudados em tempo oportuno (Hb 4.16). As promessas bíblicas existem porque funcionam. Elas funcionam não por truques de mágica, ou por sorte, mas porque o Deus das promessas funciona, é real, é verdadeiro. A oração tem grande valor e se faz necessária na vida cristã, tanto para o crente em particular, como para a Igreja como um todo.
4. Cultivando a dependência do Espírito Santo. Paulo ensina que o Espírito Santo nos ajuda na oração quando não sabemos orar como convém (Rm 8.26). Aos Efésios o mesmo autor exorta a igreja a que ore em todo o tempo com toda a oração e súplica (Ef 6.18). É o tipo da oração que fazemos, mas que é gerada pelo Espírito. Ele é o produtor desse tipo de oração manifesta em louvor, adoração, súplica e intercessão. Depender do Espírito significa crer e aceitar que as nossas petições serão ouvidas, com a garantia de que Ele intercede por nós.
III. A BÍBLIA MENCIONA ALGUNS OBSTÁCULOS À ORAÇÃO
Existem vários obstáculos que se levantam diante do crente no exercício da oração. São barreiras morais, físicas e espirituais. Ora, para mantermos aberto o caminho e livre o acesso a Deus, através da oração, devemos confessar nossos pecados e nos purificar de toda a imundície (1 Jo 1.9). Que pecados podem impedir que Deus nos ouça?
1. Iniqüidade no coração (Is 5912). Iniqüidade é tudo aquilo que não corresponde à eqüidade, ou seja, tudo aquilo que é injusto e não respeita o direito dos outros. É tudo aquilo que procede de um coração vaidoso, presunçoso e egoísta. Não haverá resposta à oração malévola de alguém, para satisfação dos seus interesses pessoais. Pois é impossível estar na presença do Deus Santo com a vida atolada em pecados. Mas é possível a Deus ouvir uma oração de arrependimento e confissão (Pv 28.13; SI 32.5).
2. Mágoa e rancor no coração. Um dos pecados que entristecem ao Espírito Santo é a mágoa, que significa desgosto, amargura, pesar, tristeza. São aqueles sentimentos negativos causados por alguma contrariedade ou ofensa recebida de outrem (Ef 4.30,3 1). As pessoas dominadas por esses sentimentos carnais precisam de cirurgia divina para extirpar esse mal. Quantos crentes vivem no seio da Igreja com mágoas profundas, que tiveram início, às vezes, por uma simples contrariedade. Mas como uma “semente daninha”; germinou e cresceu, criou “raiz de amargura” e só por um trabalho duplo, de Deus e da pessoa, será possível extirpar a mágoa, o rancor.
3. Sentimento de Indignidade. Há duas maneiras de entender esse obstáculo, um positivo e outro negativo. O positivo pode ser ilustrado com a oração daquele publicano que dizia, e batia no peito: “Ó Deus tem misericórdia de mim” (Lc 18.13). Porém, o lado negativo do sentimento de indignidade nada tem a ver com humildade ou arrependimento, mas, sim, com uma atitude incrédula. São aquelas pessoas que se acham tão inúteis que orar passa a ser desnecessário. A idéia é a de que Deus não vai se importar com alas. Temos que cultivar resistência a esse sentimento e lembrar que são as misericórdias de Deus a causa de não sermos consumidos (Lm 3:22-23). Esse é um obstáculo que Satanás procura infiltrar em nossa mente para nos diminuir, complexar e destruir nossa “consciência de valor’‘.
4. Egoísmo. Há tantas orações mesquinhas e egoístas, as quais não encontram eco diante de Deus. São orações que visam apenas a satisfação dos seus próprios interesses. Orações, às vezes, mentirosas, porque tentam usufruir das bênçãos de Deus, com elogios e louvores baratos ao Senhor. Ninguém pode esconder nada diante de Deus, porque Ele conhece a todos (Sl 138.6).
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Lições bíblicas CPAD 1991
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