terça-feira, 3 de julho de 2012

Saúde e Enfermidade


Saúde e Enfermidade

Saúde

Definimos primeiramente a saúde como o ?estado daquele cujas funções não são perturbadas por doença alguma?. Há inúmeras passagens bíblicas a respeito deste assunto, contudo vamos nos limitar as que somente sugerem a palavra deste estudo em pauta. As passagens são as seguintes:

a) Ex.15.26.: ? E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR, que te sara.?

A palavra em destaque neste versículo ?sara? vem do hebraico ?raphá? que significa ?curar, sarar, reparar, consertar, restaurar a saúde?. A sua forma participial ?rophé?, ?alguém que cura?, é a palavra hebraica para médico. A principal idéia do verbo raphá é a cura física. Alguns tentam excluir o ensino bíblico da cura divina, porém todos podem perceber que este versículo fala das doenças físicas e a sua cura divina. A primeira menção de raphá na Bíblia (Gn.20.17) refere-se, de forma inquestionável, à cura de uma determinada condição física, assim como o fazem as referências à cura da lepra e úlceras (Lv.13.18; 14.3). A Bíblia afirma: ?Eu sou o SENHOR, o seu médico?.

Este versículo é amplamente conhecido como o Concerto da Cura Divina no AT. É chamado de ?concerto?, porque neste concerto Deus promete que manterá o seu povo livre de doenças, sendo a promessa condicionada à obediência diligente da parte do povo.

Os termos aqui utilizados para ?doenças? (heb. ?makhaleh?) e cura (heb. ?raphá?) são regularmente usados para doença física e cura corporal. Isto não é apenas um conceito espiritual, mas é também intensamente físico. O concerto é confirmado com toda certeza pelo fato de Deus vincular o seu nome poderoso à promessa, denominando-se a si mesmo de Jeová-Raphá, que significa ?o SENHOR Cura?. Jeová-Raphá é um dos nomes compostos pelos quais Deus revelou os seus atributos a Israel. Aqui o seu próprio nome declara que ser o Médico daqueles que obedecem à sua palavra ? recuperar e manter a saúde ? faz parte da sua natureza. Outra expressão traduzida de ?o SENHOR, que te sara? é Yahweh-Ropheka.

Apesar do pecado e desobediência não serem sempre as causas diretas da enfermidade, a queda do ser humano é a causa original e subjacente de toda a crença. Aqueles que buscam cura serão beneficiados quando olharem para Cristo Jesus, aquele que tomou sobre si as nossas enfermidades, e buscarem uma consagração renovada. (Tg.5.14-16; 1Co.11.29-32.).

b) Dt.7.15.: ?E o SENHOR de ti desviará toda enfermidade; sobre ti não porá nenhuma das más doenças dos egípcios, que bem sabes; antes, as porá sobre todos os que te aborrecem.?

Deus vinculou a remoção das enfermidades entre o seu povo, à sincera devoção desse povo a Ele. Ao mesmo tempo, esse povo devia manter-se separado da impiedade ao seu redor.
No entanto, não devemos partir do pressuposto de que a doença de determinado indivíduo é uma evidência certeira de que ele conformou-se ao curso iníquo deste mundo. Esse trecho, de fato, sugere que o mundanismo do povo de Deus, como um todo, fará com que Ele retire desse mesmo povo parte da sua bênção e poder. Neste caso, até os justos entre o povo crente em geral, serão afetados (1Co.12.26).

c) 3Jo 2.: ?Amado, desejo que te vá bem em todas coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.?

Em geral, é a vontade de Deus que o crente tenha saúde e que tenha uma vida abençoada. Ele quer que tudo vá bem conosco, isto é, que nosso trabalho, planos, propósitos, ministério, família, etc, estejam de acordo com a sua vontade e direção. Portanto, as bênçãos de Deus, mediante a redenção em Cristo, visam a suprir as nossas necessidades físicas e espirituais.

Doenças e Enfermidades

Definimos doença por ?alteração da saúde em conseqüência da incapacidade do corpo em neutralizar suas defesas orgânicas?. Já as enfermidades definimos por ?debilidades ou qualquer outra causa que produza fraqueza?.

Sua origem:

As enfermidades podem ocorrer a partir de três pontos:

a) A enfermidade advém do pecado:


Todos nós conhecemos a origem do pecado na natureza humana. Sabemos que se originou no Éden, onde não havia o mal, no entanto, uma proposta da serpente fez com que todos nós o conhecêssemos o mal bem de perto (Gn.3.5), dando aí início a uma série de doenças que surgiram oriundas do pecado. (entenda-se nesse ponto a origem do pecado original)
O salmista (Davi) ressalta duas conseqüências por cometer pecado grave, conhecendo o Senhor e sendo alvo da sua misericórdia (Sl.38.3):

1. A ira e o castigo divinos em relação ao pecado: O ensino que Deus sempre perdoa o pecado e se esquece dele, sem nunca castigar o crente arrependido, não é bíblico. O crente que peca e se concerta com Deus pode levar algum tempo para desfrutar novamente da benevolência de Deus. Mesmo já perdoado, pode haver conseqüências temporais para o crente durante meses ou anos. (2Sm.12.9-13)
2.Dor física e angústia mental: O pecado resulta em pesado ônus ao transgressor. Deus pode permitir uma grave enfermidade ou mesmo a morte, devido a iniqüidade cometida (Sl.38.3-10; At.12.21-23; 1Co.11.29,30).

b) A enfermidade faz parte da natureza humana:

O pecado faz parte da natureza humana (nós já nascemos com ele, Sl.51.5), com isso surgiram as enfermidades que de origem biológicas, comuns a toda a humanidade. Muitos judeus, como os amigos de Jó, acreditavam que cada má sorte temporal era punição de Deus por algum pecado específico.
Com uma doença congênita, a explicação poderia ser que o pecado tivesse sido cometido no útero, ou pelos pais, cujo ato pecaminoso vitimasse seu filho. Jesus descarta essas idéias com uma explicação própria: alguns dos nossos sofrimentos, como os de Jó, são para a glória de Deus, pois ou resultam em nosso próprio aperfeiçoamento ou em cura espetacular, como no caso da cura de um cego de nascença em Mt.9.1-12. O propósito de Deus nem sempre nos é presentemente conhecido, mas temos a certeza de que seu propósito é bom (Rm.8.28).

c) Enfermidades psicossomáticas:

Durante nossa vida enfrentamos problemas e angústias de diversas naturezas originando assim as enfermidades chamadas ?psicossomáticas?, que são doenças originadas a partir de problemas emocionais.
?Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito; queixar-me-ei na amargura da minha alma.? (Jó.7.11)

Jó repetidamente fala da angústia e da amargura do seu espírito e alma (Jó.10.1; 27.2). Foi um homem que muito sofreu em todos os aspectos da vida.

1. Fisicamente, perdera suas riquezas, filhos e saúde (Jó.1.13-19; 2.7,8).
2. Socialmente, ficou privado dos seus amigos e familiares (Jó.2.7,8; 19.13-19). Sofreu zombaria do público (Jó.16.10; 30.1-10), e foi abandonado por seus amigos mais chegados (Jó.6.14-23).
3. Espiritualmente, sentia-se abandonado por Deus, crendo que o Senhor se voltara contra ele (Jo.7.17-19; 6.4).
4. Afligido em todos os sentidos, Jó experimentou uma imensa gama de emoções: ansiedade (Jó.7.4,13,14), incerteza (Jó.9.20), rejeição e traição (Jó.10.3; 12.4), medo (Jó.6.4; 9.28), solidão (Jó.19..13-19) e desespero, emoções que o levaram a desejar a morte (Jó.3).

A Provisão Redentora de Deus: A Cura Divina

E, chagada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou a todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.? (Mt.8.16,17)

O problema das enfermidades e das doenças está fortemente vinculado ao problema do pecado e da morte, isto é, às conseqüências da queda. Enquanto a ciência médica considera as causas das enfermidades e das doenças em termos psicológicos ou psicossomáticos, a Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o problema subjacente ou fundamental desses males. Essas causas são de dois tipos:

a.O pecado: que afetou a constituição física e espiritual do homem (Jo.5.5,14).
b. Satanás: (At.10.38; Mc.9.17; 20.25; Lc.13.11; At.19.11,12).

A provisão de Deus através da redenção é tão abrangente quanto as conseqüências da queda. Para o pecado, Deus provê o perdão; para a morte, Deus provê a vida eterna, e a vida ressurreta; e para a enfermidade, Deus provê a cura (Sl.103.1-5; Lc.4.18; 5.17-26; Tg.5.14,15).
Daí, durante a sua vida terrestre, Jesus ter tido um tríplice ministério: ensinar a palavra de Deus, pregar o arrependimento (o problema do pecado) e as bênçãos do reino de Deus (a vida) e curar todo tipo de moléstia, doença e enfermidade entre o povo (Mt.4.23,24).

Impedimentos à cura:

Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como:

1. Pecado não confessado (Tg.5.16);
2. Opressão ou domínio demoníaco (Lc.13.11-13);
3. Medo ou ansiedade aguda (Pv.3.5-8; Fp.4.6,7);
4. Insucessos no passado que debilitam a fé hoje (Mc.5.26; Jo.5.5-7);
5. O povo (Mc.10.48);
6. Ensino antibíblico (Mc.3.1-5; 7.13);
7. Negligência dos presbíteros no que concerne à oração da fé (Mc.11.22-24; Tg.5.14-16);
8. Descuido da igreja em buscar e receber os dons de operação de milagres e de curas, segundo a provisão divina (At.4.29,30; 6.8; 8.5,6; 1Co.12.9,10,29-31; Hb.2.3,4);
9. Incredulidade (Mc.6.3-6; 9.19,23,24);
10. Irreverência com as coisas santas do Senhor (1Co.11.29,30).

Casos há em que não está esclarecida a razão da persistência da doença física em crentes dedicados (Gl.4.13,14; 1Tm.5.23; 2Tm.4.20). Noutros casos, Deus resolve levar seus amados irmãos santos ao céu, durante uma enfermidade (2Rs.13.14,20).

O que devemos fazer quando em busca da cura divina:

O que deve fazer o crente quando ora pela cura divina para si?

1. Ter a certeza de que está em plena comunhão com Deus e com o próximo (Mt.6.33; 1Co.11.27-30);
2. Buscar a presença de Jesus em sua vida, pois é Ele quem comunica ao coração do crente a necessária fé para a cura (Rm.12.3; 1Co.12.9);
3. Encher sua mente e coração da Palavra de Deus (Jo.15.7; Rm.10.17);
4. Se a cura não ocorre, continuar e permanecer nEle (Jo.15.1-7), examinando ao mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças Deus quer efetuar na sua pessoa;
5. Pedir as orações dos presbíteros da igreja, bem como dos familiares e amigos (Tg.5.14-16);
6. Assistir a cultos em que há alguém com um autêntico e aprovado ministério de cura divina (At.5.15,16; 8.5-7);
7. Ficar na expectativa de um milagre, isto é, confiar no poder de Cristo (Mt.7.8; 19.26);
8. Regozijar-se caso a cura ocorra na hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre, se ela não ocorrer de imediato (Fp.4.4,11-13).
9. Saber que a demora de Deus em atender as orações não é uma recusa dEle às nossas petições. Às vezes, Deus tem em mente um propósito maior, que ao cumprir-se resulta em sua maior glória (Jo.9.13; 11.4,14,15,45) e em bem para nós (Rm.8.28).
10. Reconhecer que, tratando-se de um crente dedicado, Deus nunca o abandonará, nem o esquecerá. Ele nos ama tanto que nos tem gravado na palma das suas mãos (Is.49.15,16).

Nota: A Bíblia reconhece o uso apropriado dos recursos médicos (Mt.9.12; Lc.10.34; Cl.4.14).


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