PERIGOS EM NOSSO MINISTÈRIO
“Cumpre
bem o teu ministério!” (2 Tm 4: 5) é
a recomendação do apóstolo Paulo. O nosso ministério constantemente é ameaçado
por sérios problemas, que só se solucionam pela unção do Espírito Santo e pelo
zelo das nossas autoridades eclesiásticas. Deus faz a sua parte e espera que os
seus ministros façam a deles! São muitas as conseqüências e os perigos que
podem levar o pastor a perder a força, a unção. e até o próprio ministério.
Muito
se tem escrito a respeito do ministério cristão. Ética, fórmulas, e teologia
pastoral são indicados para o seu aprimoramento. Creio que tudo são
providências para o ministério (um dom de Deus), seja conservado irrepreensível
e alcance o seu alvo.
O
aperfeiçoamento dos santos, Ef 4.12.
Deus tem dado á sua Igreja — particularmente aqui no Brasil, homens
amadurecidos, que nos têm legado experiências de base que servem de modelo para
o nosso ministério: “Só poderemos fazer com que outros conheçam a Deus na
medida que nós próprios o conhecermos”. Diz a “velha escola”: “A quem Deus
chama, Ele capacita”. Disto não temos dúvida. Entretanto, o homem que foi
chamado por Deus para o ministério, precisa, não somente conservar-se, mas
saber até onde a sua capacidade o permita.
Perigos que ameaçam o nosso ministério
1 — Deixar de ler a Palavra de Deus para
melhor conhecê-lo, Fp 3.10. “Nenhum preparo intelectual
substitui a meditação na Palavra de Deus” (Pr. Estêvam A. Souza). Não obstante,
uma boa orientação e formação teológica, uma consulta a um colega e companheiro,
e a leitura de bons livros sobre o assunto, tudo nos ajuda a desenvolver e
cumprir o ministério que Deus nos confiou.
Isto
posto, corre perigo o ministro de Deus que não medita na Palavra, ou o que
despreza os recursos humanos preparados por servos de Deus para a
desenvolvimento ministerial. Devemos ensinar as coisas concernentes a Deus tal
qual Ele é, na medida da nossa capacidade e experiência, Êx 33.13. Saul por rejeitar a Palavra de Deus, perdeu a unção, 1 Sm 15.9. Estamos vivendo na época da
chamada Teologia da Libertação, se não houver de nossa parte um grito de
alerta, muitos Obreiros novos serão envolvidos por ela.
2 — Deixar de servir dentro da
responsabilidade de servo. Como posso
exigir dos outros, se eu mesmo não estou servindo bem, especialmente daqueles
que me servem prometer e não cumprir, marcar e não comparecer, ensinar e não
dar provas daquilo que ensina. Tudo isso enfraquece o nosso ministério.
“Uma
das características principais do verdadeiro pastor, sempre tem sido, atender às
necessidades individuais e ajudar o povo, quando este tem problemas.” O pastor
deve trabalhar com o seu rebanho e não somente para o rebanho. “Não deve
indicar somente o caminho, mas caminhar junto com as ovelhas. Creio que a maior
satisfação para um ministro de Deus é saber que a sua terapêutica ajudou outros
a não serem derrotados, “É melhor pôr dez homens para trabalhar, do que
trabalhar por dez homens”.
3 - Abusar da misericórdia de Deus por
confiar que é um ministro do Senhor, tem trazido fracasso a muitos obreiros.
“Muitos
ministros, por terem sido submergidos pela intensidade de uma luta entre mente
e alma, têm abandonada tarefa”. Outros chegam a tentar “dez - zes”, Nm 14.22; peca uma vez, nada lhe
acontece; peca a segunda vez e a terceira... sem pretender passar de dez.
Resultado: “Não verão a terra”, porque abusaram da misericórdia de Deus. Outros
perderam o “cajado” e estão com o “candeeiro removido”, Ap 2.5. “O temor de uma derrota torna-se uma arma de defesa e ajuda
o ministro a vencer as tentações.”
4 — Hipocrisia — outra arma perigosa contra o ministério cristão.
Jesus chamou de “fermento de fariseus”. Esse mal tem várias capas, e se
apresenta de acordo com a conveniência, O Diabo tem usado a arma da hipocrisia
contra muitos Obreiros: até a mensagem que o hipócrita entrega é falsa; é
semelhante àqueles profetas que não estavam no conselho do Senhor, apesar de
terem ouvido a sua Palavra, Jr 23.18-23.
“Se estivessem no meu conselho ouviriam as minhas palavras”. É um pecado
entregar uma mensagem “nossa”, afirmando que a recebemos do Senhor. Isso também
é hipocrisia.
5 — Raiz de amargura. Tem sido outra arma perigosíssima na vida ministerial
do obreiro. Guardar ressentimento contra o seu colega e companheiro, com o qual
muitas vezes caminhou junto e sofreu.
Agora
por causa de uma raiz de amargura, perdeu a comunhão com ele. Um dos principais
ministérios do Espírito Santo é conceder-nos o espírito de perdão e de amor, Rm 5.5. Uma crítica injusta, uma
acusação precipitada têm trazido prejuízos na vida de muitos pastores. Induzir,
catequizar ovelhas de outro campo para o seu redil ou pedir que o crente,
embora longe envie os dízimos para a sua igreja; falar mal do ministério de
outro, tudo isso constitui uma arma diabólica.
Porém,
podemos ser castigados, como foi Miriã (Nm 12.9,10) e Mical, esposa de Davi.
Miriã ficou leprosa e Mical, estéril.
Advertimos
os crentes que falam mal dos ungidos do Senhor, mas esquecemos que nós também
podemos falar mal desses ungidos, e se o fizermos sofreremos as mesmas
conseqüências, Ml 2.1,2. Será que o
ministro não pode ultrapassar os limites de seu ministério? — O rei Uzias
resistiu à repreensão do sacerdote por haver ultrapassado os limites, 2 Cr
26.10-20.
O
ciúme tem sido outra raiz de amargura em nosso ministério. Ele tem destruído
grandes amizades e formado muros entre colegas. Saul só amou a Davi até o dia
em que Deus usou mais a Davi do que a ele. “Para Davi, deram elas dez milhares
e a mim só milhares?” 1 Sm 18.8,9. O
espírito de ciúme se apoderou de Saul e começou a ver Davi de um modo diferente
(18.10): profetizou contra Davi pelo
espírito de mentira.
6 — Espírito de independência — Esse mal é outro que tem trazido grandes prejuízos
em nosso ministério. Obreiros imaturos, depois de trabalharem sob os cuidados
de outro, adquirindo confiança e posição, levantam-se contra o seu pastor,
exigindo direitos de igualdades.
Deus
levanta homens para orientar homens, isto através dos dons ministeriais. Para
cada ministério, Deus tem seus escolhidos. Davi cometeu o erro, pensando que,
por ser rei, podia trazer a Arca do Senhor de qualquer maneira (1 Cr 13), mas felizmente ele se
arrependeu, SI 19.13. “Todos
servimos como pastores subordinados ao Sumo Pastor.
Ele
nos constituiu pastores enquanto a Ele servimos”. Nenhum pastor, seja
presidente ou não, de uma pequena ou grande igreja, pode viver independente.
Ele depende de alguém. Todos nós temos de viver sob autoridade de outros a quem
possamos consultar, especialmente nas horas de lutas e tentações. Elias edificou
o altar com doze pedras, representando as doze tribos de Israel, 1 Rs 18.31. Isto mostra que não podemos realizar a obra do Senhor
sozinhos, ou sermos independentes.
7 — Separação de pessoas para o
Ministério sem os requisitos exigidos por Deus. Quantos prejuízos, amarguras, e divisões em nosso
ministério por havermos “consagrado” pessoas que não foram chamadas! Quantos
pastores arruinados, doentes, prejudicados em seu ministério em conseqüência de
haverem “escolhido” ou “separado” elementos sem as qualificações bíblicas!
“É
preciso que o indivíduo passe pessoalmente pelo moinho, a fim de que seja feito
pão para os outros. Ele precisa, antes, descobrir o “quarto homem” (Cristo), na
“fornalha ardente”. Sem essa experiência, o “separado” nunca será um obreiro
ideal. Jesus nos fala de alguns que o abandonaram e já não “andavam com Ele”, Jo 6.66.
Há
muitas coisas que podemos aprender nos livros, nas escolas e seminários, mas a
experiência de “fogo e da sarça ardente”, são pessoais, que o homem chamado por
Deus precisa experimentar se quiser ter um ministério fecundo. Enquanto Deus
não ouviu da boca de Moisés, que era “pesado de boca e pesado de língua” (Êx 4.10), não o qualificou para o seu
trabalho.
Apesar
de Moisés ser poderoso em palavras, At
7.22. Não se deve substituir a experiência pela inteligência.
8 — Visitas e aconselhamento pastoral. Isso, ás vezes tem trazido prejuízos, quando não é
feito dentro dos princípios básicos da moral e da ética. Esse trabalho requer
do ministro muita responsabilidade, especialmente no tocante a assuntos
confidenciais. A ovelha deve sentir-se segura quando confia ao seu pastor os
segredos que tem. Não confundir pecado com segredo. Um pecado pode ser segredo, mas há segredos
que não são pecados. O pastor deve saber que sua visita, seus conselhos devem
ser sempre para ajudar e não pedir ajuda.
“Nenhum
trabalho é bom se não for começado, continuado e terminado em Deus e com Ele”
(Henrique Law). Quantos pastores sinceros e fiéis em seu ministério foram
vitimas de uma “mulher de Potifar”, através de visitas ou de aconselhamento
feitos sem o devido temor. Nes-. te ponto de vista, a esposa do pastor precisa
ser uma ajudadora, Gn 2.18.
Algumas
têm contribuído para arruinar o ministério de seu marido. É nessa área que a
esposa do pastor deve trabalhar como um bombeiro: saber apagar o fogo. “A
esposa do pastor poderá cooperar com ele ou arruinar o seu ministério!” Alguns
pastores têm fracassado em pensar que sua esposa tem de saber de tudo sobre o
seu ministério. Em muitos casos ela ajudará mais ficando calada. “Muitas têm
sido as amarguras quando as mulheres assumem a liderança nas igrejas e usurpam
as prerrogativas reservadas aos homens” (Ralph M. Rigs).
9 — Esposa e filhos — Quantos pastores vivem de igreja em igreja, prejudicados
em seu ministério por causa de uma esposa rebelde e de filhos desajustados.
Neste particular, um colega amigo pode ajudar muito, se não tiver esse problema
em sua vida também, O erro é pensar que os nossos filhos são amados demais para
serem corrigidos. Infelizmente, existe os “Elis modernos”. Isto é, pais
complacentes sem força morai para impedir que seus filhos desordenados
prejudiquem o seu sagrado ministério. Davi foi indulgente com o famoso Adonias:
quando ele abriu os olhos o filho já estava “reinando”,1 Rs 1.6,18.
O
choro de Davi por Absalão era uma prova de sua fraqueza, pois, por outro lado,
centenas de pais choravam pela morte de vinte mil que haviam morrido em
decorrência da rebelião de Absalão, 2 Sm
18.7.
Esses
são exemplos convincentes de homens de Deus que pagaram alto preço por causa de
seus filhos, porque não quiseram dizer “Não!” a eles para não os contrariar, O
mesmo perigo bate em nossa porta. São muitos os pastores arruinados por causa
de esposas levianas e filhos rebeldes. “O primeiro dever da esposa de um
ministro é fazer com que seu lar seja atraente”, uma vez que a família do
ministro se toma objeto de observação de todos os curiosos.
Esses
perigos, que ainda hoje batem em nossas portas, têm levado muitos obreiros a
uma morte precoce e reduzido o seu tempo de ação ministerial.
Que
o Senhor nos dê da sua graça e que tenhamos um ministério sem prejuízos e com
todos os problemas resolvidos, para honra e glória do nome santo do Senhor.
Elaboração pelo:- Evangelista
Isaias Silva de Jesus
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