domingo, 24 de junho de 2012

UM DIA DE MILAGRES

UM DIA DE MILAGRES  = Mc 1.21-34

INTRODUÇÃO

Neste estudo estudaremos alguns dos milagres de Jesus. Estes atos portentosos de Jesus, o Evangelho de João os chama de sinais. Sinais autenticadores da Sua divindade (Jo 20.30,31). O Antigo Testamento já profetizava a respeito: “E o seu nome será: Maravilhoso” (Is 9.6).

Os Evangelhos registram mais de 50 casos de operação de milagres efetuados por Jesus, sendo cerca de 36 específicos, e os demais não específicos. Nesses demais milagres generalizados e coletivos, multidões foram curadas e libertadas do poder maligno, e muitos foram ressuscitados. Eles incluem também a natureza. Mateus é o evangelista que registra mais milagres de Jesus, tanto os casos específicos como os gerais. Mateus é o Evangelho do Rei, e nele o Rei demonstra a sua soberania sobre tudo, inclusive o império do mal e da morte.

1. Definição de milagre. A definição mais simples é: uma interferência de uma lei divina superior, nas leis naturais, mediante poder sobrenatural. A operação divina torna-se miraculosa quando Deus exercita seu poder criador como no caso da criação do Universo. Ali Ele fez tudo do nada, mediante a sua palavra de ordem “Faça-se”. Um milagre divino vai além da compreensão e capacidade intelectual e científica do homem.

2. Classes de milagres. Há duas grandes classes de milagres na Bíblia. Os que envolvem criação, e, que totalmente independem de leis e meios naturais, como é o caso do maná que alimentou os israelitas no deserto e a água que brotou da rocha, quando tudo era sequidão abrasadora no deserto. A outra classe compreende milagres que têm ponto de partida em elementos naturais como a multiplicação dos pães e peixes, que, sendo tão poucos, alimentara 5.000 pessoas.

3. Termos descritivos dos milagres de Jesus. Há quatro termos originais descritivos dos milagres de Jesus. Três desses termos aparecem juntos em  At 2.22. Os quatro termos são os seguintes:

1) Maravilha. (“Teras” em At  2.22). “Teras” significa algo extraordinário, estranho, fora do comum. A maravilha, pois, apela à imaginação do homem, falando do poder sobrenatural de Jesus.

2) Prodígio. (“Dunamis” em At 2.22). “Dunamis” significa poder real. O milagre tipo prodígio demonstra o poder de Deus, e apela à nossa admiração, pasmo, reverência. Ë o exercício do poder divino na esfera deste mundo humano e natural.

3) Sinal. (“Semeion” em At 2.22). “Semeion” significa marca, sinal, prova. O milagre com este nome é um meio autenticador divino e apela à nossa razão. Como sinal fala do reino espiritual superior de Deus, cujas verdades são simbolizadas por estes sinais reveladores. Portanto, este termo destaca o aspecto teológico e doutrinário do milagre divino. O Evangelho de João - o Evangelho do Filho de Deus, sempre’‘chama os milagres de Jesus de sinais, isto é, provas da sua divindade e da obra divina que Ele veio realizar.

4) Obras. (“Erga” em textos como Jo 5.20; 7.3; 10.25; 15.24). “Erga” vem de “ergon” que significa obra, trabalho, produto, operação. Este termo aplicado por Jesus aos seus milagres, fala deles como parte da sua obra redentora em favor do homem, testemunhando ao mesmo tempo d’Ele como o enviado do Pai.

I  - O PODER DE JESUS SOBRE OS HOMENS (Mc 1.21,22)

Quando Jesus veio a este mundo teve lugar uma terrível irrupção de demônios entre os homens como ‘vemos nos evangelhos e Atos. Ele se deparou com muitos deles, libertando suas vítimas. O povo de Israel mergulhou tão profundo no pecado que os demônios tomaram conta do povo. Sim, o pecado favorece a operação demoníaca.

O mesmo está ocorrendo nestes últimos tempos em que Jesus está para voltar. Romanos 1.18-32; 1 Tm 4.1; e 2 Tm 3.1-9 descrevem o ambiente maligno da sociedade dos últimos tempos que precederão a volta do Senhor; ambiente esse propício à manifestação e operação demoníaca.

1. A ida de Jesus ao culto (Mc 1.21). Ele foi com dois pares de irmãos que eram seus novos discípulos: Pedro e André, e Tiago e João. A casa de oração era uma sinagoga. O dia era um sábado; o sábado sagrado dos judeus para adoração e descanso. Os cristãos observam para adoração a Deus e descanso o domingo por ser o dia em que o nosso Redentor ressuscitou, sendo por isso chamado “o dia do Senhor” (Ap 1.10). A igreja primitiva assim fazia (At 20.7; = 1 Co 16.2).

2. O ensino de Jesus no culto (Mc 1.22). Quanta graça e poder havia nas suas palavras. Nunca ninguém falava assim ali! Jesus se destacou mais como mestre do que como pregador. Ele mesmo afirmou que ensinava continuamente no templo (Mc 14.49). O templo é mais lugar de ensino e adoração do de pregação. Quanto aos peca- dores, Jesus não disse “vinde à pregação”, mas ordenou à Igreja “ide e pregai”; “ide e ensinai”. Para que os pecadores venham a Cristo precisamos ir buscá-los onde eles estão. Jesus fez assim.

II - O PODER DE JESUS SOBRE OS DEMONIOS (Mc 1.23-28)

O poder e a autoridade espiritual manifestos pela presença e pela fala do Senhor Jesus inquietaram os demônios. Devido o vazio espiritual do povo judeu da época, os demônios estavam muito ativos entre eles. Em Lucas 11, Jesus após ensinar sobre a necessidade de se estar cheio do Espírito Santo (Lc 11.13), mostrou imediatamente o perigo de estar vazio d’Ele (Lc 11.24-26).

Não basta a “casa” estar limpa, suprida e arrumada, como vemos em Lc 11.25; é preciso que ela esteja totalmente ocupada pelo Espírito Santo.

1. Jesus inquieta os demônios (Mc 1.23,24). Talvez ninguém pensasse que um endemoninhado estava ali no culto. Em nossos dias há mais endemoninhados do que se pensa. Ë que às vezes o discernimento e o poder do Espírito não estão operando no ambiente para detectá-los. Jesus logo discerniu que se tratava de um demônio.

“Que temos nós contigo?” Por aqui vemos que havia mais de um demônio naquele homem. Ele falava em nome dos demais que ali estavam, pois ele usou o pronome “nós” (v.24). Que situação miserável a daquele homem! Imaginai se Jesus não estivesse presente! Mas Ele estava e libertou o escravo. Hoje Jesus quer estar entre o povo e quer que seu povo viva em santidade para que se cumpra o que Ele mesmo declarou: “Em meu nome expulsarão demônios” (Mc 16.17). Jesus veio a este mundo para destruir as obras do Diabo, e uma delas é o demonismo que hoje escraviza tanta gente.

2. Jesus expulsa o demônio (Mc 1.25-28). Jesus, quando entre os homens era (e é) poderoso, não somente em palavras (Mc 1.22), mas em obras, como vemos nos vv. 25h27. Ler Lc 4.19.

a. A diferença (Mc 1.25). Jesus sabia distinguir entre o homem e o demônio que nele agia. Jesus repreendeu com poder o demônio, não o homem. É preciso discernimento do Espírito nesse campo. Um, dos dons que o Espírito quer repartir à Igreja tem, a ver com isso  (1 Co 12.10).

3. O resultado do milagre (Mc 1.28)

a. A fama de Jesus espalhou-se (Mc 1.28). Num instante os fatos daquela manhã tomaram conta não só da cidade, mas de toda a Galiléia, transmitidos de boca em boca pois não havia outros meios de comunicação. Perdeu muito quem não foi ao culto naquele dia!

III - O PODER DE JESUS SOBRE AS DOENÇAS (Mc 1.29-31)

Jesus ao sair da sinagoga naquela manhã foi para a casa de Simão Pedro, ali mesmo em Cafarnaum. E o que diz Lc 4.38. Pedro, antes, morava em Betsaida não muito longe dali, mas depois da chamada para seguir a Cristo ele certamente mudou-se para Cafarnaum, onde Jesus residia (Mt 4.13; 9.1). Presume-se que Jesus chegou à casa de Pedro por volta de meio-dia, porque após a cura da sua sogra, esta passou a servir-lhes uma refeição (v.31), que seria o almoço.

1. Jesus visita um lar necessitado (Mc 1.29). Sempre que Jesus faz uma visita é para fazer o bem. Jesus quer visitar cada lar para abençoá-lo. Muitos perdem a bênção da visita de Jesus.

2. Jesus ouve e atende um pedido urgente (Mc 1.30,31). O pedido era dos discípulos em favor da sogra de Pedro que estava acamada com febre alta. “E logo lhe falaram dela.” Lucas, sendo médico, dá outros detalhes preciosos do caso.

3. Servindo a Jesus por gratidão (Mc 1.31). A cura da mulher foi instantânea. Jesus além de curá-la da febre, também restaurou suas forças, pois a febre sempre debilita muito o paciente. A mulher era tanto diligente no trabalho como tinha prazer em servir.
IV - A COMPAIXÃO DO SENHOR (Mc 1.32-34)

Agora já era chegada a tarde daquele mesmo dia - um dia de milagres. “A tarde, ao cair do sol”, diz o evangelista (Mc 1.32). Agora, o lar que acolhera Jesus passou a ser o local de concentração dos que buscavam a Jesus. O povo estava convicto de que o poder de Jesus era eficaz.

Aquele foi um grande dia de milagres de Jesus. Esse dia ainda não passou, pois Jesus é o mesmo. Ele quer fazer milagres em nosso meio, sabendo nós que o maior deles é a conversão do perdido pecador.

Lições bíblicas CPAD 1985

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