A GLÓRIA
DE DEUS
Ez 10.4 “Então, se levantou a
glória “do SENHOR de sobre o querubim para a entrada da casa; e encheu-se a casa
de uma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do SENHOR.”
DEFINIÇÃO
DA GLÓRIA DE DEUS.
A
expressão “glória de Deus” tem emprego variado na Bíblia.
(1)
Às vezes, descreve o esplendor e majestade de Deus (cf. 1 Cr29.1 1;Hc 3.3-5),
uma
glória tão grandiosa que nenhum ser humano pode vê-la e continuar vivo (ver Ex 33.18-23).
Quando
muito, pode-se ver apenas um “aparecimento da semelhança da glória do Senhor”
(cf. a visão que Ezequiel teve do trono de Deus, Ez 1.26-28).
Neste
sentido, a glória de Deus designa sua singularidade, sua santidade (cf. Is 6.1-3)
E
sua transcedência (cf. Rm 11.36; Hb 13.2
1).
Pedro
emprega a expressão “a magnífica glória” como um nome de Deus (2 Pe 1.17).
(2)
A glória de Deus também se refere à presença visível de Deus entre o seu povo,
glória esta que os rabinos de tempos posteriores chamavam de shekinah.
Shekinah
é uma palavra hebraica que significa “habitação [de Deus]”, empregada para
descrever a manifestação visível da presença e glória de Deus.
Moisés
viu a shekinah de Deus na coluna de nuvem e de fogo (Ex 13.21).
Em Ex 29.43 é chamada “minha
glória” (cf. Is 60.2).
Ela
cobriu o Sinai quando Deus outorgou a Lei (ver
Ex 24.16,17 nota),
Encheu
o Tabernáculo (Ex 40.34),
Guiou
Israel no deserto (Ex 40.36-38)
E
posteriormente encheu o templo de Salomão (2
Cr 7.1; cf. 1 Rs 8.11- 13).
Mais
precisamente, Deus habitava entre os querubins no Lugar Santíssimo do templo (1 Sm 4.4; 2 Sm 6.2; Sl 80.1).
Ezequiel
viu a glória do Senhor levantar-se e afastar-se do templo por causa da
idolatria infrene ali (Ez 10.4,18,19).
O
equivalente da glória shekinah no NT é Jesus Cristo que, como a glória de Deus
em carne humana, veio habitar entre nós (Jo
1.14).
Os
pastores de Belém viram a glória do Senhor no nascimento de Cristo (Lc 2.9),
Os
discípulos a viram na transfiguração de Cristo (Mt 17.2; 2 Pe 1.16-18),
E
Estêvão a viu na ocasião do seu martírio (At
7.55).
(3)
Um terceiro aspecto da glória de Deus é sua presença e poder espirituais.
Os
céus declaram a glória de Deus (Sl 19.1;
cf. Rm 1.19,20)
E
toda a terra está cheia de sua glória (Is
6.3; cf. Hc 2.14),
Todavia
o esplendor da majestade divina não é comumente visível, nem notado.
Por
outro lado, o crente participa da glória e da presença de Deus em sua comunhão,
seu amor, justiça e manifestações, mediante o poder do Espírito Santo (ver 2 Co 3.18 nota; Ef 3.16-19 nota; 1 Pe
4.14 nota).
(4)
Por último, o AT adverte que qualquer tipo de idolatria é uma usurpação da
glória de Deus e uma desonra ao seu nome. Cada vez que Deus se manifesta como
nosso Redentor, seu nome é glorificado (ver
Si 79.9; Jr 14.21).
Todo
o ministério de Cristo na terra redundou em glória ao nosso Deus (Jo 14.13; 17.1,4,5).
A GLÓRIA
DE DEUS REVELADA EM JESUS CRISTO.
Quando
Isaías falou da vinda de Jesus Cristo, profetizou que nEle seria revelada a
glória de Deus para que toda a raça humana a visse (ver Is 40.5).
Tanto
João (Jo 1.14) como o escritor aos
Hebreus (Hb 1.3) testificam que
Jesus
Cristo cumpriu essa profecia.
A
glória de Cristo era a mesma glória que Ele tinha com seu Pai antes que
houvesse mundo (Jo 1.14; 17.5).
A
glória do seu ministério ultrapassou em muito a glória do ministério do AT (2 Co 3.7-1 1).
Paulo
chama Jesus “o Senhor da glória” (1 Co
2.8),
E
Tiago o chama “nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória” (Tg 2.1).
Repetidas
vezes, o NT refere-se ao vínculo entre Jesus Cristo e a glória de Deus. Seus
milagres revelavam a sua glória (Jo
2.11; 11.40-44).
Cristo
transfigurou-se em meio a “uma nuvem luminosa” (Mt 17.5),
Onde
Ele recebeu glória (cf. 2 Pe 1.16-19).
A
hora da sua morte foi a hora da sua glorificação (Jo 12.23,24; cf. 17.4,5).
Subiu
ao céu em glória (cf. At 1.9; 1 Tm
3.16),
Agora
está exaltado em glória (Ap 5.12,13),
E
um dia voltará “sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30; cf. 25.31; Mc 14.62; 1 Ts 4.17).
A GLÓRIA
DE DEUS NA VIDA DO CRENTE.
Como
a glória de Deus relaciona-se ao crente pessoalmente?
(1)
Concernente à glória celestial e majestosa de Deus, é bem verdade que ninguém
pode contemplar essa glória e sobreviver. Sabemos que ela existe, mas não a
vemos.
Deus
habita em luz e glória inacessíveis, que nenhum ser humano pode vê-lo face a
face (1 Tm 6.16).
(2)
A glória shekinah de Deus, no entanto, era conhecida do seu povo nos tempos
bíblicos.
No
decurso da história, até o presente, sabe-se de crentes que tiveram visões de
Deus, semelhantes às de Isafas (Is 6)
e Ezequiél (Ez 1), embora isso não
fosse comum naqueles tempos, nem agora.
A
experiência da glória de Deus, no entanto, é algo que todos os crentes terão na
consumação da salvação, quando virmos a Jesus face a face. Seremos levados à
presença gloriosa de Deus (Hb 2.10; 1 Pe
5.10; Jd 24),
Compartilharemos
da glória de Cristo (Rm 8.17,18)
E
receberemos uma coroa de glória (1 Pe
5.4).
Até
mesmo o nosso corpo ressurreto terá a glória do Cristo ressuscitado (1 Co 15.42,43; Fp 3.21).
(3)
De um modo mais direto, o crente sincero experimenta a presença espiritual de
Deus.
O
Espírito Santo nos aproxima da presença de Deus e do Senhor Jesus (2 Co 3.17; 1 Pe 4.14).
Quando
o Espírito opera poderosamente na igreja, através das suas manifestações
sobrenaturais (1 Co 12.1-12),
O
crente experimenta a glória de Deus no seu meio, i.e., um sentimento da
majestosa presença de Deus, semelhante ao que sentiram os pastores nos campos
de Belém quando nasceu o Salvador (Lc
2.8-20).
(4)
O crente que abandona o pecado e que repudia a idolatria pode ser cheio da
glória de Cristo (ver J0 17.22 nota),
Bem
como do Espírito da glória (1 Pe 4.14);
Na
realidade, uma das razões de Jesus vir ao mundo foi para encher de glória os
crentes (Lc 2.29-32).
Como
salvos por Cristo Jesus, devemos viver a nossa vida inteira para a glória de
Deus, a fim de que Ele seja glorificado em nós (Jo 17.10; 1 Co 10.31; 2 Co 3.18).
Por:- Evangelista Isaias
Silva de Jesus
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