sábado, 8 de janeiro de 2011

COMEÇANDO POR JERUSALÉM

COMEÇANDO POR JERUSALÉM

TEXTOO ÁUREO = “E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24.47).

VERDADE PRATICA = Começando por Jerusalém, em obediência à ordem de Jesus, o evangelho tem sido pregado a todas as nações. A Igreja, na Década da Colheita, não pode descuidar-se desta missão.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO = Lc 24.47; At 2.47; 4.16; 5.12,28,29

INTRODUÇÃO

A palavra Jerusalém aparece no texto canônico mais de 800 vezes. Essa cidade tem sido o centro religioso do mundo. As atenções de Deus e da Igreja se voltem para ela, porquanto está estreitamente vinculada às profecias bíblicas.
O título desta lição 6 tomado das palavras que foram dirigidas pelo Senhor Jesus aos apóstolos e demais discípulos reunidos em Jerusalém, após o evento maravilhoso da ressurreição (Lc 24.33-47).

1. IDENTIFICANDO JERUSALÉM

1. Informações gerais. A antiga cidade de Jerusalém é mencionada no texto sagrado desde o livro de Gênesis ao de Apocalipse. Ao tempo de Abraão, Jerusalém era conhecida como Salém, e Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, era o seu rei (Gn 14.18; SI 76.2; Hb7.1,27). Porém, um dia, Salém foi invadida pelos jebuseus, recebendo o nome de Jebus. Mais tarde veio a chamar-se Jerusalém, que significa habitação de paz. Nos dias do rei Davi, tornou-se a capital do reino de Israel até o reinado de Reoboão, quando houve a divisão em duas facções a saber: Reino de Israel e Reino de Judá. Jerusalém continuou sendo a capital deste último até à invasão dos exércitos de Nabucodonosor, que a destruíram completamente. Leia 2 Sm 5.5-7; 2 Rs 25.1-11; 2Cr 10; 11.1-17.

Durante o reinado de Davi, Jerusalém tomou-se o centro de adoração a Deus para toda a nação israelita (1 Cr 15.17- 27; 2 Sm 6.17). Isto foi possível devido a decisão sábia do rei Davi, que ordenou aos sacerdotes e levitas transportarem a arca de Deus para Jerusalém, abrigando- a em uma tenda ou tabernáculo. Posteriormente, coube ao rei Salomão o privilegiado encargo de construir o Templo, onde eia ficou abrigada até a destruição de Jerusalém. Data deste tempo o seu desaparecimento. Até hoje, ninguém sabe que destino teve a arca, símbolo da presença de Deus no meio do Seu povo.

Totalmente destruída no ano 70 de nossa era, quando capturada pelas forças romanas comandadas pelo general Tito, Jerusalém voltará a ser a cidade central em Israel e no mundo, no reinado milenar de Cristo.
2. Outros nomes e títulos. A cidade de Jerusalém recebeu diversos nomes, cada um deles em circunstância diferente e relacionada a fato isolado. Assim sendo, vamos relacionar alguns exemplos: a) Anel (Is 29.1); cidade de Davi (2 Sm 5.7); cidade de Deus (Sl 46.4); cidade de justiça, cidade fiel (Is 1.26); cidade de verdade (Zc 8.3); cidade do grande Rei (Sl48 .2; Mt 5.35); cidade santa (1s48.2; Mt 27.5 3); Sião (Sl 87.2); o Senhor está ali (Ez 48.35).

Essa cidade já foi destruída e reconstruída diversas vezes, especialmente devido às muitas guerras que já teve de sofrer. Duas dessas destruições são: a de Nabucodonosor, no ano 587 a.C.; e a do general romano Tito, no ano 70 d.C. A origem da cidade é do segundo milênio a.C.

3. Sua Importância. Jerusalém aparece na Bíblia e na História como “a cidade escolhida por Deus para ser a revelação do único e verdadeiro Deus, o centro do seu culto, de suas leis e revelação pessoal, com a missão de proclamá-lo a todo o mundo”.

II. AMANDO JERUSALÉM

1. Jerusalém no Antigo Testamento. Existem abundantes informações sobre a cidade de Jerusalém e muitas delas provocam em nós sensações de simpatia por ser uma histórica cidade. Alinhemos algumas referências:

• Seus montes no redor, representando a proteção de Deus aos seus filhos (SI 125.2);

• Foi conquistada pelo rei Davi, por isso foi chamada “cidade de Davi” (2 Sm 5.7).

• Davi edificou um altar numa eira comprada a Araúna (2 Sm 24.24,25);

• Salomão construiu o templo na eira que Davi comprara a Araúna (2Cr 3.1);

• A cidade foi várias vezes atacada por exércitos inimigos (1 Rs 14.25,26; 2 Rs 23.33);

• Foi destruída por Nabucodonosor (2 Rs 25.8-11).

2. Jerusalém nos Evangelhos. A vida terrena de Jesus se relaciona profundamente com a cidade de Jerusalém. Eis alguns dos enfoques dado. pelos Evangelhos: a) Jesus foi apresentado no templo (Lc 2.22); b) discutiu com os mestres, quando tinha doze anos (Lc 2.46,47); c) ainda em Jerusalém, Jesus entrou triunfalmente (Mt 21.1-11); d) Jesus chorou e profetizou sobre a cidade (Mt 23.37-39); e) foi em Jerusalém que Jesus proferiu o famoso sermão profético, registrado nos capítulos 24 e 25 de Mateus.
E nessa cidade aconteceram os fatos culminantes do seu ministério: sua paixão e morte na cruz do Calvário.

3. Lágrimas sobre Jerusalém. As lágrimas derramadas pelo Senhor Jesus sobre a cidade de Jerusalém e sua célebre lamentação (Mt 23.37; Lc 19.41) traduzem a sua sensibilidade, o seu amor e a sua presciência:

a. Sensibilidade de um Salvador rejeitado, conhecedor das profundas e marcantes necessidades espirituais da população da cidade, a qual reagiu com desprezo e frieza às suas mensagens de paz e perdão.

b. Amor divino que encarnava todo o seu ministério e sua personalidade e que se refletia em grossas lágrimas de compaixão por uma cidade, indiferente ao seu sacrifício.

c. Presciência que o levou a predizer o dia trágico em que a nação seria levada cativa, a casa ficaria deserta, tudo se reduziria a cinzas, saudade e luto. Tal foi o resultado de haver rejeitado o Messias, o Cristo de Deus, pois “veio para o que era seu e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Na cidade onde Ele terminou seu ministério, nós deveríamos começar o nosso; e dali o evangelho sairia para transformar a terra, mudando o rumo da história do mundo.

III. ENCHENDO JERUSALÉM

O livro de Atos dos Apóstolos, que alguém ousou dizer poder-se-ia chamar Atos do Espírito Santo ou Atos da Igreja, narra os passos primeiros da Igreja do Senhor Jesus aqui na terra. A Igreja começou em Jerusalém, e dali estendeu- se em seus primeiros anos a praticamente todo o mundo.

1. O dia de Pentecoste. Foi do agrado do Pai que o dia de Pentecoste ocorresse em Jerusalém, com o derramamento do Espírito Santo. Sem o dia de Pentecoste e a experiência nele havida, a Igreja seria uma religião fria, desanimada e inoperante, e após ele, a Igreja tomou-se poderosa, atuante e imbatível. A cidade que viu Jesus morrer, viu também, sua Igreja nascer, sob o poder do Espírito Santo, no dia de Pentecoste. Os discípulos haviam sido fiéis à exortação: “Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestido de poder” (Lc 24.49). A Igreja deveria começar o seu labor em Jerusalém, utilizando o potencial que ali o Senhor lhe dera. Ali descera o Espírito Santo, o consolador e condutor da Igreja. O Espírito veio para ficar, começando por Jerusalém, onde sua atuação desencadeou uma oposição tão violenta que os crentes tiveram de se dispersar (At 8.1).

2. A Igreja em Jerusalém. A Igreja começou a pregar o evangelho em Jerusalém, depois de dotada do poder do alto na experiência do dia de Pentecoste (At 2.1-4).
Também ali o Senhor começou a operar sinais e maravilhas por meio dos apóstolos (At 3.1-11). Sendo ameaçados pelas autoridades, declararam ser mais importante obedecer a Deus do que aos homens (At 4.19,20).
Com o poder do Espírito Santo e em nome do Senhor Jesus, os apóstolos continuavam curando enfermos, libertando oprimidos, ressuscitando mortos, dando vista aos cegos e abrindo os ouvidos dos surdos. As autoridades sabiam que esses homens andavam com Jesus e não podiam refutá-los, nem fazê-los ficar calados. O Senhor mandou, e eles começaram por Jerusalém.

3.O sentido espiritual e profético. A interpretação missiológica de “começar por Jerusalém” nos conduz a reflexões de rara sensibilidade. Jerusalém era o “lugar santo”. Nenhum lugar era melhor para começar! Em Atos 1.8, lemos de como Jesus determinou a expansão de sua Igreja na terra, mediante a pregação do evangelho por parte de testemunhas devidamente cheias de virtude (dunamis) do Espírito Santo.

O Senhor estabeleceu os parâmetros da ação missionária da Igreja, dispondo- a geograficamente em quatro pontos: Jerusalém - Judéia - Samaria - confins da terra. Confins da terra significa a ação mais distante do labor missionário. É a Igreja que se universaliza através da penetração em todas as áreas do planeta. São as missões estrangeiras. Samaria e Judéia lembram o dever de evangelizar a nação, nas regiões que nos circundam, as terras adjacentes à nossa. Podemos resumir: missões nacionais.

Começar por Jerusalém significa iniciar um grande movimento evangelístico e salvífico, tendo por ponto de partida o nosso lar, os nossos vizinhos, a nossa cidade; enfim o lugar onde estamos. A visão de um mundo perdido é a dilatação da visão de uma cidade perdida. Apaixonamo-nos por uma cidade quando começamos a nos apaixonar por nosso próprio lar. Antes de nos deslocarmos rumo a outros continentes, devemos atentar com diligência para a moeda porventura perdida dentro de nossa própria casa. Evangelismo doméstico é a base para todo o evangelismo restante. Pôr uma Bíblia na mão de nossos filhos, levá-los desde criancinhas à casa de Deus, dar um bom testemunho perante nossos vizinhos, levar pessoas amigas e colegas de trabalho para assistirem ao culto em nosso templo ou congregação - isto é começar por Jerusalém.

Que surja em nosso Brasil um movimento sério e sólido visando o despertamento da Igreja para evangelizar os lares. O texto áureo poderá ser tomado de Josué 24.15 ou Atos 16.31. Assim fazendo, a Igreja estará contribuindo para anular a operação do Maligno, que trabalha dia e noite para desmoronar os lares, tentando destruir a mais nobre das instituições de Deus na terra, o matrimônio, cujos laços, com base no amor, só podem ser desfeitas pela morte, “porque o amor é forte como a morte” (Ct 8.6) Os confins da terra nos esperam; Samaria e Judéia nos aguardam. Mas, comecemos por Jerusalém. Evitemos a proliferação de filhos pródigos, criando condições espirituais satisfatórias para nossas crianças, adolescentes e jovens. Vamos, todos, e vamos, agora, começar por Jerusalém.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1992

Um comentário:

  1. Louvado seja Deus por este estudo. Palavras de sabedoria vindas do céu para nós. Iniciarmos a pregação do evangelho por Jerusalém demonstra mais uma vez o grande amor de Deus pela humanidade. Humanidade essa que dia após dia vira as costas para o Senhor, muitas vezes quer só aquilo que Ele pode nos dar e não quem ele é verdadeiramente. Dizer que somos cristãos é muito fácil, mas levarmos esse nome só por que estamos congregando em uma igreja não faz de nós discípulos de Cristo. Somos discípulos quando verdadeiramente vivemos para o Senhor, obedecendo a sua palavra e amando uns aos outros como Ele nós amou, isto é, começando por Jerusalém sendo testemunhas vivas do que Cristo vez por todos nós na cruz do calvário.

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