SINAIS E MARAVILHAS NA IGREJA
TEXTO ÁUREO = “Na verdade, na verdade, vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai” (Jo 14.12).
VERDADE PRÁTICA = A cura do coxo, que vivia a porta do Templo a mendigar, é a primeira prova de que Jesus tem poder para curar, mesmo após a sua ascensão.
LEITURA EM CLASSE - ATOS 3.1-10
INTRODUÇÃO
Em Atos 2.43, Lucas afirma: “e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos”. A cura do coxo é uma amostra desses sinais. Isso também mostra que o poder de Jesus, para curar os enfermos, continua, o qual foi delegado aos seus discípulos.
I. JUDAÍSMO E CRISTIANISMO ANDAVAM JUNTOS
1. Hábito de ir ao Templo. Os judeus oravam três vezes ao dia: de manhã, ao meio dia e à tarde, “à hora nona” (Sl 55.17; Dn 6.10); ainda hoje os judeus religiosos o fazem. Naqueles dias essas orações eram públicas. Os muçulmanos oram cinco vezes ao dia. Nós, os cristãos, oramos continuamente (I Ts 5.17).
A ida desses dois apóstolos ao Templo “à hora da oração, a nona”, mostra que Cristianismo e Judaísmo ainda andavam juntos. Cristãos e judeus juntos adoravam a Deus, e a prática judaica ainda estava no cotidiano dos primeiros cristãos.
2. Hostilidades entre cristãos e judeus. Três fatores contribuíram para que os judeus se separassem do Cristianismo: a salvação pela fé, permitindo aos gentios seguirem a Jesus sem a observância da Lei; a divindade de Jesus; finalmente, a destruição de Jerusalém. A Cidade Santa era o símbolo da unidade (Sl. 122.2).
II. O LOCAL DA CURA
1. Lugar freqüentado pelos mendigos. “Porta do templo, chamada Formosa” (v. 2). Segundo Josefo, havia no Templo nove portas cobertas de ambos os lados com ouro e prata. Uma estava fora da casa, feita do bronze de Corinto, ornada de ouro e prata, que reluziam à luz do Sol, conhecida como porta de Nicanor ou porta Oriental. A maioria dos expositores identifica essa porta com a do texto. Por essa razão, era “chamada Formosa”. Além disso, ela dava acesso ao “alpendre chamado de Salomão” (At 3.11).
2. Esmola entre judeus e cristãos. “Para pedir esmola aos que entravam” (vv. 2,3). Os judeus até hoje consideram o ato de dar esmola como uma atitude religiosa e piedosa. Nós recebemos muita coisa do Judaísmo, o qual é o Cristianismo sem Jesus e o Espírito Santo. Devemos ser benevolentes com os menos favorecidos. O trabalho essencial da Igreja é a pregação do Evangelho. Mas nem por isso devemos deixar de lado os trabalhos sociais.
3. Vendo o lado social. Se pregarmos que Jesus é bom e é a solução dos problemas, e um irmão chegar diante de nós, dizendo que não um pedaço de pão para seus filhos, o que vamos fazer? Despedi-lo vazio, como condena Tiago: “Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” (Tg 2.16). Jesus e seus apóstolos ensinaram a prática dessa virtude.
III. A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS
1. A grandeza do milagre. Lucas afirma que o paralítico era conhecido, em virtude de haver nascido coxo e por ser freqüentador da porta Formosa, na mendicância (v. 9). Isso para a magnitude do milagre bem como sua irrefutabilidade. Não se tratava de uma operação obscura, subjetiva e sem provas. Era uma realidade.
2. A pobreza não é obstáculo para Deus operar. O apóstolo Pedro alegou que não possuía ouro nem prata. Mas nem por isso deixou de ser um crente vitorioso. A alegria do cristão não reside na riqueza, mas em ter a vida eterna. Disse o apóstolo Paulo: “Como contristados, mas sendo alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo” (2 Co 6.10).
3. Interesse cristão pelas almas. “Olha para nós” (v. 4). O coxo, com certeza, foi surpreendido por essa ordem. Estava acostumado a receber as moedas lançadas pelos “piedosos” que não lhe davam atenção, ao entrarem no Templo.
Pedro não tinha dinheiro, mas possuía algo mais valioso e desejou oferecer ao necessitado paralítico. E dever do cristão ministrar as bênçãos de Deus para o necessitado, principalmente, numa situação como essa. Às vezes, é uma oportunidade para que essas pessoas as possam conhecer a Cristo.
4. O Nome que está acima de todo o nome. “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno” (v. 6). Ninguém pode reconhecer o senhorio de Cristo, se não for pelo Espírito Santo (1 Co 12.2). O nome de Jesus é singular e está acima de qualquer outro nome (Ef 1.20,21; Fp 2.19,11). Muitas tentativas foram feitas pelas hostes do Maligno, para atacar o nome de Jesus. As testemunhas de Jeová afirmam: “O homem terrestre, Jesus de Nazaré, não mais existe” (Despertai! 22/12/1984, p. 20). As seitas pregam um Jesus estranho (2 Co 11.4). Mas o Jesus que nós pregamos é Senhor de tudo. Se Pedro evocasse o nome de um Jesus morto, que não existisse, jamais o coxo teria sido curado.
IV. REPERCUSSÃO DA CURA
1. O milagre era a prova de que Jesus estava com seus discípulos.
A cura foi instantânea e impressionante: “e, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus” (v. 8).
Esse homem era conhecido dos adoradores do Templo, pois vivia pedindo esmola junto à porta Formosa (v. 10). Imediatamente, entrou no Templo, glorificando e louvando a Deus, para surpresa e espanto dos presentes.
Jesus garantiu aos apóstolos que estaria com eles. Aí estava a prova. Cristo também afirmou que seus discípulos fariam obras maiores do que Ele (Jo 14.12).
“Maiores obras” diz respeito à quantidade e não à qualidade. A palavra grega aqui é meizon, grau comparativo de megas, “grande”. Também significa quantidade.
2. Perseguição tramada nos bastidores. O milagre aconteceu na área do Templo, local de atividade dos sacerdotes que eram saduceus na sua maioria (At 4.1; 5.17). Eles não estavam livres de Jesus: esse grupo que não cria na ressurreição (Mt 22.23; At 23.8). Mas agora eram obrigados a admitir que Jesus estava vivo. Isso ameaçava a sobrevivência da religião deles. Era um sinal para a conversão dessas autoridades do Templo, como aconteceu com muitos (At 6.7). No entanto, os saduceus promoveram uma perseguição contra a Igreja.
3. A trilogia. A mensagem de Jesus consistia na trilogia: ensinar, pregar e curar (Mt 4.23; 9.35). Isso Jesus mandou que seus discípulos fizessem (Mt 28.19,20; Mc 16.15- 19). É essa a mensagem que pregamos na atualidade. A cura do coxo teve repercussão em toda Jerusalém, mas, nos bastidores, estavam as autoridades, aguardando a oportunidade para investir contra a Igreja. O milagre da cura é de suma importância para a pregação do Evangelho.
4. O desafio dos apóstolos. Era comum naqueles dias as autoridades perseguirem os que praticassem uma obra extraordinária. Aconteceu com Jesus, após a ressurreição de Lázaro (Jo 11.53.). O mesmo sucedeu, quando Paulo, em nome de Jesus, curou um coxo em Listra (At 14.8-10, 19). Com Pedro não foi diferente. Mas isso contribuiu para levar mais almas a Jesus, que, aliás, era o objetivo de Pedro e João. Esse milagre elevou o número de crentes para cerca de cinco mil (At 4.4).
ALGUNS ESTUDOS BIBLICOS ABAIXO
ATOS CAPÍTULO 3 = PRIMEIRO ESTUDO
Versículos 1-11, Um coxo é curado por meio de Pedro e João; 12-26: O discurso de Pedro aos judeus.
Vv. 1-11. Os apóstolos e os primeiros crentes participavam de cultos de adoração a Deus, na hora da oração no templo. Parece que Pedro e João foram levados por direção divina a realizar um milagre em um homem de mais de quarenta anos, inválido desde o seu nascimento. No nome de Jesus de Nazaré, Pedro ordena que o homem se levante e caminhe. Assim, se intentamos com bom propósito a cura das almas dos homens, devemos em nome e no poder de Jesus Cristo chamar os pecadores incapacitados a se levantarem e andarem no caminho da santidade, pela fé nEle. Quão doce para a nossa alma é pensar que o nome de Jesus Cristo de Nazaré pode nos tornar íntegros, em relação a todas as faculdades paralisadas de nossa natureza caída! Com quanto gozo e santo entusiasmo andaremos nos santos átrios, quando o Espírito de Deus nos fizer entrar por eles através de seu poder!
Vv. 12-18. Observe a diferença na maneira de fazer os milagres. Nosso Senhor sempre fala como tendo poder onipotente, sem jamais vacilar para receber a maior honra que lhe foi conferida por seus milagres divinos. Porém, os apóstolos atribuíam tudo ao Senhor e se negavam a receber honras, exceto como instrumentos dEle, sem méritos. Isto mostra que Jesus era um com o Pai, e igual a Ele; enquanto os apóstolos tinham consciência de que eram homens frágeis e peca- dores, e em tudo dependentes de Jesus, cujo poder era o que curava.
Os homens úteis devem ser muito humildes. Nosso nome não deve ser glorificado, e sim o do Senhor. Toda coroa deve ser colocada aos pés de Cristo. O apóstolo mostra aos judeus a enormidade de seus delitos, mas sem a intenção de aborrecê-los ou levá-los a perderem a esperança. Com toda certeza aqueles que desprezam, rejeitam ou negam a Cristo o fazem por ignorância, e isso não será apresentado como desculpa em nenhum caso.
Vv. 19-21. A absoluta necessidade de arrependimento deve pesar solenemente na consciência de todos aqueles que desejam que seus pecados sejam apagados e que possam ter parte no refrigério que nada pode dar, senão o sentimento do amor perdoador de Cristo. Bem- aventurados são aqueles que têm sentido isto. Não era necessário que o Espírito Santo desse a conhecer os tempos e as estações desta dispensação.
Estes temas ainda estão obscuros, e quando os pecadores tiverem convicção de seus pecados, clamarão ao Senhor por perdão; o penitente convertido e crente terá tempos de refrigério na presença do Senhor. Em um estado de tribulação e prova, o glorioso Redentor estará fora do alcance da vista, porque devemos viver por fé nEle.
Vv. 22-26. Aqui há um forte discurso para advertir os judeus sobre as temíveis conseqüências de sua incredulidade, com as mesmas palavras de Moisés, seu profeta preferido, devido ao zelo fingido daqueles que estavam prontos para rejeitar o cristianismo e procurar destruí-lo. Cristo veio ao mundo para trazer uma bênção consigo, e enviou o seu Espírito para que fosse a grande bênção. Cristo veio abençoar-nos, convertendo-nos de nossas iniqüidades e salvando-nos de nossos pecados. Por causa de nossa própria natureza nos apegamos fortemente ao pecado; o desígnio da graça divina é nos converter disto para que possamos não somente abandoná-lo, mas odiá-lo. Que ninguém pense que pode ser feliz continuando em pecado quando Deus declara que a bênção está em apartar-se de toda iniqüidade. Que ninguém pense que entende ou crê no Evangelho se somente busca ser livre do castigo do pecado, mas não espera felicidade ao ser livre do próprio pecado. Ninguém espere ser livre de seu pecado a não ser que creia em Cristo, o Filho de Deus, e o receba como sabedoria, justiça, santificação e redenção.
A CURA DE UM COXO = SEGUNDO ESTUDO = Atos 3
Introdução
O livro de Atos descreve o início da Igreja. No capítulo anterior, estudamos o primeiro sermão, ministrado no dia Ia organização da Igreja. Vimos ainda a resposta ao primeiro apelo. Neste capítulo, passaremos a considerar o primeiro milagre apostólico.
1 - As Circunstâncias
1. A ocasião. “E Pedro e João subiam juntos ao templo hora da oração, a nona”. Os primeiros cristãos eram de nacionalidade judaica. Eles se reuniam para o culto num dos pórticos do Templo, privilégio concedido aos vários grupos religiosos entre os judeus. Eles se reuniam para o estudo das Escrituras. No princípio, ninguém os molestava. Consideravam os cristãos mais uma seita dentro do judaísmo, por mais fanática que lhes parecesse. Mais tarde, os líderes tiveram de abandonar esta idéia.
É provável que os primeiros cristãos tivessem três reuniões diárias. Isto devido ao costume judaico das três hora do culto divino no Templo (SI 55.17; Dn 6.10): à terceira hora, do sacrifício da manhã, equivalente às nove hora atuais; ao meio-dia, provavelmente um culto de ações de graças; e, finalmente, a reunião de oração que coincidia com o sacrifício da tarde, à hora nona, ou as atuais 15 horas. Foi neste último horário que Pedro e João entraram no; Templo para um período de culto cristão.
2. O lugar. Foi na porta Formosa que os apóstolos viram o coxo. O Templo era cercado por três átrios de mármore. Cada um num nível mais alto, subindo por lanços de degraus, a partir da entrada exterior no nível da cidade. O átrio mais baixo era o único ao qual os gentios tinham acesso. Subindo os degraus, chegava-se ao segundo átrio, o central, além do qual nenhuma mulher tinha o direito de subir. Então, mediante outro lanço de degraus, subia-se ao átrio superior onde estavam o altar e o santuário.
Em cima do lanço de degraus, no nível do Templo e dando acesso a ele, estava a porta Formosa. Era feita de latão de Corinto e ricamente ornada e coberta de ouro e prata que, com a luz do sol, brilhavam com glória reluzente.
3. O sofredor. “E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam”. Que contraste! Uma porta forte, bela, despertando a admiração de todos, e um pobre mendigo, vestido em trapos, procurando continuar sua existência à base de esmolas. Tais contrastes existem pelo mundo afora.
E assim continuam, até que alguém, dotado do poder de Deus, pronuncie a palavra que faz os fracos e débeis ficarem moral, física e espiritualmente tão belos quanto o Universo. Dia após dia, o homem era levado para o Templo. Esperava que os adoradores estivessem mais inclinados à caridade do que outras pessoas. Muitos aflitos esperam algo do calor da religião no meio da fria indiferença do mundo.
Cura
1. O pedido. “O qual vendo a Pedro e a João, que iam entrando no Templo, pediu que lhe dessem uma esmola. Mecanicamente começou a fazer suas lamúrias. Talvez não olhasse para os apóstolos nem esperasse receber coisa alguma.
2. A ordem que chamou a atenção. “E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós”. O mendigo tinha de ser despertado da sua letargia. Necessitava preparar a mente e o coração para receber uma bênção espiritual: “E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa”. As palavras de Pedro despertaram expectativa no mendigo. Foi arrancado do seu estado de desespero e alguma esperança começou a surgir na sua mente. Ninguém havia falado assim com ele antes. Os adoradores geralmente lançavam-lhe uma moeda quase sem olhar para ele. Aqui, no entanto, estavam dois homens que lhe dedicavam total atenção, como se tivessem verdadeira preocupação com a situação dele. Certamente era este o prelúdio de um presente fora do comum.
3.O presente inesperado. “E disse Pedro Não tenho prata nem ouro” - Podemos imaginar a decepção do mendigo! Pedro, no entanto, ainda não acabara de falar:
... mas o que tenho isso te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. Tinha algo melhor do que dinheiro para oferecer àquele homem necessitado (cf. 1 Pe 1.18,19). Pedro estava cumprindo o mandamento de Cristo que, após ter concedido poder milagroso aos apóSt0l05 disse “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 1O.8,9). Desta forma, o apóstolo tipifica a verdadeira Igreja de Deus, que, apesar de pobre quanto aos bens deste mundo, tem poder para realizar milagres. E muitas vezes, quando uma igreja já não pode dizer: “Não tenho prata nem ouro”, também perde o poder de dizer: “Em nome de Jesus Cristo, o. Nazareno, levanta-te e anda”.
4. A cura milagrosa. “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram”. Notam-se três fatos com respeito à cura:
4.1. Foi em nome de Jesus Cristo. A palavra “nome”, conforme o emprego bíblico, está vinculada à personalidade e influência da pessoa. Quando o Antigo Testamento fala acerca do “nome de Deus”, está tratando da manifestação daquilo que Deus realmente é. E, quando Pedro levantou o coxo em nome de Jesus, estava invocando o poder e a virtude que estão contidos na personalidade de Jesus. O nome de Jesus é um nome salvador porque representa a pessoa do Salvador. Este nome só pode ser invocado por aqueles que têm verdadeira fé nele (cf. At 19.13-16). “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome... e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Mc 16.17,18).
4.2. A cura foi realizada mediante a fé. “E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde” (At 3.16). O coxo exerceu um pouco de fé, ou foi Pedro que exerceu toda a fé? O Senhor sempre requer fé, quando possível, da parte daqueles a quem cura. Portanto, temos a certeza de que este homem deu alguma resposta de fé (cf. At 14.8-10). Será que o coxo ouvira o Evangelho, de forma que sua fé pôde ser despertada mediante a Palavra de Deus? (Rm 10.17). E provável que o homem já tivesse visto Jesus passar por aquela porta, e que tivesse ouvido acerca dos seus ensinos, crucificação e ressurreição. As pessoas, certamente, tinham comentado perto dele os eventos do Pentecoste e o poder de Jesus para salvar os pecadores. Guiados pelo Espírito, Pedro e João pararam e discerniram a semente de fé no coração do homem. Falaram palavras que ajudaram à fé expressar-se mais plenamente. Imediatamente à fé frutificou de tal maneira que a folha, a espiga e o grão maduro cresceram de uma só vez.
Por outro lado, pode ser que a autoridade da ordem dada por Pedro, em nome de Jesus, tivesse bastante influência para produzir a fé salvadora. O endig0 pode ter sido suficiente ente singelo para crer em tudo quanto Pedro disse.
4.3. A cura foi levada a efeito mediante poder sobrenatural!. “E logo os seus péS e artelhos se firmaram”. Este home1 não foi curado pelas sugestões da sua própria mente, vivíficando suas ergia5. Foi, flO entanto, pelo poder sobrenatural da parte de Deus que lhe sobreveio de cima e de fora dele.
5. A seqüela feliz. Pedro e João cont1fluam seu caminho para o culto, tendo agora um acompanhante feliz: “E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no Templo, andando, e saltando, e louvando a Deus”. Esta maneira pouco clássica de entrar no Templo deve ter causado surpresa e até repúdio a alguns dos frios freqüentadores do culto.
Quando porém um coxo de nascença recebe a cura milagrosa e instantânea mediante o poder de Deus, manter a aparência é de pouca importância. O simples andar não parecia suficiente ao homem que achava tão maravilhosas suas novas capacidades.
“E todo o povo o viu andar e louvar a Deus e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à porta Formosa do Templo; e ficaram cheios de pasmo e assombro, pelo que lhe acontecera. E, apegando-se o coxo, que fora curado, a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles...” Este i1agre tinha um propósito muito prático - exaltava o nome de Jesus e dava publicidade aos pregadores do evangelho.
Com isso uma grande multidão se dispôs a escutar a mensagem. Pedro diz que Jesus é a fonte do poder milagroso. Não por ter ele operado na terra, mas por estar agora assentado à destra de Deus. Estas palavras exigiam muita coragem, para serem faladas no Templo. Elas colocavam Pedro sob o risco de s levado à prisão. No entanto, Pedro possuía o heroísmo que um Cristo morto nunca poderia ter concedido. Sua própria atitude, e não somente as palavras que falava, se constituía em evidência de que Cristo realmente estava vivo.
III - Ensinamentos Práticos
1. “Cooperando com eles o Senhor” (Mc 16.20). Os que negam o sobrenatural precisam explicar uma coisa. Os primeiros missionários eram membros sem influência, de urna nação desprezada. Corno, então, conseguiram fazer progredir a religião de Cristo, face à cultura da Grécia e de Roma? e ao ponto de obter a supremacia, apesar das suas doutrinas de abnegação. O segredo do triunfo do Cristianismo não se achava na qualidade dos homens que o pregavam. Estava sim, na pessoa de Cristo, por eles pregado e de quem recebiam o poder.
O general inglês Wellington calculava que a presença de Napoleão no campo da batalha valia por 40.000 soldados. Não somente por sua perícia corno comandante, mas também porque sua presença inspirava coragem e confiança na vitória. A presença de Cristo no campo de batalha espiritual vale muitíssimo mais: “E eis que eu estou convosco todos os dias...”
2. A mão que ajuda. “E, tornando-o pela mão direita, o levantou”. Certo criminoso deixou seus maus caminhos e dedicou-se à vida cristã. Tudo porque o conde de Shaftesbury, famoso político cristão que lutava por reformas sociais, o tornou pela mão e amorosamente lhe disse: “Você ainda virá a ser um homem de verdade!”
3. Mais precioso do que ouro. “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou”. Nos períodos históricos em que a Igreja tem tido quantidades de ouro e prata, não tem havido poder espiritual. A tradição judaica diz que no Templo de Jerusalém havia uma flauta feita de taquaras. Remontando aos tempos de Moisés, ela possuía uru som maravilhoso que encantava os adoradores. Quando, porém, os sacerdotes resolveram revestir a preciosidade com camadas de ouro, o som ficou metálico e antipático até grosseiro. O ouro estragara suas notas doces e claras. A Igreja de Jesus Cristo começou com uma nota celestial e gloriosa.
O institucionalismo e o mundalismo, no entanto, muitas vezes chegaram a estragar a pura mensagem do Evangelho. Fiquemos firmes na simplicidade que há em Cristo.
4. Mordomos de Deus. “... mas o que tenho isso te dou”. Toda pessoa que está em comunhão com o Senhor Jesus tem algo, ou pelo menos deve ter, para oferecer aos espiritualmente necessitados. Mesmo os que não possuem bens materiais podem oferecer o que têm: uma palavra de testemunho ou encorajamento, uma oração.
Algo que seja como uma mão auxiliadora para tirá-lo de sua incapacidade espiritual. Certo reformador e novelista disse a um mendigo, magro e com frio, que lhe implorara uma esmola: “Não fique zangado comigo, irmão, não tenho nada para dar”. O rosto pálido iluminou-se, e os lábios roxos de frio formaram um sorriso. “Chamou-me de irmão, afinal, e este foi muito grande”. passando por lá uma hora mais tarde, o reformador ainda viu o sorriso nos lábios do mendigo. Deu-lhe algo melhor do que ouro e prata.
BorroW, autor inglês disse que certa vez um grupo de ciganos vinha atrás dele, clamando: “Dá-nos Deus!”“Eu não sou nem sacerdote nem ministro”, respondeu ele. “E só posso lhes dizer: Deus tenha misericórdia de vocês”. Jogou algumas moedas às crianças e afastou-Se. Urna das mulheres gritou para ele: “Não queremos dinheiro! Temos bastante. Dá-nos Deus!” Se você estivesse lá, quanto de Deus poderia ter oferecido àquela mulher?
5. Deixando o caminho livre para Deus. Pedro e João viram a admiração do povo crescendo, a ponto de se transformar em idolatria. Então, desviaram deles a atenção a fim de concentrá-la exclusivamente no Mestre. Quando a adoração manifestou-se nos corações, os dois se afastaram e apresentaram a pessoa de Jesus. O Senhor recebeu, assim, todo o louvor e glória.
Quando Leonardo da Vinci completou seu célebre quadro da Ultima Ceia, convidou um amigo para apreciá-lo. “O quadro é primoroso”, exclamou o amigo. “Aquela taça de vinho se ressalta da mesa em prata maciça e brilhante”. Sem esperar mais nada, o artista tomou um pincel e apagou a pintura da taça, dizendo: “Minha intenção era que a pessoa de Cristo atraísse em primeiro lugar o olhar das pessoas, e qualquer coisa que desvia dele a atenção precisa ser apagada”.
Bem-aventurado é o obreiro cristão que, tendo despertado o interesse das multidões, saiba levá-las a Cristo.
6. Ferindo a fim de sarar. Whitefield pregava a grandes auditórios de mineiros de carvão. Havia tanta gente que era difícil ler as emoções nos rostos. Todos cobertos por camadas de pó. Vendo as marcas brancas, feitas pelas lágrimas no meio do carvão, sabia que a Palavra já tinha alcançado os corações. Então, deixava os aspectos da lei e de condenação e anunciava a graça e a consolação.
Pedro amava de todo coração seus compatriotas. Contudo, não deixou de lhes fazer profundo corte nas consciências (vv. 12-19). Corno um cirurgião capaz, que corta para curar. As pessoas só valorizam o Salvador quando percebem quão grande é o seu pecado e que estão perdidas. Spurgeon dizia que, para se levar um homem à salvação, é preciso primeiro levá-lo a reconhecer que está perdido.
7. Uma escolha fatal. “Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida”. Jesus tinha a reputação de bondade e pureza entre o povo. Barrabás era revoltoso e assassino. Provavelmente lançava mão de um falso patriotismo como pretexto para roubar. A multidão, surgindo a possibilidade da escolha, rejeitou Jesus. Ele não tinha satisfeito suas expectativas nacionalistas. O espírito demonstrado na escolha de Barrabás frutificou de modo lógico na revolta de 68 d.C. Iniciando então a mais terrível calamidade sofrida pela nação em toda a sua história. A natureza humana não mudou. Poucos negariam as virtudes de Jesus. Porém, nas escolhas práticas da vida o rejeitam em favor das riquezas, da fama, dos prazeres ou poder. Quem faz estas escolhas nunca acha paz e felicidade sólidas e permanentes. Estas são propriedades exclusivas dos que escolhem o Galileu.
CONCLUSÃO
Jesus garantiu estar com sua Igreja até “a consumação dos séculos” (Mt 28.20), operando os mesmos milagres (Mc 16.16-20). Nós somos a continuação dos cristãos primitivos. Por isso, vemos os mesmos sinais na atualidade e em todas as partes. Jesus Cristo é o mesmo. Ele não muda (Hb 13.8). Portanto, esses sinais são para os nossos dias.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – M
BIBLIOGRAFIA
Comentário Bíblico Atos – Myer Pearlman
Comentário Bíblico Mathew Henry
Lições bíblicas CPAD 1996
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