A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO
TEXTO AUREO = “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.10).
VERDADE PRÁTICA A descida do Espírito Santo é o cumprimento da promessa de Deus e marca o início da era da salvação, que terminará com a vinda de Cristo.
LEITURA EM CLASSE = ATOS 2.1-13,38
INTRODUÇÃO
A manifestação das línguas tem sido objeto de extensos debates. A experiência vivida pelos apóstolos nessa ocasião foi um fenômeno completamente novo. A Noiva de Cristo através dos séculos vem experimentando essas experiências pentecostais.
1. DIA DE PENTËCOSTE
1. “Cumprindo-se o dia de Pentecoste” (v. 1). Pentecoste (Nm 28.26) era uma das três principais festas judaicas, instituídas por Deus, através de Moisés. Páscoa (Lv 23.4- 8) e Tabernáculos (Lv 23.34) são as outras duas. Essas festividades solenes eram significativas e apontavam para o Messias.
a) Páscoa. Era a comemoração da saída dos filhos de Israel do Egito, também chamada de Festa dos Pães Asmos ou Ázimos (porque nela o pão era sem fermento), comemorada ainda hoje pelos judeus. Para nós, ela se cumpriu no sacrifício de Jesus, pois o cordeiro pascal, descrito em Êxodo 12.3-8, apresenta os requisitos encontrados em Cristo.
b) Festa dos Tabernáculos. Chamada em hebraico de “Sucot”, comemora o período em que os filhos de Israel viveram em cabanas no deserto, quando saíram do Egito (Lv 23.33-43). Era a última festa do ano e durava oito dias. Era uma festividade alegre (Lv 23.40). Está mencionada em João 7.37-39. Ela representa o gozo e a alegria dos crentes. O quadro profético ainda não se cumpriu: será no Milênio.
c) Pentecoste. É uma palavra grega que significa “qüinquagésimo”, porque essa festa era celebrada 50 dias após a Páscoa (Lv 23.15,16). Chamada em hebraico de “Shavuot”, plural de “shavua “, significa “semana”, mas é também conhecida como a Festa das Primícias, pois coincidia com o fim da colheita de trigo. O nome “Festa de Pentecoste” ficou assim conhecido, por ser realizada no qüinquagésimo dia após a Páscoa.
2. Reunidos no mesmo lugar (v. 1). Havia quase 120 discípulos, incluindo as corajosas e heroínas pessoas anônimas que tiveram participação efetiva na obra de Deus (At 1.15). O local era o Cenáculo, em Jerusalém (At 1.13), onde perseveravam “unanimemente em oração e súplicas” (At 1.14). À luz do contexto reunidos no mesmo lugar fala de unanimidade de propósito, esperando a promessa do Pai.
II. A VINDA DO ESPÍRITO SANTO
1. Barulho vindo do Céu (v.2). Vento e fogo são dois dos símbolos do Espírito Santo (Mt 3.11; Jo 3.8). A manifestação divina ligada ao fogo era comum no Antigo Testamento, tanto para trazer juízo (Jl 2.3), como para iniciar uma nova era ao povo de Deus (Ex 3.1,2).
2. Línguas repartidas como que de fogo (v. 3). Isso fala das diversidades de línguas. O fogo é a garantia de que Deus estava nesse negócio, visto que para os judeus a manifestação divina estava ligada ao fogo (Ex 3.2, 3; 19. 16-20; 1 Rs 18. 38; Lc 9.54).
3. “Todos foram cheios do Espírito Santo” (v.4). Nenhum dos patriarcas e profetas viveu essa experiência, embora alguns deles falassem desse evento mais como algo ainda para o futuro, pois, na época do Antigo Testamento, o Espírito Santo atuava sob medida.
a) Nomes do Espírito Santo no Antigo Testamento. O Espírito Santo está presente em todo o Antigo Testamento, a partir de Gênesis 1.2, de maneira expressa, pois, como terceira Pessoa da Trindade, Ele está onde surge o nome de Deus. A expressão “Espírito Santo” só aparece três vezes na Antiga Aliança (Sl 51.11; Is 63.10,11).
b) Divindade e personalidade no Antigo Testamento. E apresentado como Deus pessoal no Antigo Testamento: “O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em sua boca, disse o Deus de Israel...” (2 Sm 23.2,3).
c) Obras do Espírito Santo no Antigo Testamento. Atuou na criação do Céu e da Terra (Gn 1.2; Sl 104.30) e do homem (Jó 33.4). Inspirou os profetas do Antigo Testamento (2 Pe 1.19-21). Por essa razão, o profeta era chamado de “homem do Espírito” (Os 9.7).
d) O Espírito Santo no Novo Testamento. O homem do Antigo Testamento desconhecia a experiência pentecostal, pois a descida do Espírito Santo foi para que ficasse conosco “para sempre.” Era a promessa de Jesus para a Dispensação da Igreja (Jo 14.16).
e) “Cheio do Espírito Santo”. O que significa ser “cheio do Espírito Santo”? É uma figura de linguagem. Significa que alguém abriu espaço em sua vida, para que o Espírito Santo possa operar sem restrição.
III. FALAR LÍNGUAS
1. “Começaram a falar em outras línguas” (v. 4). Era Babel às avessas. Naquela torre, ninguém se entendia, pois um não compreendia o que o outro dizia (Gn 11.7-9). Em Jerusalém, no Pentecoste: “cada um os ouvia falar na sua própria língua” (v. 6).
a) O duplo milagre. Essas línguas não eram da Terra. A palavra “línguas”, nos versículos 3 e 4, é glossa.(grego). Mas o vocábulo “língua”, nos versículos 6 e 8, é dialektos, (grego). O que isso significa? Que o milagre foi duplo: Os discípulos falaram línguas desconhecidas (glossa), e cada representante dessas 17 nações ouvia-os em sua própria língua (dialektos).
b) Língua do Céu. Língua estranha não é o mesmo que língua estrangeira, a qual há sempre quem possa entender, mas a língua estranha só compreende quem o Espírito Santo revelar. Disse o apóstolo Paulo: “Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios” (1 Co 14.2).
c) Exemplo prático. John L. Sherrill, em seu livro Eles Falam em Outras Línguas, pp. 153-155, afirma que apresentou a seis lingüistas (três deles da Universidade de Colúmbia) fitas de vozes de pessoas que falavam em línguas, que ele gravou em cultos pentecostais. Um deles era técnico no estudo de estruturas lingüísticas. Ao ouvirem essas fitas, não puderam identificar coisa alguma dessas línguas. Disseram que eram línguas estruturadas, embora não as identificassem.
2. Línguas como evidência do batismo no Espírito Santo. Ter o Espírito Santo não é o mesmo que ser batizado no Espírito Santo. Os discípulos, mesmo antes do Pentecoste, já tinham o Espírito Santo (Jo 20.22). O batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder que capacita o crente a fazer a obra de Deus, principalmente, para fazer missões (At 1.8; Lc 24.49).
a) Como se sabe que alguém foi batizado no Espírito Santo? A evidência desse batismo é o falar línguas. No dia de Pentecoste eles falaram línguas (v. 4).
Antes disso, ninguém tivera tal experiência. Na casa de Cornélio, como Pedro soube que o Espírito Santo desceu sobre eles? “Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46).
b) Perigo das inovações. Há igrejas neopentecostais que não têm noção dessa evidência e confundem ter o Espírito Santo com o batismo no Espírito Santo. Ultimamente, estão inventando muitas práticas exóticas sem apoio bíblico.
Eu já vi alguém dizer: “Eu falo línguas”, e outra pessoa responder para ele: “Fale”, e ele começar a falar. Há também pessoas que querem ajudar Jesus fazer a obra: Falam línguas e mandam as pessoas que ainda não foram batizadas imitá-las.
3. O batismo no Espírito Santo hoje (v. 38). Não há qualquer indicação no Novo Testamento de que a promessa do batismo no Espírito Santo seja algo meramente para o primeiro século, como defendem expositores antipentecostais. A promessa é para “tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”. Há registros de que ao longo da história do Cristianismo, diversos cristãos falaram línguas. Irineu, Agostinho, Lutero, Wesley e muitos outros. Com o avivamento cio País de Gales, de Kansas e da rua Azuza, quase simultaneamente, o fenômeno das línguas voltou a ser algo generalizado, e não meramente uma raridade.
CONCLUSÃO
A promessa do Espírito Santo diz respeito, principalmente, aos “últimos dias”, e não à era dos apóstolos. Além disso, Pedro, ao citar o profeta Joel, substituiu a expressão “derramarei o meu Espírito” por “derramarei do meu Espírito”. Isso mostra que o Pentecoste foi o início da Dispensação do Espírito Santo, e que a efusão do Espírito seria na sua plenitude nos “últimos dias”, os dias em que estamos vivendo.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1996
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