sexta-feira, 23 de março de 2012

O Reino Milenial de Cristo

O Reino Milenial de Cristo

O arrebatamento foi discutido no capítulo anterior. Mas vale considerar novamente o trecho de Tito 2.11-14: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem- aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (ver Stanley M. Horton, “1 Believe in the Pre-Tribulation Rapture”, Pentecostal Evangel, 2 de julho de 1989, págs. 8 e 9; Stanley M. Horton, “Counted Worthy to Escape”, PentecostalEvangel, 15 de agosto de 1976, págs. 6 e 7).

A REVELAÇÃO DE CRISTO

A revelação de Cristo é a segunda fase da segunda vinda; ocorrerá algum tempo após o arrebatamento, que terá sido a primeira fase. Nessa maravilhosa ocasião, os pés de Jesus estarão “sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul... “Então virá Senhor meu Deus, e todos os santos contigo, ó Senhor” (Zc 14.4,5). A promessa de uma descida literal à terra foi corroborada pelos mensageiros angelicais que anunciaram à multidão espantada, na ascensão de Cristo: Ele retornaria, “assim como para o céu o vistes subir” (At 1.11). Tendo Ele partido do monte das Oliveiras à vista de todos, pode-se concluir que retornará de forma visível ao mesmo local.

Apocalipse 1.7 aponta para essa vinda pública de Cristo: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que os traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”. Quando Cristo retornar ao mundo em poder e glória, na fase da revelação de sua segunda vinda, trará com Ele os seus santos (Ji 3.11; 1 Ts 3.13;Jd 14).

Há vários propósitos na revelação. Jesus virá para revelar-se e mostrar os seus santos. O arrebatamento ocorrerá de súbito, aparentemente oculto à visão das pessoas do mundo,. que não têm discernimento. A revelação, porém, será pública. Pessoas que não o quiseram reconhecer durante a era da Igreja e que preferiram ignorar o desaparecimento de milhares de pessoas - o arrebatamento - serão forçadas a reconhecer o Rei dos reis quando este revelar-se (Jl 3.11,12; Zc 14.5; Mt 16.27; 24.29-3 1; Cl 3.4; 1 Ts 3,13; 1 Jo 3.2).

Ele virá em poder e glória para julgar os seus inimigos. A besta, o Falso Profeta e os exércitos que deram apoio aos adversários de Deus sofrerão a ira do Juiz. Forças terríveis, atuantes num tempo de tribulação sem precedentes, serão derrubadas e destruídas (2 Ts 2.8,9).

Os maus espíritos que sairão da besta, do Falso Profeta e do dragão (Satanás) dirigir-se-ão a Jerusalém para conquistá-la, no fim Grande Tribulação (Zc 12.1-9; 13.8,9; 14.12; Ap 16.12-16).
E, quando a vitória do mal parecer iminente, o Senhor Jesus descerá do Céu com seus exércitos de valentes, provavelmente incluindo tanto os santos quanto os anjos (Ap 19.11-16). Cristo, o Rei, triunfará maravilhosamente nesse momento crítico, e os líderes das hostes ímpias O serão lançados no lago do fogo (SI 2.3-9; 2 Ts 2.8; Ap 19.19,20), Dessa maneira abrir-se-á o caminho para o governo terreno de Cristo, a inauguração de um novo regime conhecido como o Milênio, “Milênio”- vem do latim mille, “mil”, e annus, “ano”.

A revelação de Cristo, por ocasião de sua segunda vinda, não somente esmagará o poder do maligno, ou seja, o Falso Profeta e a besta, mas também amarrará o próprio Satanás (Rm 16.20; Ap 20.1,2). Por 1000 anos ele permanecerá amarrado, antes de sua eventual libertação e confinamento ao lago do fogo, com o restante de seus emissários.

O MILÊNIO

O retorno de Jesus, com poder e grande gloria, é vivida- mente descrito em Apocalipse 19.11-16: E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com cetro de ferro, e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso. E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.

O cavalo branco indica que Cristo virá como poderoso conquistador. “Fiel e Verdadeiro” significa que Ele é genuíno e real: o mesmo Jesus (a Palavra Viva) que nasceu em uma manjedoura. Suas vestes tintas de sangue apontam para o fato que Ele é o mesmo que morreu na cruz. “As regerá com um cetro de ferro” significa, literalmente, “fazer o papel de pastor com um cetro de ferro”. Isto, juntamente com o fazer a guerra, empunhando uma aguda espada, será cumprimento de Daniel 2.34,35,44,45, onde a “pedra” destruirá os remos deste mundo e se tornará um reino que encherá a terra inteira. As vestiduras de “linho finíssimo” dos exércitos que o seguirão identificam-se com a Igreja (Ap 17.14; 19.8), a qual desde o tempo do arrebatamento estará com o Senhor para sempre (1 Ts 4.17; ver Stanley M. Horton, The Ultima te Victory: An Exposítion ofthe Book ofRevelation, Springfield, Mo,: Gospel Publishing House, 1991, págs. 281-284).

PONTOS DE VISTA DO MILENISMO

A Igreja Primitiva acreditava que Cristo retornaria para estabelecer o seu Reino e reinar em Jerusalém como o verdadeiro e final Herdeiro do trono de Davi. Aceitava-se como literal a promessa de Jesus de que os 12 apóstolos sentar-se-iam sobre 12 tronos, para julgar e governar as 12 tribos do Israel já restaurado (Mt 19.28).

Paulo elogiou os crentes de Tessalônica porque, deixando os ídolos, “vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Ts 1.9,10).
Eles podiam identificar-se com aqueles que cantarão o novo cântico de Apocalipse 5.9,10, que celebra não somente a redenção pelo sangue do Cordeiro, mas também o fato de que Cristo os tornará reis e sacerdotes, e que reinarão sobre a terra.

Conforme o tempo se foi passando, a esperança de alguns crentes se esfriava. Mas houve quem continuasse, nos primeiros séculos do Cristianismo, a enfatizar o reino milenial de Cristo sobre a terra. Eles eram às vezes chamados pelo apelido de “quiliastas”, derivado da palavra grega xilía, “mil”.

Então, após ter sido o Cristianismo proclamado religião oficial do império romano, começou a mudança. Os pastores das igrejas não mais assumiam o papel de líderes-servos. O Pelo contrário, seguiam o padrão de governo do Império romano, constituindo uma hierarquia própria.

Quando a capital do império romano mudou-se de Roma para Constantinopla, criou-se um vácuo político em Roma; mas então o bispo de Roma entrou nesse vazio para assumir a liderança política, fazendo da sé um trono. Os demais bispos começaram a olhar para suas igrejas como bases de poder, pois sua atenção desviara-se da bendita esperança, preferindo o poder e a autoridade terrenos.

Como resultado, o pós-milenismo (“pós” significa “depois” - em outras palavras, acreditavam que o retorno de Cristo dar-seja depois do “atual” Milênio) surgiu em cena, ensinando que o reino milenar, iniciado na ressurreição de Cristo, terminará com sua segunda vinda. Com isso estavam afirmando que não haveria um futuro Reino de Deus sobre a terra. Agostinho, bispo de Hipona, no Norte da Africa (396 - 430 d. C.), provavelmente foi um dos principais promotores desse tipo de pós-milenismo, embora seja também considerado um dos vultos entre os amilenistas. O único reino com que os advogados desse ensino se preocupavam era o que podiam edificar para si mesmos, usando as pessoas como servos.

Posteriormente, apareceu em cena o amilenismo, ensinando que não haveria milênio algum na terra (o “a” inicial significa “não”). Esses pontos de vista foram transportados para as igrejas protestantes da Reforma. Visto que negavam o Milênio, não tinham espaço em seus sistemas teológicos para a restauração terrena de Israel. Por conseguinte, as profecias veterotestamentárias respeito desse reino e de Israel eram espiritualizadas e aplicadas à Igreja. Declarou-se que Israel, por ter rejeitado a Jesus como o Cristo, perdera todas as promessas que Deus lhe fizera. Também o livro de Apocalipse foi espiritualizado.

Afirmava-se que Satanás estava amarrado à cruz, pelo que o Evangelho poderia ser propagado de maneira maravilhosa, sem os empecilhos lançados pelo diabo. Ensinava-se também que, retornando Cristo, Milenial haveria um julgamento geral e simultâneo de justos e injustos. Ele então estabeleceria imediatamente o seu Reino eterno, sem nenhum milênio. Mais tarde ainda, os amulenistas passaram a ensinar que qualquer milênio que possa haver, está acontecendo agora (ou espiritual, sobre a terra, ou então, no Céu). Algumas vezes é difícil distinguir os pósmilenistas dos amilenistas. Eles compartilham grande parte de seus ensinos; ambos espiritualizam pesadamente as Escrituras.


Admitimos que o livro de Apocalipse usa figuras de linguagem. Mas elas representam realidades, O Anticristo é retratado como uma fera, mas será uma pessoa real, conforme 2 Tessalonicenses 2. Também há declarações indubitavelmente literais em Apocalipse, especialmente nos capítulos iniciais e finais, Os 1000 anos são mencionados seis vezes no capítulo 20. Repetição, na Bíblia, indica ênfase, o que nos dá motivo para tomá-los literalmente. E, embora o tipo de corrente que amarrará Satanás não seja especificado, não há dúvidas de que ele estará acorrentado durante o Milênio.

Também está claro, nas Escrituras, que Satanás não foi amarrado à cruz. Cristo realmente ‘ressuscitou, vitorioso. A cruz e a ressurreição de Cristo são a garantia da derrota final de Satanás. Não obstante, a Bíblia declara que o inimigo do crente “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”, e que a nós compete resistir-lhe “firmes na fé” (1 Pe 5.8,9). Continuamos na necessidade de nos revestir de toda a armadura de Deus, pois continuamos em uma batalha espiritual e precisamos usar o escudo da fé, “com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.10-18). Entretanto, Apocalipse 20.2,3 revela que Satanás será amarrado e lançado no abismo, o qual será fechado e selado sobre ele, “para que não mais engane as nações até que os mil anos se acabem”. Por conseguinte, a prisão de Satanás só terá lugar quando Cristo voltar gloriosamente.

Em tempos mais recentes, surgiu outra forma de pós- O milenismo. Seus advogados fazem do milênio uma extensão da era da Igreja, ensinando que nesse tempo haverá uma grande propagação do Cristianismo sobre a face da terra. E então, quando a Igreja converter o mundo todo, Jesus retornará para julgar justos e injustos, ao mesmo tempo. Os que defendem esse ponto de vista usualmente afirmam que, a menos que se acredite na conversão do mundo antes da volta de Jesus, a crença no Evangelho não é verdadeira.

Outra moderna corrente pós-milenista tem capturado a imaginação de muitos (entre os quais incluem-se os defensores de idéias como “Reino Agora”, “Restauracionismo” e “Teologia do Domínio”; ver L. Thomas Holdcroft, “Is the Kingdom Now?” The PentecostalMinister, outono de 1988, págs. 15-19).

Chegam ao extremo de dizer que devemos nos reconhecer como pequenos deuses e tomar os remos deste mundo. E, quando isso for feito, Jesus virá, e lhe entregaremos esses remos. A semelhança dos outros pós-milenistas e amilenistas, os defensores dessa corrente espiritualizam as claras profecias da Bíblia e distorcem-nas, para que se ajustem à sua doutrina.

A idéia de que o mundo deve converter-se e os remos do mundo conquistados pela Igreja antes da volta de Jesus é produto não das Escrituras, mas de pensamentos humanos. Qualquer teoria pode parecer lógica, se forem deixados de lado alguns fatos. Mas quando buscamos as Escrituras, vemos Jesus alertando a seus discípulos de que parte da semente do Evangelho cairia à beira do caminho, outra parte sobre terreno pedregoso e outra ainda entre ervas daninhas. Uma quarta parte cairia em bom terreno, mas também haveria muita oposição (Mt 13.1-23). Em Mateus 24, Jesus adverte sobre os mestres e profetas falsos que se levantariam. Alertou também que, perto do fim, eles se tornariam piores. O livro de Atos mostra-nos como a Igreja cresceu em número e como a oposição também cresceu e continuou.
Não há conclusão formal no livro de Atos, pelo que podemos esperar que a mesma situação prossiga por toda a era da Igreja. Tanto Paulo quanto Pedro anunciam que, conforme nos aproximarmos do fim desta era, haverá “tempos trabalhosos”, difíceis para os cristãos viverem (2 Tm 3.1-5; 1 Pe 4.12-19; 2 Pe 3.3).

Tudo indica que o Reino de Deus virá através de julgamento. A grande imagem vista por Nabucodonosor, no segundo capítulo de Daniel, é uma representação do sistema do mundo, incluindo sua seqüência de impérios, segui- dos pelos pés de ferro e barro: uma mistura de estados nacionalistas, alguns fortes, outros quebradiços, que se subdividem repetidamente.

Embora Babilônia tenha cedido lugar à Média-Pérsia, que cedeu lugar à Grécia, que cedeu lugar a Roma, que cedeu lugar à variedade de estados, a imagem de Nabucodonosor permanece de pé. Temos conosco a astrologia babilônica, a ética da Média-Pérsia, a filosofia grega e as idéias romanas (isto é, de que o poder é o direito). Nunca houve, realmente, uma nova ordem mundial. Entretanto, surgirá em cena a pedra, representando Cristo e seu reino. Ela não penetrará na imagem e nem a transformará.

Antes, atingir-lhe-á os pés — o presente sistema mundial —, e a imagem inteira será reduzida a pó, e o pó será soprado pelo vento. Somente então a pedra tornar-se-á uma grande montanha, representando o reino milenial de Cristo a encher a terra. Até mesmo o que chamamos de coisas boas, no presente sistema mundial, terá de ser destruído, para abrir caminho às coisas melhores do Milênio, conforme Salmos 2.8,9; 2Tessalonicenses 1.7,8; Apocalipse 12.5; 19,11-21. Apocalipse 2.26-29 indica ainda que todos os crentes fiéis — os vencedores — estarão com Cristo e compartilharão de seu triunfo, tomando parte na ação, com vara de ferro, a esmigalhar as nações, como se fossem “feitas de argila”. Por conseguinte, a vara de ferro e o ato de despedaçar devem anteceder o estabelecimento do reino milenial, e não ser o próprio Milênio.

A posição pré-milenista é a única que toma a Bíblia tão literalmente quanto ela o requer (os pré-milenistas acreditam que Jesus retornará antes do Milênio). Acredita no cumprimento das profecias tanto para a Igreja quanto para Israel, e espera pela vinda de Jesus, para que Ele cumpra a promessa de assentar-se no trono de Davi e estabelecer o seu Reino na face da terra.

PROMESSAS NACIONAIS DE DEUS A ISRAEL

Deus prometeu a Abraão bênçãos pessoais, à sua numerosa descendência (Israel) e à todas as famílias da terra (Gn 12.3; 17.5,7; 22.17,18). Colocando-se de outra maneira, a promessa feita a Abraão inclui a sua descendência, a terra e as nações. A descendência incluía tanto uma numerosa descendência — Israel — quando um descendente único — Jesus Cristo — por meio de quem viriam as futuras bênçãos da redenção e o Espírito Santo.

A terra também estava incluída na promessa feita a Abraão e a Israel (Deus prometeu-lhe a terra entre o rio Eufrates e o rio do Egito, Gn 15.18,19). Ezequiel viu a futura restauração do território, especialmente nos capítulos 36 e 37 de seu livro. O profeta enfatiza a importância do nome do Senhor, que representa sua natureza e caráter. Ele viverá à altura de seu nome, e será sempre o Deus fiel que afirma ser.
Deus restaurará Israel tanto material quando espiritualmente, embora tenha ele profanado o seu santo nome. Mas o fará para honrar o seu nome, ou seja, demonstrar sua natureza e caráter santos. Essa é a santidade de Deus, mediante a qual Ele se dedicou a levar avante sua vontade e seu plano. Em conseqüência, não há maneira de espiritualizar a profecia de Ezequiel, e aplicá-la à Igreja.

Ezequiel 36.24-27 mostra-nos que Deus trará os judeus de todos os países e os levará de volta à sua terra. Em seguida, os purificará, restaurá-los-á espiritualmente e porá seu Espírito dentro deles. Em outras palavras, eles voltarão à sua terra na incredulidade. O capítulo 37 de Ezequiel diz a mesma coisa por meio de uma visão simbólica, onde, pelo
Milenial poder da palavra profética, ossos secos se ajuntaram (carne, músculos e pele os cobrem), mas eles não estão respirando.

Então, é ordenado a Ezequiel que profetize de novo. Assim, por uma ação posterior à palavra profética, a vida entra naqueles cadáveres. Os ossos secos retratam Israel espalhado entre as nações, sua esperança completamente seca. Isso não aconteceu durante os 70 anos do exílio babilônico, porquanto Jeremias profetizara o retorno após setenta anos. Mas, depois que as 12 tribos foram novamente espalhadas, entre os anos 70 e 135 da nossa era, os judeus atravessaram os séculos sem nenhuma esperança de voltar à Terra Prometida. P

or conseguinte, Ezequiel olha para uma futura restauração de Israel. Mas Deus não revelou quanto tempo passaria até a restauração espiritual. Com base nesta passagem, entretanto, torna-se claro que a terra continua sendo parte importante da promessa de Deus. A Lei de Moisés foi adicionada à promessa (01 3.19) — sem desfazer-se dela ou de parte dela. Quando o trabalho da Lei foi encerrado, a promessa continuou de pé, e até hoje é importante porção da Palavra de Deus. A fidelidade de Deus garante, assim, que Israel será restaurado à sua terra.

O trecho de Isaías 65.17 fala de Deus a criar novos céus e nova terra, no futuro. O versículo 18 começa com um forte pronome adversativo (no hebraico, ki- ‘im), traduzido por “mas” em nossa versão portuguesa (ver William L. Holladay, A Concise Hebrew and Araniaic Lexicon of the Old Testament, Grand Rapids; Wm. B. Eerdmans Pub. Co., 1971, pág. 156).

Em outras palavras, embora haja novos céus e nova terra, as profecias sobre Jerusalém terão seu cumprimento. O resto do capítulo refere-se às condições do Milênio, pois não se ajusta à descrição dos novos céus e da nova terra de Apocalipse. Antes, é paralelo às descrições do reino milenial, em Isaías 11.4-10.


O apóstolo Paulo tinha um grande amor pelo povo de Israel, que então rejeitara o Evangelho. Estava disposto a desistir da própria salvação eterna, se isto garantisse a salvação deles (Rm 9.1-5). Ele sabia que isso seria impossível, mas demonstra o quanto os amava. E pergunta, em Romanos 11.1: “Porventura, rejeitou Deus o seu povo?” Ele mesmo responde: “De modo nenhum!” (no grego, me genoito). Deus jamais permitirá que isso aconteça. Está claro que Deus não rejeitou o seu povo! E o contexto mostra que a Bíblia está falando de um Israel literal, e que Deus não alterou suas promessas.


Lembremo-nos, ainda, que os 12 apóstolos julgarão, ou governarão, as 12 tribos de Israel (Mt 19.28; Lc 22.30). Isso requer uma restauração literal de Israel. Não há como a Igreja possa vir a ser dividida em 12 tribos.

Assim, a visão pré-milenista é a única que permite a restauração de Israel como nação e o cumprimento literal das profecias de paz e bênção que Isaías e outros profetas previram:

1. Haverá paz universal: “E ele exercerá o seu juízo sobre as nações e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças, em foices; não levantará espada nação contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Is 2.4).

2. A glória do Senhor descansará num templo reconstruído. Ezequiel viu a glória partindo (Ez 9.3; 10.4,18; 11.23). Mais tarde, ele a viu voltando: “E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente.., e eis que a glória do Senhor encheu o templo” (Ez 43.2,5).

3. Jesus restabelecerá o trono de Davi: “Eis que vêm dias, diz o Senhor em qi.e levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23.5).

4. Haverá alegria: “Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com júbilo; alegria eterna haverá sobre a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o
gemido” (Is 35.10; ver 51.11; 55,12; 61.10; Jr 31.12).

5. A terra será abençoada: “Farei descer a chuva a seu tempo, chuvas de bênção serão. E as árvores do campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguras na sua terra” (Ez 34.26,27 - os pontos acima foram adaptados de Ernest Swing Williams, Systematíc Theology, vol. 3, Springfield, Mo.: Gospel Publishing House, 1953, págs. 235 e 236.

O Milênio será um tempo glorioso. O mundo será purificado de sua atual poluição e será renovado para atingir um estado superior ao do Eden antes da queda (Horton, Ultima te Víctory, págs. 293-298; ver Si 2.8; 24.7,8; Is 9.7; 11.6-19; 35.1,2; 61.3; Ez 40-48; Dn 2.44; Os 1.10; 3.5; Am 9.11-15; Mq 4.1-8; Zc 8.1-9; Mt 8.11; 19.28; At 15.16-18; Ap 2.25- 28; 11.15).

Entretanto, nossa esperança não está fixada somente no futuro. Temos encorajamento para o presente em Atos 3.19, onde Pedro fala sobre tempos de refrigério. O grego indica que sempre que as pessoas se arrependem (mudando seus corações, mentes e atitudes), seguem-se tempos de refrigério — até a volta de Jesus. Assim sendo, a bendita esperança deveria despertar-nos a buscar agora mesmo o reavivamento.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Livro:- Doutrinas bíblicas William W. Menzies – Stanley M. Horton


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