Apocalipse, a revelação de Jesus Cristo
Texto áureo = “Bem-aventurado
aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas
que nela estão escritas; porque o fim esta próximo” (Ap 1.3)
Introdução
O livro de Apocalipse, escrito por João o discípulo amado,
possui em seus escritos as maiores revelações sobre Cristo e a sua Igreja no
Novo Testamento. Caracteriza-se por apresentar uma série de eventos de grande
magnitude, composto por visões, revelações e profecias. A lição deste trimestre
traz mais luz sobre este assunto fascinante. A vitória da Igreja nestes últimos
dias depende exclusivamente de estar apercebida e preparada para aquele grande
dia (Lc 12.40; Mt 24.44).
1 - O Autor do livro
Para se entendermos
o momento histórico no qual viveu o nobre apóstolo, é preciso compreender que
após a diáspora judaica, do ano 70 da nossa era, pouco é revelado nos textos
bíblicos sobre os governos daquele período. Na trajetória histórica dos
imperadores romanos podemos identificar um pouco da vida do apóstolo João. O
apóstolo sofreu o desterro para ilha de Patmos onde ele teve a revelação do
livro de apocalipse. Do ano 70 até ao ano 95 o império romano teve muitos
imperadores, e cada um teve papel importante na história da igreja.
1.2 Tito
Flávio Vespasiano (Vespasiano)
Após a morte de
Nero surge no comando do império romano Vespasiano, que se tornaria imperador
entre os anos de 69-79. Importante imperador romano nascido em Falacrina,
também grafado na forma latina como Caesar Vespasianus Augustus,
o fundador da dinastia Flávia,
e que através de uma enérgica política pôs fim às guerras civis que assolaram
Roma após a morte de Nero e
promoveu a unidade interna do império. Foi designado por Nero para reprimir uma rebelião dos
hebreus na Judéia (67). Conquistou toda a Judéia, exceto Jerusalém.
Com a morte de Nero (68)
voltou a Roma, deixando seu filho Tito no cerco a Jerusalém. A
cidade de Roma perde estabilidade política e fica perto de uma guerra civil.
Proclamado imperador (69) pelas legiões egípcias, seguidas pelas da Síria e da
Judéia e com o apoio de Muciano,
combateu e venceu as forças de Vitélio,
que foi derrotado e assassinado. Devido à sua origem humilde, operosidade e
simplicidade, tornou-se muito popular e, em função deste prestígio, o Senado
lhe delegou poderes excepcionais. Promoveu a estabilidade política e
revitalizou a economia imperial por meio de rigorosa reforma tributária,
desenvolveu um vasto programa de obras públicas como a restauração do Capitólio
e o início da construção do Coliseu.
1.3 Tito Flávio Vespasiano (Tito)
Imperador
romano nos anos de 79-81, provavelmente nascido em Roma, filho mais velho e
sucessor de Tito Flávio Vespasiano,
que terminou a construção do Coliseu, obra iniciada por seu pai. Foi
indicado comandante de uma das legiões comandadas por seu pai na Judéia. Demonstrou notável bravura, e assumiu o comando
da guerra quando seu pai foi proclamado imperador (69) adquirindo grande
prestígio militar, após sufocar a Revolta Judia. Foi responsabilizado
pelos judeus pela destruição de Jerusalém (70). Durante o reinado de Vespasiano, participou do poder
imperial, ocupou sete consulados e comandou a guarda pretoriana. Morreu em Roma
e durante seu curto reinado ocorreu à catástrofe do Vesúvio (79) e Roma sofreu
um grande incêndio e foi atacada pela peste.
1.4 Tito Flávio Domiciano Augusto ( Domiciano)
Imperador romano
(81-96) nascido em Roma, considerado o último imperador da Dinastia Flávia e cuja política centralizadora
e a atitude tirânica, semeou o terror entre os habitantes de Roma, e tornaram
seu governo extremamente impopular. Segundo filho de Tito Flávio Vespasiano, e sucessor do irmão mais velho Tito Flávio Vespasiano, o filho, limitou os poderes do Senado,
irritando ainda mais os senadores ao acumular os títulos de cônsul (82-88) e de
censor perpétuo (85-96). No campo militar obteve grandes vitórias como a
conquista da Grã-Bretanha. Construiu uma fronteira fortificada ao longo do
Danúbio e firmou uma paz vantajosa com os dácios.
Negativamente desenvolveu a
repressão política e as perseguições contra Cristãos e Judeus que
aterrorizaram toda a população. Foi no período do governo de Domiciano, segundo
a tradição, que o apóstolo João foi desterrado para a ilha de Patmos. Domiciano
morreu assassinado (96), vítima de uma conspiração palaciana da qual
aparentemente participou sua própria mulher.
1.5 Marcus Cócio Nerva (Nerva)
Imperador
romano entre os anos de 96-98 nascido em Umbria, eleito pelo senado após o
assassinato de Domiciano, em
apenas dois anos de governo notabilizou-se como administrador justo e
introduziu reformas liberais tornando-se um dos governantes mais queridos da
história imperial, embora não tenha tido apoio militar. Sua carreira política
sustentou-se na lealdade e respeito ao senado. Não se conhecem experiências
militares ou nomeações para governos provinciais em sua carreira, ele
permaneceu decididamente leal ao Senado. Por sua idade, sua dignidade e o fato
de não ter filhos, não havendo, pois, perigo de que ele fundasse uma dinastia
ou adotasse os métodos autocráticos, foi escolhido imperador provisório (96) em
substituição a Domiciano. Em
suas reformas liberais, permitiu que os exilados voltassem e foi proclamada a
liberdade, a libertas. Segundo John Fox, em o Livro dos Martires, foi no
governo de Nerva que o apóstolo João ganhou a liberdade e pode sair da ilha de
Patmos.
2.0 O
livro de Apocalipse
Considerado um livro profético, o livro de Apocalipse, torna-se
o único entre os do novo testamento. Escrito numa época de grandes mudanças, o
livro escrito por João, o discípulo amado, tem muitas características próprias.
Valendo-se de uma linguagem um pouco diferente das utilizadas nos seus escritos
anteriores, o livro é marcado por uma série de eventos futuros e utiliza vários
elementos figurados.
Para maioria dos leitores da Bíblia, o livro de Apocalipse é de
difícil compreensão e interpretação nos dias hodiernos. Levando em consideração
o texto escrito por João, para aquele período, a escrita proposta era de fácil
percepção para os cristãos.
É evidente que muitos
teóricos, que utilizam este livro em seus comentários criaram várias
interpretações sobre seu conteúdo. Mas para isso a lição deste trimestre ira
nos revelar muitas e maravilhosas bênçãos sobre nossas vidas (Dt 29.29).
Revelado ao apóstolo João ainda em Patmos, o livro trata de uma serie de visões
e revelações que estavam acontecendo, que aconteceria num futuro próximo e
viriam a acontecer (Ap 1.1,19; 22.6).
O versículo chave da lição de hoje diz; “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão
escritas; porque o fim esta próximo” (vers.3). Ao começar relatar a sua
carta, pois o este livro assim pode ser definido, a preocupação do SENHOR é
justamente voltadas às pessoas que poderia ser alcançar por aquelas palavras.
Numa sociedade pobre, onde João vivia, predominava a oralidade. O texto diz bem aventurado aquele que lê, numa
referência aos que alcançasse a oportunidade de ter em suas mãos os seus
escritos, estes por sua vez, seriam provavelmente uns números muito reduzidos
de crentes e também a escassez de exemplares. Por conseguinte os ouvintes
seriam maioria, e a divulgação da palavra era constante e não era contida pelas
prisões e perseguições (2 Tm 2.9). Sabemos que foi diante das grandes
perseguições que o evangelho alcançou os lugares mais distantes. E ainda um
terceiro grupo de pessoas, que são os que guardam as palavras em seus corações
e as cumprem (Tg 1.22).
Escrito entre os anos de 90 e 96 d.C, o livro é muito
fascinante. Coberto por um tema escatológico o seu conteúdo tem levado a muitas
interpretações e considerações, muitas vezes errôneas sobre o seu conteúdo.
Escrito num período conturbado, no princípio do cristianismo, o livro é
composto por uma serie de figuras, imagens, visões e revelações. Ao tempo que
existe na sua composição uma série de eventos de grande magnitude esses por sua
vez segue certa ordem cronologia. A proposta do livro é revelar à humanidade as
coisas que vão para acontecer, tanto na terra o mundo físico, como nos céus,
mundo espiritual.
O livro do apocalipse é também considerado o único livro
profético em o Novo Testamento. A palavra grega utilizada por João (αποκαλυψις) definida como revelação, traz em seu bojo
toda uma carga profética revelada pelo
próprio Cristo para sua igreja.
3.0 Esboço do conteúdo
do livro
O livro tem início com a visão do Cristo
ressurreto, enviando uma mensagem as sete igrejas que estão localizadas na
Ásia; Éfeso, Esmirna, Pergamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia,( cap.
1-3) todas estavam sobre o governo romano. Todas estas igrejas são repreendidas
pelo SENHOR nos pontos em que falharam, mas todas são encorajadas a procurarem
a restauração.
O livro pode também ser dividido em quatro
visões de João;
Primeira visão;
Cristo e a Igreja, 1:9-3:22
A representação as presença Sacerdotal, 1; 9-20
Cartas as Sete Igreja, 2: 1-3:22
Segunda visão
Cristo e o mundo, 4:1-16:21
Comissão do Cordeiro, 4: 1-5:14
Quebrando os Sete Selos, 6:1-17; 8:1-5
Parêntese, 7: 1-17
A selagem dos 144.000, 7: 1-8
A multidão Incontável, 7: 9-17
As Sete Trombetas, 8:6-11:19
O toque das Trombetas, 8:7-9:21; 11:15-19
Um parêntese o Livrinho, 10: 1-11
A medição do Templo, 11:1,2
As duas Testemunhas, 11:3-14
Os Sinais, 12: 1-4:20
A Mulher, 12: 1-3,6,14-16
O Dragão, 12: 3,4,7-13,15-17
O Menino, 12:5
Miguel, o Arcanjo, 12:7
A Besta saída do Mar, 13: 1-10
A Besta saída da Terra, 13:11-18
O Cordeiro no Monte Sião e Seus Seguidores,
14:1-5
Parêntese: os Anúncios Angelicais, 14: 6-20
As Sete Taças, 15:1-16:21
Os Santos que Cantam, 15:1-4
Julgamento, 15: 5-16:21
Terceira visão
A queda da Babilônia, 17:1-18:24
A Resposta do Céu, 19: 1-10
A vitoria sobre as Bestas, 19:11-21
O Reino Milenar, 20:1-6
Conflito e Juízo Finais, 20:7-15
Novos Céus e Nova Terra, 21:1-8
Quarta Visão
Cistos e a Eternidade, 21: 9-21
Uma Nova Vida com Deus e o Cordeiro, 21:
22-22:5
EPÍLOGO: A chamada de Cristo, 22:6-21
Chamada a obediência, 22: 6-11
Chamada ao Trabalho, 22:12-15
Chamada ao Amor, 22: 16-20
Benção, 22:21 (Bíblia de estudos Vida Nova
1996)
4.0 A
Ilha de Patmos
Sobre a Ásia os gregos, no sec. III a.C, poderia ser o continente asiático,
centralizada em torno de Éfeso uma das cidades mais proeminente do continente
naquele período. Em 133 a.C caiu sobre o governo do império Romano, e toda esta
área foi subsequentemente organizada como província e todas as ilhas ao seu
entorno, que incluía toda a costa ocidental da Ásia Menor.
No período do Novo Testamento, as principais cidades gregas, que
outrora haviam sofrido com as opressões romanas, agora encontram novo ambiente
para seu crescimento no governo de Augusto. A organização dessa região política
estava diretamente ligada a Roma. O cristianismo foi somente estabelecido neste
período, e nos grandes centros políticos como Pergamo, Esmirna e Éfeso, e
encontram-se vestígios históricos também nas cidades citadas no livro em
estudo.
Patmos uma
pequena ilha do Dodecaneso, que ficava cerca de 50 km afastada da Ásia Menor.
Segundo alguns escritores, o apóstolo João tenha sido banido para esta ilha por
alguns meses, próximo ao ano de 95 dC, tendo estado anteriormente em Éfeso.
Tudo levar a acreditar que ele escreveu o Apocalipse nesta ilha (Ap 1.9). A
ilha tem cerca de 13 km de comprimento com largura de aproximadamente 5,5 km.
Tendo em sua paisagem colinas vulcânicas e mares circundantes. Essa ilha era
usada para receber os presos do império romano. Atualmente a ilha pertence à
Grécia.
5.0 As
várias interpretações sobre o livro de Apocalipse
.
Existem pelo menos quatro principais interpretações a serem
consideradas em relação ao livro de Apocalipse.
5.1 O
ponto de vista Preterista.
Considera o livro como acontecimentos passados. Entendem que
devido às condições dentro do império romano e seus governantes no primeiro
século. Consideram o uso das visões tidas por João, argumentando que
direcionavam para o império daquele período como senda a forma do mal. E usando
uma linguagem simbólica protesta contra o mesmo mostrando o descontentamento de
Deus e que Ele intervinha diretamente. Eles manipulam as datas para tudo,
tornando as profecias bíblicas em história, mas No livro ainda existem muitas
para cumprirem ( Ap 1.3; 22.7,10,18,19.)
5.2 O
ponto de vista Histórico.
Refuta o livro como escrito dentro dum panorama histórico
daquele período. Usando o próprio tempo do autor com um tempo final. Existe a
indicação desses autores de interrupções nos episódios que ocorrem no livro.
Outros necessariamente oferecem uma história continua. Essas opiniões eram
aceitas por muitos reformadores aos quais identificava Roma como a besta. No
entanto acreditam que grande parte dessas profecias já se cumpriram e que outras ainda estão se cumprindo neste tempo.
5.3 O
ponto de vista futurista.
Asseguram que a partir do capitulo quarto, o livro se refere
apenas aos acontecimentos do fim dos tempos. Neste ponto o livro não faria
referência ao tempo vivido pelo autor, ocupando apenas os eventos relacionados
à segunda vinda de Cristo.
Consideram que o
arrebatamento da igreja pode ser a qualquer momento, vindo após a grande
Tribulação sobre Israel e as nações da terra. Dentre os futuristas existem
aqueles que acreditam que a igreja passará pela Tribulação. E conta a seu favor
que os acontecimentos levaram ao inegavelmente governo final de Deus, e ao
menos parte do livro se refere aos últimos dias.
5.4 O
ponto de vista idealista ou poético.
Este ponto insiste que o livro diz respeito aos cristãos
sofredores que deverão suportar até o fim os sofrimentos. Entende o uso de
simbolismo no livro de Apocalipse, e acretidam que essas visões, revelações,
são descrições imaginativas sobre o triunfo de Deus sobre as forças de satanás.
Contudo nenhum destes argumentos teóricos completa em si só a
necessidade que compreende verdadeira interpretação do texto escrito. Não
distante, o bom discernimento para o entendimento das profecias bíblicas vê o
livro como um farol que alumia a igreja através da sua história. A sua
linguagem simbólica que mantém na escuridão ainda boa parte de todos os
escritos de João, torna a igreja compromissada com a palavra de Deus e uma
constante busca pela santificação, lembrando sempre que o fim esta muito
próximo ( Ap 3.11).
Conclusão
A lição deste trimestre tem muito a nos ensinar. Que o bom
Espírito Santo nos faça entender as verdades reveladas nas cartas escritas as
Sete Igreja da Ásia. Somente um coração fervoroso que almeja entender as
preciosas promessas deste livro pode desfrutar do seu conteúdo.
Evang. Juarez Alves Perira
Bibliografia
BOYER Orlando, Pequena
Enciclopédia Biblica. Rio de Janeiro, CPAD.
FOX John, O Livro dos
Martires, Trad. Marta Doreto de Andrade e Degmar Ribas Júnior. Rio de
Janeiro, CPAD 2001.
JOSEFO Flavio, Historia
dos Hebreus. Trad. De Vicente Pedroso. Rio de Janeiro, CPAD, 199O.
HENRY Matteu, Comentário Bíblico, Trad. Degmar Ribas Júnior. Rio
de Janeiro, CPAD 2002.
Novo Testamento Interlinear Grego-Português, Sociedade Bíblica
do Brasil. São Paulo 2004.
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