quarta-feira, 23 de maio de 2012

A COMUNHÃO NA NOVA FÉ


A COMUNHÃO NA NOVA FÉ

1 Coríntios 16.1-24

Nos capítulos 1-15 Paulo havia tentado corrigir certas práticas pouco cristãs e restabelecer as doutrinas específicas nas quais os coríntios estavam se tornando negligentes ou indiferentes. No último versículo do capítulo 15 o apóstolo faz um emocionante apelo à fidelidade e à firmeza nos fundamentos da fé cristã. Nesse último capítulo, ele discute algumas questões práticas, todas elas englobadas pela comunhão e unidade cristãs.

LIBERALIDADE CRISTÃ, 16.1-4

A repentina mudança feita pelo apóstolo do tema da glória da ressurreição para a simples prática da coleta pode parecer abrupta. Para ele, entretanto, angariar ofertas para os necessitados da igreja era uma parte tão importante da comunhão quanto a emoção da futura ressurreição. As instruções relativas à coleta dirigidas às necessidades da igreja daquela época continham princípios que podem muito bem ser aplicados aos nossos dias.

1. A Coleta para os Santos (16.1)

Paulo trabalhava com suas mãos para ganhar o sustento e não se tornar um peso para os outros. Mas nunca se mostrava relutante ao pedir dinheiro para atender às necessidades da igreja. As ofertas que pedia aos coríntios eram destinadas aos membros da igreja de Jerusalém. Aparentemente, eles haviam se tornado muito pobres, pois quando Paulo escreveu a carta aos Romanos ele havia se referido aos “pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15.26).

Clarke sugere que a razão dessa pobreza era a perseguição feita pelos judeus: “A aversão de seus compatriotas ao evangelho de Cristo os levava a tratar aqueles que o professavam com crueldade e a saquear os seus bens”.’ O. Campbell Morgan atribui essa pobreza ao insucesso quanto a executar a Grande Comissão: “Esta comissão lhes foi atribuída no começo do livro de Atos, e eles nunca a haviam praticado até serem dispersos pela perseguição. Eles se apegaram à igreja e aos seus privilégios e perderam o verdadeiro poder espiritual”.

Qualquer que tenha sido o motivo dessa condição, a igreja-mãe precisava de auxílio financeiro. Paulo, o apóstolo dos gentios, sabia muito bem que a igreja toda estava em débito com os santos de Jerusalém. Além disso, ele entendia que o círculo da comunhão cristã incluía mais do que simpatia e orações. Sabia que em certas ocasiões essa comunhão devia ser expressa por meio de termos concretos. Portanto, ele está pedindo ofertas para os santos.

2. A Ordem de se Recolher uma Oferta (16.lb)

Para o apóstolo Paulo, expressar liberalidade a uma igreja aflita era um privilégio e uma questão de comunhão cristã. No entanto, era mais que isso — era uma ordem: Fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia.
Sobre essa ordem Joseph 5. Exell comenta: “Um apóstolo inspirado é a mais elevada autoridade humana em tudo que se relaciona com o dever cristão”.’ O cristão tem a obrigação de contribuir sempre que houver necessidade.

3. Baseada em Princípios Declarados (16.2)

Paulo tinha mais um dom. Ele era “talentoso, e dava instruções específicas”. Ele não deixava as coisas dependendo de vagas generalidades. Não existiam dúvidas em relação à maneira de contribuir.

a) Com regularidade (16.2a). O apóstolo declara que a oferta devia ser feita no primeiro dia da semana. A indicação desse dia mantinha a obrigação constantemente diante das pessoas. Além disso, o cristão devia lembrar que precisava fazer sua doação no Dia do Senhor. A sua contribuição não era uma questão para ser deixada ao acaso, nem uma proposição única. O cristão deve contribuir sistemática e consistentemente.

Adam Clarke acrescenta mais um significado a essas instruções. Ele escreve: “A respeito disso, parece que o primeiro dia da semana, que corresponde ao sábado cristão, era o dia em que eram realizadas as principais reuniões religiosas em Corinto e nas igrejas da Galácia; conseqüentemente, o mesmo ocorria em todos os outros lugares onde prevalecia o cristianismo”. Aqui, as palavras de Paulo servem como prova de que a Igreja Primitiva, como tributo ao Cristo ressuscitado, havia transformado o primeiro dia da semana em seu dia regular de culto religioso.

b)Pessoal e Abrangente (16.2b). Todas as pessoas eram obrigadas a contribuir. Paulo escreve: Cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar. Todos estavam incluídos nessa contribuição. Como observa Wesley, “não apenas os ricos, mas também aqueles que tinham pouco deviam dar alegremente do seu pouco”. Muitos dando pouco é mais importante que apenas um dando muito.

c) De acordo com a prosperidade individual (16.2c). O cristãos de Corinto deviam aumentar sua contribuição da mesma maneira como Deus aumentava seus recursos. Ponha de parte significa: “de acordo com seus ganhos”.6 Wesley chama isso de “o mais humilde dos cuidados cristãos”. Dar conforme sua prosperidade é, certamente, uma diretriz básica para a expressão da gratidão cristã.

d) O espiritual acima do material (16.2d). Paulo queria que a oferta dessas contribuições fosse feita de forma sistemática e regular, para que se não façam as coletas quando eu chegar. Ele estava vindo a Corinto com propósitos espirituais, “e queria que todas as coisas materiais tivessem sido deixadas de lado.

Não queria que as pessoas ficassem andando de um lado para outro a fim de angariar uma coleta. O apóstolo achava que seu tempo e energia deviam ser dedicados a pregar o evangelho e não a conseguir contribuições. Elas representavam uma parte importante e necessária da comunhão cristã, mas esse era um assunto que devia ser tratado pela própria igreja. Então, Paulo podia vir e pregar e elevar o nível espiritual da congregação.

4. A Coleta Deveria Ser Enviada Imediatamente (16.3)

O apóstolo escreve: E, quando tiver chegado, mandarei os que, por cartas, aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém. Não está claro porque Paulo estava pedindo cartas de aprovação para aqueles que iriam levar o dinheiro a Jerusalém. Adam Clarke sugere que Paulo está se referindo aqui às recomendações que os coríntios haviam enviado a ele, e que o apóstolo concorda em indicar tais pessoas.

Nesse ponto ele mostra seu gênio. Embora fosse dogmático a respeito da necessidade de levar as contribuições, ele era completamente democrático sobre o método de enviá-las. Não há dúvida de que seu desejo era permitir que aqueles que estavam promovendo essas contribuições experimentassem a emoção de entregá-las pessoalmente aos cristãos de Jerusalém.

Nos versículos 1-3 Paulo apresenta uma prática e eficiente “Fórmula para a Contribuição Cristã”.

1) Deve ser amplamente aplicável, 1;
2) Deve ser com regularidade, 2a;
3)Deve ser em quantidade proporcional, 2b;
4) Deve ser centralizada no interesse da igreja, 2c;
5) Deve ser generosa em seu alcance, 3.

5. Deveria Ser Supervisionada Pessoalmente (16.4)

Não havia limites para o interesse de Paulo relacionado ao bem-estar da igreja e à unidade dos métodos de procedimento. Ele estava sinceramente preocupado com as contribuições e bastante ciente dos delicados problemas envolvidos na distribuição do dinheiro. Se fosse necessário ele iria pessoalmente supervisionar essa distribuição em Jerusalém, mas as pessoas recomendadas iriam com ele. Dessa forma, o apóstolo se assegurava contra qualquer crítica possível.

O INTERESSE EVANGELÍSTICO DE PAULO, 16.5-12

G. Campbell Morgan escreve que o décimo sexto capítulo “é uma página que ilustra a comunhão da igreja na obra do Senhor”. Nos versículos 5-12, Paulo se apresenta, junto com Timóteo e Apoio, como um evangelista tentando trabalhar e compartilhar a tarefa missionária da igreja.

1. Um Interlúdio Evangelístico (16.5-9)

No Novo Testamento, Paulo era um “homem em ação”. Sua vida revela quase sempre uma intensa atividade e um propósito específico. Mas nessa ocasião, ele parece pouco seguro sobre quais seriam seus planos futuros. Mesmo um gigante espiritual como Paulo podia enfrentar momentos de incerteza sobre o futuro enquanto aguardava instruções do Espírito Santo. Embora não estivesse completamente certo sobre sua programação, Paulo era positivo a respeito do seu propósito e do seu objetivo.

a) Visita proposta (16.5). O apóstolo escreveu: Irei, porém, ter convosco depois de ter passado pela Macedônia (veja o mapa 1). Clarke comenta: “Por tudo que sabemos, o apóstolo Paulo estava agora em Efeso; e em vez de a epístola ter sido escrita em Filipos, ela pode ter sido escrita em Efeso”. Paulo não tinha certeza sobre quando iria partir da Macedônia; mas, quando isso acontecesse, ele voltaria para visitar os coríntios. Embora Corinto não estivesse na direção da rota entre Efeso e a Macedônia, o apóstolo tinha a intenção de sair de sua rota para visitá-los.

b) Provavelmente seria uma longa visita (16.6-7). Paulo sugeriu que poderia permanecer em Corinto durante todo o inverno (6). Se continuasse em Efeso até o Pentecostes, então ele passaria ali toda a primavera. Depois, possivelmente iria para a Macedônia no verão e depois voltaria para passar o inverno em Corinto. A afirmação, para que me acompanheis aonde quer que eu for, significa que Paulo esperava que eles fornecessem o dinheiro para suas despesas de viagem até o próximo cenário da sua obra de evangelização. Ele não tinha certeza sobre onde seria esse lugar de pregação, mas sabia que, se os coríntios fornecessem os meios materiais, Deus lhe daria a direção espiritual.

Como indicam as palavras de Paulo, ele não pretendia fazer uma visita ocasional a Corinto: não vos quero agora ver de passagem (7). Ele não queria fazer uma visita passageira, embora pudesse fazer isso facilmente. A partir de Efeso, era apenas uma curta viagem através do Mar Egeu (veja mapa 1). Na verdade, ele preferia ficar... algum tempo — mas só se Deus permitisse. A vida do apóstolo se baseava na frase: Se o Senhor o permitir.

c) Expectativas Evangelísticas (16.8-9). Paulo planejava ficar em Éfeso até o Pentecostes (8), que era uma das três grandes festas judaicas. Na Igreja Primitiva, esta festa estava associada à descida do Espírito Santo. Paulo tinha dois motivos para ficar em Efeso:

1) Abrir as portas à evangelização (16.9). O apóstolo nunca deixava passar uma oportunidade de pregar o evangelho de Cristo. Em Efeso, as expectativas pareciam especialmente boas. Paulo considerava essa oportunidade uma porta grande e eficaz que se lhe abriu. O número de pessoas que se apresentavam para ouvir o evangelho era muito grande e o efeito que suas palavras exerciam sobre elas era bastante encorajador. Efeso era um centro da religião pagã, uma metrópole comercial e bancária, e o centro político da confederação Tônica. Como Deus havia aberto esta porta para a obra cristã, Paulo desejava fazer o melhor uso dela.

2) Muitos adversários (16.9). Uma segunda razão que levou Paulo a desejar permanecer em Efeso era a presença de muitos adversários. A porta estava totalmente aberta, mas os opositores eram muitos. O decidido Paulo permaneceu porque a oposição era intensa. Talvez ele até gostasse dessa luta espiritual, mas, o mais provável é que o apóstolo preferiu enfrentar pessoalmente a oposição em vez de entregar essa missão a outra pessoa. Provavelmente, ele sentia que a presença dos adversários indicava que estava sendo realizada uma obra espiritual. G. Campbell Morgan escreveu:
“Se você não tiver adversários será melhor se mudar e descobrir lugares onde poderá encontrá-los”. A maior parte das pessoas não procura a oposição, mas o leal servo de Cristo não iria fugir dela.

2. Preocupação Fraternal (16.10-12)

Paulo estava preocupado com o bem-estar de seus companheiros evangelistas, Timóteo e Apolo.

a) Timóteo, o jovem pastor-evangelista (16.10-11). Paulo estava especialmente interessado em Timóteo, que era como um filho para ele. Entretanto, as palavras do apóstolo, vede que esteja sem temor convosco, eram destinadas não só a proteger Corinto de algum mau procedimento como também a salvar Timóteo de qualquer perigo. Paulo sabia que esses coríntios formavam um grupo extremamente crítico dos pregadores e difícil de servir.

Eles estavam divididos em grupos centralizados em volta de Pedro, Apolo e Paulo (cf. 3.3-6) e eram muito cultos, inclinados a especulações filosóficas e adoravam a oratória das pregações. Clarke interpreta o significado das palavras de Paulo dessa maneira: “Para que ele possa ser bem tratado, e não perturbado e atormentado por suas invejas e discórdias”.

Como Timóteo havia se dedicado à obra do Senhor, Paulo escreveu: Portanto, ninguém o despreze (11). O fato de um homem ter sido chamado por Deus para o ministério devia despertar uma atitude cortês e respeitosa naqueles a quem ele havia sido enviado. Excluir, desprezar ou desdenhar um mensageiro do Senhor é uma atitude pouco espiritual e nada cristã. Os coríntios deviam aceitar Timóteo por causa da total autoridade recebida de Deus para fazer o trabalho de um evangelista.

O versículo 11 indica que Paulo esperava que Timóteo se juntasse a ele um pouco mais tarde. A Berkeley Version faz a seguinte tradução: “Sempre que ele retornar a mim, proteja-o com segurança”. Clarke acredita que a última parte desse versículo deve ser entendida como se Paulo e os irmãos que o acompanhavam estivessem esperando por Timóteo: “Eu, com os irmãos, estou esperando por ele”.

b)Apolo, amado irmão (16.12). Paulo chama Apolo de irmão. Ele estava bem ciente de que as dissensões em Corinto estavam centralizadas na sua pessoa e em Apolo e queria mostrar que havia entre eles uma perfeita amizade. As facções belicosas em Corinto não tinham sido capazes de introduzir uma fenda entre os dois evangelistas.

Paulo queria que Apolo fosse imediatamente a Corinto, porém ele não teve vontade de ir agora; irá, porém, quando se lhe ofereça boa ocasião. Aqui temos uma visão da atitude democrática de Paulo em questões de procedimento. Ele não criticou Apoio por não ter ido imediatamente a Corinto e acedeu aos desejos do seu companheiro, afirmando que ele iria visitá-los quando lhe fosse mais conveniente.
Paulo estava mais preocupado em estimular a amizade cristã do que em forçar sua vontade a um companheiro evangelista, ou criticá-lo por não ter seguido as suas recomendações.

CONCLUSÃO, 16.13-24

O último parágrafo da carta está dividido em três partes. Na primeira há uma lista de exortações, depois vêm algumas referências pessoais e, finalmente, as saudações finais.

1. Exortações (16.13-14)

a) Vigilância (16.13a). A palavra vigiai significa: fique acordado, não durma, não tire férias da obra do Senhor. Paulo não estava falando contra dedicar algum tempo para repousar ou relaxar o corpo e a mente. Pelo contrário, a idéia é que uma pessoa nunca deve desanimar ou virar as costas, ainda que brevemente, à sagrada vocação para a vida cristã. Existiam muitos e evidentes males e fraquezas na igreja de Corinto, tais como dissensões, heresias, imoralidade e intemperança. Não é de admirar que Paulo estivesse fazendo uma exortação para que eles se mantivessem alertas e vigilantes!

b) Estabilidade (16.13b). A mente física produz uma vacilante vida cristã, mas a santidade produz a estabilidade. Portanto, os coríntios deviam estar firmes na fé. Exell escreve que Paulo estava querendo dizer: “Afundem profundamente as raízes da sua fé no solo da verdade eterna”. Uma sólida doutrina, assim como uma experiência vital, é essencial à estabilidade espiritual.

c) Virilidade (16.13c). A coragem é um subproduto da experiência do cristianismo. A verdadeira fé cristã não produz personagens tímidas, insípidas ou defensivas. O cristianismo é uma religião de força; ele produz heróis. Quando Paulo exorta os coríntios a portarem-se varonilmente ele está simplesmente pedindo-lhes para se comportar com coragem. Morgan afirma que essa exortação significa: “Cresçam, não sejam crianças, não sejam bebês, sejam capazes de se levantar”.

d) Força (16.13d). Fortalecei-vos exige beber profundamente da fonte do amor de Deus e comer consistentemente da mesa de Deus. Fortalecei-vos significa exercitar-se no Senhor. Indica a capacidade de “agir e sofrer segundo a vontade do Senhor”. O cristianismo nunca teria exercido um impacto sobre a sociedade pagã do primeiro século sem a força dos homens e das mulheres, pessoas que foram poderosamente fortalecidas pelo Espírito Santo.

e) Amor — o princípio da integração (16.14). O amor é a força que faz todas as outras qualidades cristãs trabalharem em harmonia, O amor desperta o desejo da vigilância e da precaução. O amor é a âncora da fé humana e produz estabilidade, O amor gera um espírito varonil que não teme nenhum inimigo e não cede a nenhum pecado. O amor alimenta a força dos cristãos para a batalha espiritual que enfrentam. Portanto, o apóstolo exorta os coríntios: Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade (ou amor).

2. Referências pessoais (16.15-18)

Paulo está ciente de que o evangelho centraliza-se nos indivíduos e não nos movimentos. Ele nunca perdeu de vista a importância das pessoas, apreciava todos os homens, independentemente da sua posição ou situação. Aqui ele dá os nomes de três associados que significavam muito para ele — Estéfanas, Fortunato e Acaico (17).

A versão Berkeley traduz esse parêntesis do versículo 15 como “Vocês sabem que a família de Estéfanas é as primícias da Acaia e que se tem dedicado ao ministério dos santos”. Uma nota de rodapé nos lembra que “havia convertidos em Atenas (um porto da Acaia) antes da obra de evangelização em Corinto, mas que o nome Acaia foi usado aqui num sentido restrito”.

Paulo havia batizado Estéfanas e todos da sua casa (1.16). Sabemos muito pouco a respeito de Fortunato, exceto que Clemente, provavelmente o autor mencionado em Filipenses 4.3, declara que Fortunato era o mensageiro que levou esta carta de Paulo até Corinto. Acaico não é mencionado em nenhum outro lugar do Novo Testamento.

Estes homens desconhecidos haviam prestado um serviço a Paulo: Porque estes supriram o que da vossa parte me faltava (17). Não se sabe ao certo o que estes homens lhe deram. Podem ter trazido notícias de Corinto, além da carta que os coríntios enviaram ao apóstolo. Eles podem ter fornecido dinheiro ou provisões para o sustento de Paulo em seu ministério. Sobre esse serviço, Paulo escreve: Porque recrearam meu espírito (18). Ao ajudar Paulo, eles estavam ajudando a igreja, inclusive a congregação de Corinto. Por causa da sua contribuição pessoal, os coríntios deviam dedicar respeito e estima a estes homens. Deviam reconhecer que eles eram companheiros de trabalho do apóstolo Paulo.

3. Saudações Finais e Bênção (16.19-24)

Paulo acrescenta uma nota de cordial comunhão na parte final da carta. Ele quer que as igrejas desenvolvam um sentimento de união, de pertencerem umas às outras. O apóstolo já havia estabelecido algumas doutrinas básicas em relação à unidade cristã. Mas sabia que pequenas gentilezas, assim como as grandes doutrinas, contribuem para a unidade da igreja. As saudações vinham de fontes diferentes.

 a) Igrejas (16.19a). A frase As igrejas da Ásia vos saúdam se refere às igrejas da Asia Menor, o que incluía a igreja de Efeso (veja o mapa 1). Paulo não tinha uma saudação especial de cada igreja, mas estava falando em nome delas. Nessa afirmação única, o apóstolo apresenta a idéia do vínculo universal que une os cristãos.

b) Comunhão na Igreja (16. 19b). Para ser mais especifico em suas saudações, Paulo escolhe dois notáveis cristãos, Aqüila e Prisca (ou Priscila). Aqiiila era um construtor de tendas que havia sido forçado a se exilar em Corinto. Ele havia sido expulso de Roma porque era judeu (At 18.2).
Juntamente com sua esposa Priscila, foi capaz de ensinar ao eloqüente Apolo as coisas mais profundas das Escrituras (At 18.26). Agora, eles haviam se unido a Paulo ao enviar saudações aos coríntios. Mais tarde, retornaram a Roma (Rm 16.3). A igreja que se reunia na casa desse fiel casal também enviava saudações aos coríntios.

c) Uma saudação santa (16.20). A maioria dos povos da antiguidade, inclusive os judeus, geralmente se cumprimentava com um beijo no rosto. Esse era um sinal de paz e de amizade, e indicava a ausência de malícia ou má vontade. Portanto, Paulo escreve:
Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.

d) Saudação pessoal (16.21-24). Paulo havia enviado saudações das igrejas e das pessoas. Agora ele quer tornar a carta o mais pessoal possível; dessa forma, tomou a pena em sua mão e escreveu: Saudação da minha própria mão, de Paulo (21). E provável que até esse ponto a carta tenha sido ditada a um secretário ou colaborador.

Os versículos 8-24 nos mostram o “Desafio do Guerreiro”

1) Uma consciência das oportunidades espirituais, 8-9;
2) Uma exortação à vigilância espiritual, 13-14;
3) Um apelo à unidade espiritual, 15-18;
4) Uma avaliação da atividade espiritual, 19-24.

A saudação pessoal de Paulo contém vários pensamentos solenes. Primeiro, ele diz:
Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; maranata! (22). A palavra grega anátema significa “maldito, devotado à destruição”. Isso não quer dizer uma ameaça ou esperança da parte de Paulo, mas uma simples afirmação de um fato histórico. “Quem não ama o Senhor, que seja amaldiçoado!” (Berk/NTLH).

A palavra maranata é um termo siriaco que significa: “Nosso Senhor está chegando”.

Aqui o apóstolo está advertindo os coríntios de que o amor de Cristo é sua única esperança para o futuro. Se eles rejeitarem o Cristo a quem haviam aceitado, eles serão engolidos pela destruição quando o Senhor retornar.

Mas Paulo é demasiadamente gentil para concluir esta carta com uma áspera nota de advertência. Como sempre, o apóstolo coloca Cristo no centro do seu pensamento. Assim, ele ora: A graça do Senhor Jesus Cristo seja convosco (23). Depois, ele acrescenta com seu próprio afeto: O meu amor seja com todos vós, em Cristo Jesus (24). A última palavra de Paulo à igreja de Corinto era Jesus. Podemos nos reunir a ele em seu alegre. Amém!

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico Beacon

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