sexta-feira, 11 de maio de 2012

A GRANDE TRIBULAÇÃO


A GRANDE TRIBULAÇÃO

Enquanto a Igreja galardoada estiver adentrando às mansões celestiais, a fim de participar das Bodas do Cordeiro, já terá começado na Terra o mais difícil período da História: a Grande Tribulação, através da qual a ira do Senhor, o Justo Juiz, se manifestará contra os ímpios e adoradores da Besta (Ap 6.16,17).

O que é a Grande Tribulação? A primeira alusão à Grande Tribulação, nas Escrituras, está em Deuteronômio 4,30: “Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então, no fim de dias lit. “nos últimos dias”, te virarás para o Senhor, teu Deus, e ouvirás a sua voz”. Esta e outras passagens veterotestamentárias se referem, profeticamente, ao evento em análise (Dt 31.4; Is 13.9-13; 34.8; Jr 30,7,8; Ez 20.33-37; Dn 12,1; Jl 1.15).

Há teólogos que se precipitam em afirmar que esse terrível e aterrorizante evento escatológico não acontecerá. Estes deveriam atentar para o que o Senhor Jesus disse em Mateus 24.21: “nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, nem haverá jamais” (ARA).

Em Apocalipse 2.22, a expressão “grande tribulação” é empregada com o sentido de punição à falsa profetisa Jezabel e seus seguidores. Mas, no mesmo livro, encontramos a ênfase à “hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo” (3.10), isto é, a Grande Tribulação — expressão empregada em Apocalipse 7.14 e que melhor define esse evento, apesar de as Escrituras o apresentarem com outras designações: “tempo de angústia” (Dn 12.1); “dia da vingança do nosso Deus” (Is 61.2), etc.

Para alguns teólogos, Apocalipse 7.13,14 não alude a esse tempo de angústia, posto que — segundo eles — os servos de Deus ali mencionados são os que sofrem aflições e tribulações hoje (cf. Rm 8.18; Jo 16.33). Afinal, “por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22).

Entretanto, ao lermos o contexto imediato (Ap 6.9-11), vemos que os tais servos serão os “mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram” (v.9), vítimas do Anticristo (Ap 13.7,15). E estes, vestidos de branco (Ap 6.11; 7.13), virão “da grande tribulação” (Ap 7.14, ARA), um período de sofrimento que atingirá todos os habitantes da Terra.

A Igreja passará pela Grande Tribulação? E comum recorrer-se à simbologia para se fundamentar a idéia de que a Igreja não enfrentará esse tempo de angústia:

1) Assevera-se que Enoque foi arrebatado antes do dilúvio; e que, antes deste, Noé e sua família entraram na arca.

2) Afirma-se que as águas do Mar Vermelho só caíram sobre os egípcios depois que Israel passou; e que Elias subiu num redemoinho antes do cativeiro.
3) Assegura-se que a Igreja, quando for arrebatada (posto que é a 1uz do mundo), instalar-se-á um período de trevas; e ainda que, ao ser tirada da Terra “a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade , o mundo desmoronara.

No entanto, todos esses exemplos apenas ilustram uma verdade revelada claramente nas páginas sagradas. Não há dúvidas de que a Igreja será arrebatada “antes” desse período de trevas,

Por que a lgreja não passará pela Grande Tribulação? Os teólogos pós e mesotribulacionistas têm as suas razões pessoais para não crer no rapto dos salvos antes da Grande Tribulação.  Não devemos ir além do que está escrito nas Escrituras (1 Co 4.6) nem nos movermos facilmente de nossas convicções quanto ao livramento
da ira futura, por ocasião do Arrebatamento (2 Ts 2.2-9).

Há muitas evidências de que a Igreja não passará pela Grande Tribulação:

1) A Noiva de Cristo estará no Céu durante esse período e voltará com Ele para pôr termo ao império do mal: “vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. (...) E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro” (Ap 19.7-14).

2) A Palavra de Deus nos exorta a “esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Ts 1.10).
E o próprio Senhor Jesus disse: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem” (Lc 21.36, ARA). Note: “escapar de todas estas coisas”, e não “participar delas”,

3) Em Apocalipse 3.10, Jesus fez uma promessa à igreja de Filadélfia: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”. Contudo, esta mensagem não foi apenas para aquela igreja, haja vista o que está escrito nos versículos 13 e 22 do mesmo capítulo: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

A promessa de livramento da tentação mundial é extensiva “às igrejas”.
Conquanto os crentes de Filadélfia estivessem passando por tribulações, naqueles dias, não passaram pela “hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo”, pois todos os mortos em Cristo têm a garantia de que não passarão pela Grande Tribulação; ressuscitarão e serão tirados da Terra antes dela. Da mesma forma, os vivos que guardarem a Palavra não passarão pelo tempo da angústia.
Todas as mensagens registradas em Apocalipse às igrejas da Asia possuem mandamentos e exemplos para nós, hoje, quanto à manutenção do amor e da fidelidade (2.4,10; 3.11); quanto às falsas profecias (2.20-22); quanto ao perigo de Jesus estar do lado de fora (3.20), etc. Portanto, não há dúvidas de que a promessa de livramento da hora da tentação é extensiva a todos os salvos.

4) Antes de o Cordeiro de Deus desatar o primeiro selo, dando início a uma série de juízos (Ap 6), João viu os 24 anciãos diante de Deus, no Céu (Ap 4—5). Eles representam a totalidade da Igreja: as doze tribos de Israel e os doze apóstolos de Cristo. E isso prova que, desde o início da Grande Tribulação, os salvos já estarão no Céu! Aleluia!

5) Em Apocalipse 13.15, está escrito que serão mortos todos os que não adorarem a imagem do Anticristo. Se este fará guerra aos santos, a fim de vencê-los (v.4), quantos deles restariam para um arrebatamento durante ou depois do período tribulacionista? Como vimos acima, tais santos, mortos pela Besta, serão os mártires da Grande Tribulação, e não a Igreja, que já terá sido arrebatada.

6) Em suas duas Epístolas aos Tessalonicenses, a ênfase de Paulo foi o Arrebatamento da Igreja. Ao mencionar esse glorioso evento pela primeira vez, ele deixou claro que Jesus nos livrará da ira vindoura (1 Ts 1.10). E isso é confirmado ainda na primeira Epístola: “quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição (...) e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão” (5.3,4).

Conforme o texto acima, são os que estão “em trevas” que não escaparão da destruição. Os filhos da luz (5.5) já terão sido arrebatados (4.16-18). Por isso, mais adiante, Paulo reafirma que os salvos escaparão da ira futura: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (5.9).

7) A passagem de 2 Tessalonicenses 2.6-8 é de difícil interpretação, e não nos convém fazer especulações sobre o que não está revelado claramente. Não obstante, vemos nela a reiteração de que a Igreja não estará sob o domínio do Anticristo e seu comparsa, o iníquo Falso Profeta:

E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado, Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda.

Se o mistério da injustiça opera, por que a Besta e o Falso Profeta ainda não se manifestaram de maneira visível? O que os detém? Quem os resiste? Quem será tirado da Terra, para que o Anticristo e seu aliado tenham total liberdade até à esplendorosa vinda de Cristo?

A única revelação que temos, retratada pelo próprio apóstolo Paulo, é que o povo de Deus será tirado do mundo, no aparecimento de Jesus Cristo (Tt 2.13,14; 1 Ts 4.17). E, se é “depois disso” que será revelado o Iníquo (gr. anomos, “transgressor”, “sem lei”, “desordeiro”, “subversivo”), então estamos diante de mais uma prova de que a Igreja não passará pela Grande Tribulação!

Quanto tempo durará a Grande Tribulação? Nos tempos bíblicos, os meses eram de trinta dias. Não havia meses de 31 ou 28, tampouco se considerava o ano bissexto. Os anos tinham sempre 360 dias (30x12360). Em Apocalipse 11.3 está escrito que as duas testemunhas de Deus profetizarão por 1.260 dias ou três anos e meio (1.260/360=3,5). Esse período também aparece em Apocalipse 13,5 sob a forma de 42 meses (42x30 1.260).

Esses três anos e meio são apenas a “primeira metade” da Grande Tribulação, que terá duração total de sete anos, conforme a profecia registrada em Daniel 9.24-27. Esta passagem menciona o concerto que o Anticristo firmará com muitos por uma semana de anos, Na metade desta (depois de três anos e meio), ele rompera o pacto, inaugurando a segunda metade

A septuagésima semana é a última de um total de “setenta setes”, revelados ao profeta Daniel (9.24). A contagem das setenta semanas — ou 490 anos — começou com o decreto de Artaxerxes para restaurar Jerusalém e foi interrompida com a morte do Messias (Ne 1—2; Dn 9.25,26). De acordo com a revelação dada ao profeta, essas semanas se subdividem em três períodos.

Eurico Bergstén explica isso com muita clareza:

A primeira parte compreende “sete semanas”, isto é 7x 7 ou 49 anos (Dn 9.25), e destaca, com clareza, o começo da contagem dessas semanas — desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém” (.) Daquela data até á conclusão desse trabalho (Ne 6. 15) passaram-se realmente 49 anos.

A segunda etapa compreende “sessenta e duas semanas”, isto é 62x 7, ou 434 anos, tempo que abrange da restauração de Jerusalém ao Messias, o Príncipe, Dn 9.25. E realmente impressionante observar que desde a data do decreto para a restauração até á data da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (IvIt 2 1. 1— LO) passaram-se exatamente 69 “semanas” ou 69x7, que são 483 anos.

A terceira parte compreende a última semana, isto é, a septuagésíma semana, sobre a qual a profecia diz: “Ele ,firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares, e sobre a asa das abominações virá o assolador..,”, Dn 9.27. Comparando esta expressão com apalavra de Jesus, quando profetizava sobre esses acontecimentos ( Mt 24. 15,2l),,fica provado que a septuagésima semana, sem dúvida, representa o tempo da grande aflição.

O estudo comparativo das passagens proféticas de Daniel, Apocalipse e Mateus
24 indica que, após a destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C., haveria um lapso temporal indefinido — chamado de Dispensação da Igreja ou Tempo dos Gentios — até que os eventos da septuagésima semana começassem a se cumprir. Depois desse período parentético indeterminado, entre o século 1 d.C. e o Arrebatamento da Igreja, a Besta firmará o tal concerto ou pacto com muitos por sete anos, mas só cumprirá a sua parte nos primeiros três anos e meio.
Na segunda metade da semana, ela se voltará contra os judeus, e juízos divinos cairão de maneira intensa sobre o Império Anticristão (Dn 9.27; Ap 15-16).

Haverá salvação na Grande Tribulação? Nesse período, Deus dará mais uma oportunidade de salvação a todos aqueles que não foram arrebatados, Tudo será muito difícil, pois os poderes do mal estarão multiplicados e atuando numa escala nunca vista, mas a salvação será possível (Ap 6.9-11; 7.9-17; 12.12,17; 14.1-5; 20.4). Não só os desviados poderão se reconciliar com Cristo; todos os seres humanos terão oportunidade de salvação, desde que invoquem o nome do Senhor (Jl 2.32). O texto de Apocalipse 7.14 menciona uma multidão de salvos durante esse período, os quais lavarão suas vestiduras, branqueando-as no sangue do Cordeiro.

Mas será difícil a salvação nos angustiosos e inquietantes dias da Grande Tribulação. Derramar-se-ão juízos de Deus sobre os adoradores da Besta (Ap 6—9), que, mesmo assim, não se arrependerão (Ap 9.20,21; 16.9). A misericórdia do Senhor será patente nesse período, pois todos os acontecimentos catastróficos visarão, sobretudo, ao despertamento das pessoas para o arrependimento antes do último grande juízo (cf. At 17.30,31).

A falsa trindade satânica. Na Grande Tribulação, o Diabo terá permissão para dominar todas as ações na Terra. Quando a Igreja sair do mundo, ele será precipitado de onde está — nas regiões celestiais (Ef 2.2; 6.12) —, juntamente com as suas hostes, e terá permissão para agir com mais liberdade entre os homens, A Palavra de Deus diz que ele estará cheio de fúria, sabendo que pouco tempo lhe resta (Ap 12.9,12).

Satanás jamais conseguirá ser igual a Deus (Is 14.12-14). E essa frustração faz dele um “imitador” das obras divinas, porém com intentos maus, Ele formará a sua falsa trindade — na verdade, uma tríade, haja vista não ser ela uma união de três pessoas formando um único deus, e sim três pessoas distintas agindo separadamente, tendo como líder Satanás.

Como lemos em Apocalipse 16,13, duas Bestas — uma que sobe do mar (cf. Ap 13.1-10), e outra, que emerge da terra (Ap 13.11-18) — se aliarão ao Adversário: “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs”, Deus também revelou ao apóstolo Paulo essas duas Bestas, em 2 Tessalonicenses 2: os versículos 3 a 6 se referem à primeira (o Anticristo); e os 7 a 12, à segunda (o Falso Profeta).

O Diabo, o Anticristo e o Falso Profeta tomarão posse, temporariamente, da Terra. Se a Santíssima Trindade é composta de Deus Pai, Cristo e Espírito Santo (Mt 28,19; 2 Co 13.13), a falsa trindade satânica terá como protagonistas o Antideus, o Anticristo e o Antiespírito.

Assim como Cristo veio ao mundo para revelar a glória do Pai (Jo 1.14), a Besta revelará a natureza funesta do Diabo, agindo segundo o seu poder (Ap 13.1,2). E, da mesma forma que o Espírito convence os pecadores e glorifica a Jesus (Jo 16.8-14), o Falso Profeta induzirá todos a adorarem o Anticristo (Ap 13.11-15).

Quem receberá o sinal da Besta? Na Grande Tribulação, quem desejar comprar alguma coisa só poderá fazê-lo mediante o sinal, o nome ou o número do nome da Besta. Somente o número é revelado na Bíblia, Quanto ao nome e ao sinal, que poderá ser colocado na mão direita ou na testa dos adoradores do Anticristo (Ap 13.16-18), não há maiores informações nas Escrituras.

A Igreja não receberá o tal sinal, que será uma marca para aqueles que, tendo ficado na Terra, após o Arrebatamento, forem convencidos pela segunda Besta, o Falso Profeta, de que o Anticristo é o “salvador do mundo”. O sinal os separará como adoradores conscientes do Homem do pecado.

Contrastes entre Cristo e o Anticristo. As diferenças entre Cristo (o Cordeiro de Deus), e o Anticristo (a Besta do Diabo), são muitas:

1) Cristo é a imagem de Deus (Cl 1.15); o Anticristo, a de Satanás.

2) Cristo é a segunda Pessoa da Trindade; o outro também será a segunda pessoa, mas da falsa trindade satânica.

3) Cristo desceu do Céu (Jo 6.51); o outro subirá do abismo (Ap 11.7).

4) Cristo é o Cordeiro; o outro, a Besta.

5) Cristo é o Santo; o outro, amante da iniqüidade, terá um aliado chamado de “o iníquo” (2 Ts 2.8).

6) Cristo veio em nome do Pai; o outro virá em seu próprio nome.

7) Cristo subiu ao Céu (At 1.9-1 1); o outro descerá para o Inferno.

8) Cristo é o Filho de Deus; o outro, o filho da perdição.

9) Cristo é o mistério de Deus; o outro, o da iniqüidade.

10) Cristo recebe louvor dos santos; o outro o receberá dos ímpios.

11) A Noiva de Cristo é a Igreja; a do outro será “uma prostituta” (Ap 17.16,17).
12) Cristo é a verdade; o outro, a mentira,

13) Cristo é a luz (Jo 8.12); o outro, trevas,

14) Os seguidores de Cristo andam na luz; os do outro andarão em trevas (Ap 16.10).

I5) O Reino de Cristo é eterno; o Império do Anticristo durará apenas sete anos.


Os 144 mil judeus eleitos. Serão santos homens de Deus, responsáveis pela pregação do evangelho durante a Grande Tribulação. Esses servos do Senhor, provenientes das tribos de Israel (Ap 7.1-8), cumprirão cabalmente a sua missão, não tendo por preciosas as suas vidas.

As suas testas serão assinaladas a fim de indicar a sua consagração a Deus (Ap 14.1). Isso não os protegerá das perseguições e do martírio. Haja vista o que está escrito em Apocalipse 7.13,14. Tal marcação denota a proteção que eles terão quanto aos juízos divinos sobre o mundo (Ap 9.4). O Cordeiro os honrará por sua fidelidade, como lemos em Apocalipse 14.3-5:

E cantavam um cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprendei- aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como príncipes para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus.

As duas testemunhas. Haverá, no tenebroso período tribulacionista, duas duplas: uma do mal e outra do bem, A primeira, bestial, formada pelo Anticristo e pelo Falso Profeta, blasfemará e guerreará contra os santos; também fará grandes sinais, para enganar os que habitam na Terra. A segunda, celestial, será composta de duas testemunhas enviadas por Deus, que profetizarão, com grande poder, e também farão sinais.

As duas testemunhas serão dois profetas do Altíssimo que — à semelhança de Moisés, Elias, Micaías, Jeremias, João Batista, Estevão, Paulo e o próprio Senhor Jesus — entregarão mensagens de juízo com toda a ousadia, a ponto de deixar os adoradores da Besta atormentados (Ap 11.10). As características delas à luz de Apocalipse 11.1-13 serão as seguintes:

1) Elas exercerão o seu ministério na primeira metade da Grande Tribulação: “e [os gentios] pisarão [lit. pisotearão] a Cidade Santa por quarenta e dois meses, E darei poder às minhas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias” (vv.2,3). Como vimos acima, 42 meses ou 1.260 dias equivalem a três anos e meio, tempo de duração de cada metade do período em análise,
2) As duas testemunhas terão um especial poder e grande autoridade da parte de Deus para cumprirem a sua missão (vv.3,5,6). Isso será necessário em razão da terrível oposição que enfrentarão por parte dos adoradores da Besta,

3) Trajar-se-ão de pano de saco (v.3).Vestir-se de pano de saco, especificamente, denota pesar, coração quebrantado. Elas serão, por assim dizer, antítipos dos profetas do passado, como João Batista, que não andava ricamente vestido (Mt 11.8); antes, usava uma veste de pêlos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos (Mt 3.4).

4) Elas são identificadas apenas como “as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus [lit. Senhor da terra” (v.4). O fato de a Bíblia não mencionar as suas identidades tem motivado muitos a explorarem o campo das especulações inúteis, Alguns teólogos afirmam que elas já estão no Céu. Desta dedução decorre a especulação de que são Enoque e Elias, em razão de não terem passado pela morte (Gn 5.24; 2 Rs 2.11; cf, Ap 11.7). Lembremo-nos uma vez mais de que as coisas encobertas pertencem ao Senhor (Dt 29.29).

5) Enquanto elas não cumprirem a sua missão, ninguém poderá vencê-las:
“se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto” (v.5). Isso é uma prova de que Deus protege os seus mensageiros (cf. At 12.11).

6) Farão sinais e prodígios: “têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem” (v.6). Tudo isso será permitido por Deus, para que todos os seres humanos, na Terra, ouçam a sua Palavra, não tendo nenhuma desculpa no dia do juízo.

7) Quando acabarem a sua missão, serão mortas pelo Anticristo (v.7). Isso acontece com todos os profetas verdadeiramente enviados por Deus. O Senhor Jesus não foi preso ou morto antes de consumar a obra que o Pai lhe dera, apesar das muitas tentativas do Inimigo (Lc 4.29,30; Jo 18.4-11).

8) Os corpos delas permanecerão expostos em praça pública, em Jerusalém, chamada espiritualmente de “Sodoma e Egito” — devido à sua imoralidade e ao seu mundanismo —, durante três dias e meio, e os adoradores da Besta se regozijarão com isso, mandando presentes uns aos outros (vv.8-I0).

9) As testemunhas ressuscitarão depois de três dias e meio: “o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande temor sobre os que os viram” (v.II).

10) Ao ressuscitarem, elas ouvirão uma grande voz do Céu: “Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram” (v.I2). Esse fato apresenta uma semelhança com ascensão de Cristo, que, observado por seus discípulos, subiu aos céus (At 1.9-1 1).

A diferença é que as testemunhas subirão diante dos olhares de seus inimigos. Há similaridade também com a ressurreição dos justos, por ocasião do Arrebatamento (cf 1 Ts 4.16,17).

11) Após a ascensão das duas testemunhas, haverá um grande terremoto, e sete mil homens morrerão. Os que restarem ficarão muito atemorizados e darão glória ao Deus do Céu (v.13). Isso comprova que o trabalho desses dois servos do Senhor não será em vão. Quando a Palavra do Senhor é pregada com verdade, sempre há “alguns” que lhe dão ouvidos (Mt 13.23; At 17.34).
O julgamento de Israel. O julgamento dos israelitas durante o período tribulacionista está previsto no Antigo Testamento (Ez 20.33-38; Zc 13.8,9; Am 9.8,10). Um dos objetivos dos juízos apresentados em Apocalipse, sob selos, trombetas e taças (6—17), é levar Israel ao arrependimento. Como resultado, o remanescente desse povo se voltará para Deus arrependido, aceitando Jesus como o Messias (Rm 9.27; 11,25,36; Mt 23.39; Zc 12.10-14; 13.1).

Esse juízo divino ocorrerá durante a Grande Tribulação, como está escrito em Daniel 12.1:

E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele; mas, naquele tempo, livrar—se—á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Teologia Sistemática Pentecostal – CPAD - 2º.  Edição

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