A GRANDE TRIBULAÇÃO
Enquanto a Igreja galardoada estiver adentrando às mansões celestiais,
a fim de participar das Bodas do Cordeiro, já terá começado na Terra o mais
difícil período da História: a Grande Tribulação, através da qual a ira do
Senhor, o Justo Juiz, se manifestará contra os ímpios e adoradores da Besta (Ap
6.16,17).
O que é a Grande Tribulação? A primeira alusão à Grande Tribulação, nas
Escrituras, está em Deuteronômio 4,30: “Quando estiveres em angústia, e todas
estas coisas te alcançarem, então, no fim de dias lit. “nos últimos dias”, te virarás
para o Senhor, teu Deus, e ouvirás a sua voz”. Esta e outras passagens
veterotestamentárias se referem, profeticamente, ao evento em análise (Dt 31.4;
Is 13.9-13; 34.8; Jr 30,7,8; Ez 20.33-37; Dn 12,1; Jl 1.15).
Há teólogos que se precipitam em afirmar que esse terrível e
aterrorizante evento escatológico não acontecerá. Estes deveriam atentar para o
que o Senhor Jesus disse em Mateus 24.21: “nesse tempo haverá grande
tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, nem
haverá jamais” (ARA).
Em Apocalipse 2.22, a expressão “grande tribulação” é empregada com o
sentido de punição à falsa profetisa Jezabel e seus seguidores. Mas, no mesmo
livro, encontramos a ênfase à “hora da tentação que há de vir sobre todo o
mundo” (3.10), isto é, a Grande Tribulação — expressão empregada em Apocalipse
7.14 e que melhor define esse evento, apesar de as Escrituras o apresentarem
com outras designações: “tempo de angústia” (Dn 12.1); “dia da vingança do
nosso Deus” (Is 61.2), etc.
Para alguns teólogos, Apocalipse 7.13,14 não alude a esse tempo de
angústia, posto que — segundo eles — os servos de Deus ali mencionados são os
que sofrem aflições e tribulações hoje (cf. Rm 8.18; Jo 16.33). Afinal, “por
muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22).
Entretanto, ao lermos o contexto imediato (Ap 6.9-11), vemos que os
tais servos serão os “mortos por amor da palavra de Deus e por amor do
testemunho que deram” (v.9), vítimas do Anticristo (Ap 13.7,15). E estes,
vestidos de branco (Ap 6.11; 7.13), virão “da grande tribulação” (Ap 7.14,
ARA), um período de sofrimento que atingirá todos os habitantes da Terra.
A Igreja passará pela Grande Tribulação? E comum recorrer-se à simbologia para se fundamentar
a idéia de que a Igreja não enfrentará esse tempo de angústia:
1) Assevera-se que Enoque foi arrebatado antes do dilúvio; e que, antes
deste, Noé e sua família entraram na arca.
2) Afirma-se que as águas do Mar Vermelho só caíram sobre os egípcios
depois que Israel passou; e que Elias subiu num redemoinho antes do cativeiro.
3) Assegura-se que a Igreja, quando for arrebatada (posto que é a 1uz
do mundo), instalar-se-á um período de trevas; e ainda que, ao ser tirada da
Terra “a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade , o mundo
desmoronara.
No entanto, todos esses exemplos apenas ilustram uma verdade revelada
claramente nas páginas sagradas. Não há dúvidas de que a Igreja será arrebatada
“antes” desse período de trevas,
Por que a lgreja não passará pela Grande
Tribulação? Os teólogos pós e
mesotribulacionistas têm as suas razões pessoais para não crer no rapto dos
salvos antes da Grande Tribulação. Não
devemos ir além do que está escrito nas Escrituras (1 Co 4.6) nem nos movermos
facilmente de nossas convicções quanto ao livramento
da ira futura, por ocasião do Arrebatamento (2 Ts 2.2-9).
Há muitas evidências de que a Igreja não
passará pela Grande Tribulação:
1) A Noiva de Cristo estará no Céu
durante esse período e voltará com Ele para pôr termo ao império do mal: “vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa
se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente;
porque o linho fino são as justiças dos santos. (...) E seguiam-no os exércitos
que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro” (Ap
19.7-14).
2) A Palavra de Deus nos exorta a
“esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus,
que nos livra da ira futura” (1 Ts 1.10).
E o próprio Senhor Jesus disse: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando,
para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé
na presença do Filho do homem” (Lc 21.36, ARA). Note: “escapar de todas estas
coisas”, e não “participar delas”,
3) Em Apocalipse 3.10, Jesus fez uma
promessa à igreja de Filadélfia:
“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da
tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na
terra”. Contudo, esta mensagem não foi apenas para aquela igreja, haja vista o
que está escrito nos versículos 13 e 22 do mesmo capítulo: “Quem tem ouvidos
ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
A promessa de livramento da tentação mundial é extensiva “às igrejas”.
Conquanto os crentes de Filadélfia estivessem passando por tribulações,
naqueles dias, não passaram pela “hora da tentação que há de vir sobre todo o
mundo”, pois todos os mortos em Cristo têm a garantia de que não passarão pela
Grande Tribulação; ressuscitarão e serão tirados da Terra antes dela. Da mesma
forma, os vivos que guardarem a Palavra não passarão pelo tempo da angústia.
Todas as mensagens registradas em Apocalipse às igrejas da Asia possuem
mandamentos e exemplos para nós, hoje, quanto à manutenção do amor e da fidelidade
(2.4,10; 3.11); quanto às falsas profecias (2.20-22); quanto ao perigo de Jesus
estar do lado de fora (3.20), etc. Portanto, não há dúvidas de que a promessa
de livramento da hora da tentação é extensiva a todos os salvos.
4) Antes de o Cordeiro de Deus desatar o
primeiro selo, dando início a uma série de juízos (Ap 6), João viu os 24
anciãos diante de Deus, no Céu (Ap 4—5).
Eles representam a totalidade da Igreja: as doze tribos de Israel e os doze apóstolos
de Cristo. E isso prova que, desde o início da Grande Tribulação, os salvos já
estarão no Céu! Aleluia!
5) Em Apocalipse 13.15, está escrito que
serão mortos todos os que não adorarem a imagem do Anticristo. Se este fará guerra aos santos, a fim de vencê-los
(v.4), quantos deles restariam para um arrebatamento durante ou depois do
período tribulacionista? Como vimos acima, tais santos, mortos pela Besta,
serão os mártires da Grande Tribulação, e não a Igreja, que já terá sido
arrebatada.
6) Em suas duas Epístolas aos
Tessalonicenses, a ênfase de Paulo foi o Arrebatamento da Igreja. Ao mencionar esse glorioso evento pela primeira vez,
ele deixou claro que Jesus nos livrará da ira vindoura (1 Ts 1.10). E isso é
confirmado ainda na primeira Epístola: “quando disserem: Há paz e segurança,
então, lhes sobrevirá repentina destruição (...) e de modo nenhum escaparão.
Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda
como um ladrão” (5.3,4).
Conforme o texto acima, são os que estão “em trevas” que não escaparão
da destruição. Os filhos da luz (5.5) já terão sido arrebatados (4.16-18). Por
isso, mais adiante, Paulo reafirma que os salvos escaparão da ira futura:
“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por
nosso Senhor Jesus Cristo” (5.9).
7) A passagem de 2 Tessalonicenses 2.6-8
é de difícil interpretação, e não nos convém fazer especulações sobre o que não
está revelado claramente. Não
obstante, vemos nela a reiteração de que a Igreja não estará sob o domínio do
Anticristo e seu comparsa, o iníquo Falso Profeta:
E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja
manifestado, Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora,
resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o
Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua
vinda.
Se o mistério da injustiça opera, por que a Besta e o Falso Profeta
ainda não se manifestaram de maneira visível? O que os detém? Quem os resiste?
Quem será tirado da Terra, para que o Anticristo e seu aliado tenham total
liberdade até à esplendorosa vinda de Cristo?
A única revelação que temos, retratada pelo próprio apóstolo Paulo, é
que o povo de Deus será tirado do mundo, no aparecimento de Jesus Cristo (Tt
2.13,14; 1 Ts 4.17). E, se é “depois disso” que será revelado o Iníquo (gr.
anomos, “transgressor”, “sem lei”, “desordeiro”, “subversivo”), então estamos
diante de mais uma prova de que a Igreja não passará pela Grande Tribulação!
Quanto tempo durará a Grande Tribulação? Nos tempos bíblicos, os meses
eram de trinta dias. Não havia meses de 31 ou 28, tampouco se considerava o ano
bissexto. Os anos tinham sempre 360 dias (30x12360). Em Apocalipse 11.3 está
escrito que as duas testemunhas de Deus profetizarão por 1.260 dias ou três anos
e meio (1.260/360=3,5). Esse período também aparece em Apocalipse 13,5 sob a
forma de 42 meses (42x30 1.260).
Esses três anos e meio são apenas a “primeira metade” da Grande
Tribulação, que terá duração total de sete anos, conforme a profecia registrada
em Daniel 9.24-27. Esta passagem menciona o concerto que o Anticristo firmará
com muitos por uma semana de anos, Na metade desta (depois de três anos e
meio), ele rompera o pacto, inaugurando a segunda metade
A septuagésima semana é a última de um total de “setenta setes”,
revelados ao profeta Daniel (9.24). A contagem das setenta semanas — ou 490
anos — começou com o decreto de Artaxerxes para restaurar Jerusalém e foi
interrompida com a morte do Messias (Ne 1—2; Dn 9.25,26). De acordo com a
revelação dada ao profeta, essas semanas se subdividem em três períodos.
Eurico Bergstén explica isso com muita
clareza:
A primeira parte compreende “sete
semanas”, isto é 7x 7 ou 49 anos (Dn 9.25), e destaca, com clareza, o começo da
contagem dessas semanas — desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém” (.) Daquela data até á
conclusão desse trabalho (Ne 6. 15)
passaram-se realmente 49 anos.
A segunda etapa compreende “sessenta e
duas semanas”, isto é 62x 7, ou 434 anos, tempo que abrange da restauração de
Jerusalém ao Messias, o Príncipe, Dn 9.25. E realmente impressionante observar
que desde a data do decreto para a restauração até á data da entrada triunfal
de Jesus em Jerusalém (IvIt 2 1. 1— LO) passaram-se exatamente 69 “semanas” ou
69x7, que são 483 anos.
A terceira parte compreende a última
semana, isto é, a septuagésíma semana, sobre a qual a profecia diz: “Ele
,firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará
cessar o sacrifício e a oferta de manjares, e sobre a asa das abominações virá
o assolador..,”, Dn 9.27. Comparando esta expressão com apalavra de Jesus,
quando profetizava sobre esses acontecimentos ( Mt 24. 15,2l),,fica provado que
a septuagésima semana, sem dúvida, representa o tempo da grande aflição.
O estudo comparativo das passagens proféticas de Daniel, Apocalipse e
Mateus
24 indica que, após a destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C., haveria
um lapso temporal indefinido — chamado de Dispensação da Igreja ou Tempo dos
Gentios — até que os eventos da septuagésima semana começassem a se cumprir.
Depois desse período parentético indeterminado, entre o século 1 d.C. e o Arrebatamento
da Igreja, a Besta firmará o tal concerto ou pacto com muitos por sete anos,
mas só cumprirá a sua parte nos primeiros três anos e meio.
Na segunda metade da semana, ela se voltará contra os judeus, e juízos
divinos cairão de maneira intensa sobre o Império Anticristão (Dn 9.27; Ap
15-16).
Haverá salvação na Grande Tribulação? Nesse período, Deus dará mais uma oportunidade de
salvação a todos aqueles que não foram arrebatados, Tudo será muito difícil,
pois os poderes do mal estarão multiplicados e atuando numa escala nunca vista,
mas a salvação será possível (Ap 6.9-11; 7.9-17; 12.12,17; 14.1-5; 20.4). Não
só os desviados poderão se reconciliar com Cristo; todos os seres humanos terão
oportunidade de salvação, desde que invoquem o nome do Senhor (Jl 2.32). O
texto de Apocalipse 7.14 menciona uma multidão de salvos durante esse período,
os quais lavarão suas vestiduras, branqueando-as no sangue do Cordeiro.
Mas será difícil a salvação nos angustiosos e inquietantes dias da
Grande Tribulação. Derramar-se-ão juízos de Deus sobre os adoradores da Besta
(Ap 6—9), que, mesmo assim, não se arrependerão (Ap 9.20,21; 16.9). A
misericórdia do Senhor será patente nesse período, pois todos os acontecimentos
catastróficos visarão, sobretudo, ao despertamento das pessoas para o
arrependimento antes do último grande juízo (cf. At 17.30,31).
A falsa trindade satânica. Na Grande Tribulação, o Diabo terá permissão para
dominar todas as ações na Terra. Quando a Igreja sair do mundo, ele será
precipitado de onde está — nas regiões celestiais (Ef 2.2; 6.12) —, juntamente
com as suas hostes, e terá permissão para agir com mais liberdade entre os
homens, A Palavra de Deus diz que ele estará cheio de fúria, sabendo que pouco
tempo lhe resta (Ap 12.9,12).
Satanás jamais conseguirá ser igual a Deus (Is 14.12-14). E essa
frustração faz dele um “imitador” das obras divinas, porém com intentos maus,
Ele formará a sua falsa trindade — na verdade, uma tríade, haja vista não ser
ela uma união de três pessoas formando um único deus, e sim três pessoas
distintas agindo separadamente, tendo como líder Satanás.
Como lemos em Apocalipse 16,13, duas Bestas — uma que sobe do mar (cf.
Ap 13.1-10), e outra, que emerge da terra (Ap 13.11-18) — se aliarão ao
Adversário: “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso
profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs”, Deus também
revelou ao apóstolo Paulo essas duas Bestas, em 2 Tessalonicenses 2: os
versículos 3 a 6 se referem à primeira (o Anticristo); e os 7 a 12, à segunda
(o Falso Profeta).
O Diabo, o Anticristo e o Falso Profeta tomarão posse, temporariamente,
da Terra. Se a Santíssima Trindade é composta de Deus Pai, Cristo e Espírito
Santo (Mt 28,19; 2 Co 13.13), a falsa trindade satânica terá como protagonistas
o Antideus, o Anticristo e o Antiespírito.
Assim como Cristo veio ao mundo para revelar a glória do Pai (Jo 1.14),
a Besta revelará a natureza funesta do Diabo, agindo segundo o seu poder (Ap
13.1,2). E, da mesma forma que o Espírito convence os pecadores e glorifica a
Jesus (Jo 16.8-14), o Falso Profeta induzirá todos a adorarem o Anticristo (Ap
13.11-15).
Quem receberá o sinal da Besta? Na Grande Tribulação, quem desejar comprar alguma
coisa só poderá fazê-lo mediante o sinal, o nome ou o número do nome da Besta.
Somente o número é revelado na Bíblia, Quanto ao nome e ao sinal, que poderá
ser colocado na mão direita ou na testa dos adoradores do Anticristo (Ap
13.16-18), não há maiores informações nas Escrituras.
A Igreja não receberá o tal sinal, que será uma marca para aqueles que,
tendo ficado na Terra, após o Arrebatamento, forem convencidos pela segunda
Besta, o Falso Profeta, de que o Anticristo é o “salvador do mundo”. O sinal os
separará como adoradores conscientes do Homem do pecado.
Contrastes entre Cristo e o Anticristo. As diferenças entre Cristo (o Cordeiro de Deus), e o
Anticristo (a Besta do Diabo), são muitas:
1) Cristo é a imagem de Deus (Cl 1.15); o Anticristo, a de Satanás.
2) Cristo é a segunda Pessoa da Trindade; o outro também será a segunda
pessoa, mas da falsa trindade satânica.
3) Cristo desceu do Céu (Jo 6.51); o outro subirá do abismo (Ap 11.7).
4) Cristo é o Cordeiro; o outro, a Besta.
5) Cristo é o Santo; o outro, amante da iniqüidade, terá um aliado
chamado de “o iníquo” (2 Ts 2.8).
6) Cristo veio em nome do Pai; o outro virá em seu próprio nome.
7) Cristo subiu ao Céu (At 1.9-1 1); o outro descerá para o Inferno.
8) Cristo é o Filho de Deus; o outro, o filho da perdição.
9) Cristo é o mistério de Deus; o outro, o da iniqüidade.
10) Cristo recebe louvor dos santos; o outro o receberá dos ímpios.
11) A Noiva de Cristo é a Igreja; a do outro será “uma prostituta” (Ap
17.16,17).
12) Cristo é a verdade; o outro, a mentira,
13) Cristo é a luz (Jo 8.12); o outro, trevas,
14) Os seguidores de Cristo andam na luz; os do outro andarão em trevas
(Ap 16.10).
I5) O Reino de Cristo é eterno; o Império do Anticristo durará apenas sete
anos.
Os 144 mil judeus eleitos. Serão santos homens de Deus, responsáveis pela pregação
do evangelho durante a Grande Tribulação. Esses servos do Senhor, provenientes
das tribos de Israel (Ap 7.1-8), cumprirão cabalmente a sua missão, não tendo
por preciosas as suas vidas.
As suas testas serão assinaladas a fim de indicar a sua consagração a
Deus (Ap 14.1). Isso não os protegerá das perseguições e do martírio. Haja
vista o que está escrito em Apocalipse 7.13,14. Tal marcação denota a proteção
que eles terão quanto aos juízos divinos sobre o mundo (Ap 9.4). O Cordeiro os
honrará por sua fidelidade, como lemos em Apocalipse 14.3-5:
E cantavam um cântico novo diante do
trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprendei-
aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da
terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são
virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são
os que dentre os homens foram comprados como príncipes para Deus e para o
Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante
do trono de Deus.
As duas testemunhas. Haverá, no tenebroso período tribulacionista, duas
duplas: uma do mal e outra do bem, A primeira, bestial, formada pelo Anticristo
e pelo Falso Profeta, blasfemará e guerreará contra os santos; também fará
grandes sinais, para enganar os que habitam na Terra. A segunda, celestial,
será composta de duas testemunhas enviadas por Deus, que profetizarão, com
grande poder, e também farão sinais.
As duas testemunhas serão dois profetas do Altíssimo que — à semelhança
de Moisés, Elias, Micaías, Jeremias, João Batista, Estevão, Paulo e o próprio
Senhor Jesus — entregarão mensagens de juízo com toda a ousadia, a ponto de
deixar os adoradores da Besta atormentados (Ap 11.10). As características delas
à luz de Apocalipse 11.1-13 serão as seguintes:
1) Elas exercerão o seu ministério na primeira metade da Grande
Tribulação: “e [os gentios] pisarão [lit. pisotearão] a Cidade Santa por
quarenta e dois meses, E darei poder às minhas testemunhas, e profetizarão por
mil duzentos e sessenta dias” (vv.2,3). Como vimos acima, 42 meses ou 1.260
dias equivalem a três anos e meio, tempo de duração de cada metade do período
em análise,
2) As duas testemunhas terão um especial poder e grande autoridade da
parte de Deus para cumprirem a sua missão (vv.3,5,6). Isso será necessário em
razão da terrível oposição que enfrentarão por parte dos adoradores da Besta,
3) Trajar-se-ão de pano de saco (v.3).Vestir-se de pano de saco,
especificamente, denota pesar, coração quebrantado. Elas serão, por assim
dizer, antítipos dos profetas do passado, como João Batista, que não andava
ricamente vestido (Mt 11.8); antes, usava uma veste de pêlos de camelo e um
cinto de couro em torno de seus lombos (Mt 3.4).
4) Elas são identificadas apenas como “as duas oliveiras e os dois
castiçais que estão diante do Deus [lit. Senhor da terra” (v.4). O fato de a
Bíblia não mencionar as suas identidades tem motivado muitos a explorarem o
campo das especulações inúteis, Alguns teólogos afirmam que elas já estão no
Céu. Desta dedução decorre a especulação de que são Enoque e Elias, em razão de
não terem passado pela morte (Gn 5.24; 2 Rs 2.11; cf, Ap 11.7). Lembremo-nos
uma vez mais de que as coisas encobertas pertencem ao Senhor (Dt 29.29).
5) Enquanto elas não cumprirem a sua missão, ninguém poderá vencê-las:
“se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os
seus inimigos; e se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto”
(v.5). Isso é uma prova de que Deus protege os seus mensageiros (cf. At 12.11).
6) Farão sinais e prodígios: “têm poder para fechar o céu, para que não
chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em
sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem”
(v.6). Tudo isso será permitido por Deus, para que todos os seres humanos, na
Terra, ouçam a sua Palavra, não tendo nenhuma desculpa no dia do juízo.
7) Quando acabarem a sua missão, serão mortas pelo Anticristo (v.7).
Isso acontece com todos os profetas verdadeiramente enviados por Deus. O Senhor
Jesus não foi preso ou morto antes de consumar a obra que o Pai lhe dera,
apesar das muitas tentativas do Inimigo (Lc 4.29,30; Jo 18.4-11).
8) Os corpos delas permanecerão expostos em praça pública, em
Jerusalém, chamada espiritualmente de “Sodoma e Egito” — devido à sua
imoralidade e ao seu mundanismo —, durante três dias e meio, e os adoradores da
Besta se regozijarão com isso, mandando presentes uns aos outros (vv.8-I0).
9) As testemunhas ressuscitarão depois de três dias e meio: “o espírito
de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande
temor sobre os que os viram” (v.II).
10) Ao ressuscitarem, elas ouvirão uma grande voz do Céu: “Subi cá. E
subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram” (v.I2). Esse fato
apresenta uma semelhança com ascensão de Cristo, que, observado por seus
discípulos, subiu aos céus (At 1.9-1 1).
A diferença é que as testemunhas subirão diante dos olhares de seus
inimigos. Há similaridade também com a ressurreição dos justos, por ocasião do
Arrebatamento (cf 1 Ts 4.16,17).
11) Após a ascensão das duas testemunhas, haverá um grande terremoto, e
sete mil homens morrerão. Os que restarem ficarão muito atemorizados e darão
glória ao Deus do Céu (v.13). Isso comprova que o trabalho desses dois servos
do Senhor não será em vão. Quando a Palavra do Senhor é pregada com verdade,
sempre há “alguns” que lhe dão ouvidos (Mt 13.23; At 17.34).
O julgamento de Israel. O julgamento dos israelitas durante o período
tribulacionista está previsto no Antigo Testamento (Ez 20.33-38; Zc 13.8,9; Am
9.8,10). Um dos objetivos dos juízos apresentados em Apocalipse, sob selos,
trombetas e taças (6—17), é levar Israel ao arrependimento. Como resultado, o
remanescente desse povo se voltará para Deus arrependido, aceitando Jesus como
o Messias (Rm 9.27; 11,25,36; Mt 23.39; Zc 12.10-14; 13.1).
Esse juízo divino ocorrerá durante a Grande Tribulação, como está
escrito em Daniel 12.1:
E, naquele tempo, se levantará Miguel, o
grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de
angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele; mas, naquele
tempo, livrar—se—á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias
Silva de Jesus
Teologia Sistemática Pentecostal –
CPAD - 2º. Edição
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