ESPÍRITO SANTO, SUA PERSONALIDADE E DIVINDADE
TEXTO ÁUREO = “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16).
VERDADE PRÁTICA = O Espírito Santo é uma pessoa divina. É Ele quem convence o pecador e administra o poder e os dons que Deus tem posto à disposição de sua Igreja.
INTRODUÇÃO
Vivemos hoje a proclamada dispensação do Espírito Santo (II Co 3.8). Suas multiformes operações mantêm a Igreja de Cristo viva, dinâmica e atuante.
Entretanto, ao longo dos séculos, essa doutrina vem sofrendo grandes distorções gerando incredulidade em alguns, e fanatismo em outros. Um dos grandes equívocos a respeito do Espírito Santo é tratá-lo de modo impessoal, como se Ele fosse uma coisa qualquer, um poder, uma energia, ou simples influência. Nesta lição, estudaremos os aspectos de sua personalidade e divindade.
I. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
A pessoa do Espírito não pode ser confundida com alguma forma corpórea.
Ele não necessita de corpo material para manifestar-se. Sua personalidade é espiritual e incorpórea. Não se trata de um espírito criado como um anjo ou um homem. A palavra “espírito” deve ser interpretada com cuidado. Em relação ao homem, seu espírito foi criado por Deus. Em relação ao próprio Deus, a palavra “espírito” ganha um sentido especial, porque Ele é o “Espírito Eterno” (Hb 9.14).
Ele é o Espírito pessoal que se comunica com os homens com todas as manifestações próprias da sua personalidade.
1. Ao referir-se ao Espírito Santo a Bíblia utiliza-se de pronomes pessoais. Encontramos em João 16.8,1 3,14 pronomes pessoais como: ele, aquele, dele, etc. Em João 14.16 temos a expressão “outro Consolador” referindo- se ao Espírito Santo como Pessoa. Ao afirmar que enviaria o Espírito Santo, o Consolador, Jesus usou o pronome grego “outro” allos, significando “outro do mesmo tipo”. Isto quer dizer que Ele enviaria outra pessoa especial, o “paracleto” que ficaria com seus discípulos para sempre. O termo grego “paracleto” significa “aquele que vem para socorrer, ajudar, assistir”.
2. O Espírito Santo exerce atributos de uma personalidade. Há, pelo menos, três atributos que revelam a personalidade do Espírito, que são: o intelecto, à vontade e o sentimento. Através do intelecto o Espírito Santo fala, pensa, raciocina e tem poder de determinação, elementos típicos de personalidade (Rm 8.27; I Co 2.10,11,16).
Através da vontade o Espírito tem o poder de agir de conformidade com a economia divina (Hb 2.4). Um elemento proeminente de sua vontade é a liberdade de distribuir seus dons aos homens (I Co 12.11). Em relação ao sentimento do Espírito, é evidente que Ele possui todos os graus de afeição e sensibilidade de quem ama: consola, geme, chora e intercede (Rm 8.26,27; Ef 4.30).
II. A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
Nas Escrituras o Espírito Santo é expressamente chamado Deus. Ele possui os atributos de Deus e realiza obras que só o Altíssimo poderia realizar.
1. A existência do Espírito Santo (Hb 9.14). Se o Espírito Santo existe como ser divino significa que Ele não é meramente uma parte deste ser, mas é o próprio Deus Espírito (Jo 4.24). Ele tem existência própria sem dissociar-se da divindade. As três pessoas da Trindade seio distintas em suas manifestações, mas pertencem à mesma essência indivisível e eterna. O Espírito Santo não se originou em nada e em ninguém. Ele é eterno. Ele é Deus.
2. O Espírito Santo possui atributos divinos. Dentre os vários atributos divinos do Espírito Santo podemos citar: eternidade, imutabilidade, onisciência, onipresença, onipotência, infinitude etc. Para esta lição destacaremos apenas dois atributos: imutabilidade e eternidade.
a) Ele é imutável como Deus é (Ml 3.6). Ele não é vulnerável diante das circunstâncias conforme os seres humanos. O Espírito Santo é eternamente firme, inalterável e perfeito em seus juízos.
b) Ele é eterno (Hb 9.14). O Espírito Santo transcende as limitações temporais. Vejamos o que nos diz o escritor da Epístola aos Hebreus: “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.14).
3. O Espírito Santo realiza as obras que só Deus pode realizar. Foi o Espírito de Deus quem deu vida à Criação (Gn 1.2). Foi o Espírito Santo quem levantou a Cristo da morte, mediante a ressurreição (Rm 8.11), e é o Espírito Santo quem transforma os homens em novas criaturas, por meio do novo nascimento (Jo 3.3-8).
III. AS ATIVIDADES DO ESPÍRITO SANTO
1. As três dimensões da operação do Espírito. Uma das principais atividades do Espírito Santo é trabalhar na vida dos pecadores a fim de convencê-los de seus pecados e da perdição eterna.
O Espírito Santo, em seu relacionamento com os homens, opera em três dimensões distintas: na mente, no sentimento e na vontade.
a) Na esfera da mente. O Espírito opera no intelecto humano convencendo o pecador acerca de sua necessidade de um Salvador pessoal.
b) Na esfera do sentimento. O Espírito procura sensibilizar o pecador acerca do seu estado espiritual procurando persuadi-lo à decisão para a salvação.
Pela área do sentimento, o Espírito conduz o pecador à emoção e à alegria de receber a dádiva divina: a salvação em Cristo. O Espírito Santo mostra-lhe a importância dessa decisão (Jo 1.12), levando o pecador a confessar e a deixar o pecado (Pv 28.13; II Tm 2.19; 1 Jo 1.9).
c) Na esfera da vontade. O Espírito Santo desperta o desejo da decisão por Cristo (Jo 16.8-10).
2. O Espírito convence o mundo do pecado, da justiça, e do juízo (Jo 16.8-11).
a) O Espírito convence do pecado. A missão do Espírito Santo é convencer o pecador sobre seu estado de perdição eterna, caso não aceite a única providência divina para salvação da humanidade: a expiação do pecado mediante o sacrifício vicário de Cristo. O pecador não é forçado pelo Espírito Santo a decidir-se ao lado de Cristo, ou a reconhecer-se culpado. O Espírito não se utiliza de argumentos da lógica humana; convence-o simplesmente pelo seu poderoso, amoroso e persuasivo testemunho.
b) O Espírito convence da justiça. Ao convencer o pecador de suas transgressões e, conseqüente dependência de Deus, o Espírito da verdade apresenta convincentemente a única solução para o homem; a redenção mediante a “justiça de Cristo” (Rm 3.21-25).
c) O Espírito convence do juízo (Jo 16.8,11). Cristo recebeu a condenação da nossa culpa (Is 5 3.4,5) que foi o juízo imediato contra o pecado. Porém, aqui a palavra “juízo” possui, também, sentido futuro, ou seja, o juízo divino que será derramado sobre aqueles que rejeitarem a graça salvadora de Cristo oferecida hoje.
O Espírito Santo trabalha diuturnamente no sentido de convencer as pessoas acerca do inevitável juízo futuro contra o pecado, os pecadores e o Diabo. De certo modo, o juízo contra o Diabo já foi decretado na consumação da obra expiatória de Cristo (Cl 2.14,15). Um dia todos os ímpios, de todas as eras, haverão de comparecer perante o grande Trono Branco no Juízo Final (Ap 20.11-15).
3. O Espírito opera na conversão dos pecadores. Há muita diferença entre sentir simpatia pelo evangelho e converter- se sinceramente a Cristo. Entretanto, quando alguém ouve atentamente a voz do Espírito de Deus e se convence da verdade do evangelho, sua vida é radicalmente mudada, transformada. Após o derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes, o apóstolo Pedro levantou sua voz e pregou com autoridade: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados” (At 3.19). Ora, a conversão promove mudança de comportamento; é como dar meia volta e retornar para Deus. A verdadeira conversão traduz-se no arrependimento sincero do pecador e na imediata regeneração operada pelo Espírito Santo no interior do homem.
CONCLUSÃO
Quando o homem “nasce de novo”, sua nova vida em Cristo torna-se o centro das operações do Espírito, que produzem benefícios, tanto para o próprio crente como para a Igreja, o “corpo de Cristo”. O trabalho do Espírito é confirmar a salvação recebida (Rm 8.16), dando ao novo crente a certeza de que está realmente salvo. A partir de então, o Espírito Santo conduz o crente à vitória sobre o pecado, que antes o dominava. Confiemos, pois, pia- mente no trabalho do Espírito de Deus. Ele quer nos encher de poder e autoridade espirituais para nos tornar capazes de rejeitar o pecado e vencer as tentações. Se vivermos nos domínios do Espírito estaremos aptos a dominar as concupiscências da carne e o mundo (Rm 8.4; Gl 5.16).
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 2001
Nenhum comentário:
Postar um comentário