Atos de profecia
Quase todo mundo gosta de ver um bom filme ou uma boa peça de teatro. Se a história é contada com habilidade e os atores desempenham bem os seus papéis, a audiência, normalmente, fica cativada. Se, além disso, a história ainda for boa, o efeito pode ser profundo.
Profetas como atores
Vivendo em dias de grande desespero, os profetas do AT eram, ocasionalmente, instruídos por Deus a representarem as suas mensagens, ao invés de simplesmente entregá-las oralmente. Pelas mesmas razões de ter Jesus falado por parábolas, eles se engajavam em representar. Uma história contada prende a atenção do ouvinte e, se for boa, alcança o mais profundo do seu coração. Além do mais, histórias e esquetes forçam o ouvinte ou o observador a pensar e a descobrir a verdade por si mesmo. Quando alguém diz “ah!”, sabemos que um impacto foi causado. Estas lições práticas podem ser chamadas de “parábolas dramáticas”.
Um cinto, um jarro, uma canga
No final do século VII e início do VI a.C., Judá era uma nação orgulhosa, confiante mais em si mesma do que no poder de Deus para obter sucesso. Deus falou para Jeremias comprar um cinto de linho, andar mais de 1.000 km e enterrá-lo nas margens do rio Eufrates. Algum tempo depois, Jeremias foi instruído para retornar ao Eufrates e desenterrar o cinto de linho, O cinto, agora totalmente arruinado, transformou-se numa lição prática para Judá: apesar de ter sido útil um dia, Judá se tornou inútil para o serviço de Deus por causa de seu orgulho, e seria arruinado como foi o cinto (Jr 13.1-1 1).
Em outras diversas ocasiões, Jeremias fez uso de recursos e ações para alertar o povo de Judá sobre a destruição que viria nas mãos de Nabucodonosor. Jeremias foi instruído a quebrar um jarro de barro diante dos anciãos da cidade para mostrar que Jerusalém e seus habitantes eram inúteis diante de Deus (Jr 19.1-15).
Ele fez laços e uma canga, e amarrou-se a ela para mostrar que Deus pretendia entregar-lhes ao jugo de Nabucodonosor (Jr 27.1-15; 28.10-17). Temos outros registros de outras parábolas dramáticas de Jeremias em Jr 43.9-10 e 51.63-64.
A caminhada de três anos de Isaías
Isaías ensinou através de ações quando, sob o comando de Deus, andou despido por três anos ao redor de Jerusalém para mostrar que a Assíria envergonharia o Egito, levando o seu povo prisioneiro, “despido e descalço” (Is 20.1-6). A boa vontade de Isaías em obedecer à ordem de Deus conferiu a autenticidade necessária às suas ações perante uma audiência certamente incrédula.
Ezequiel fica ao relento
A mensagem proferida por Ezequiel sobre a futura destruição de Jerusalém e o exílio de seu povo foi reforçada por diversas parábolas dramáticas. Ele fez um modelo em barro da cidade de Jerusalém sitiada (Ez 4.1-3), dormiu 430 dias de lado (Ez 4.4-8), comeu comida preparada sobre esterco humano (Ez 4.9-17) e raspou sua cabeça (Ez 5.1-17). Podemos encontrar outras parábolas dramáticas de Ezequiel em 12.3-16 e 24.15-27.
Parábolas dramáticas de Jesus
Também Jesus ensinou através de parábolas dramáticas. Quando ele quis demonstrar quem era o maior no reino dos céus, Jesus tomou uma pequena criança (Mt 18.1-6). Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstrou a verdadeira servidão (Jo 13.1-20). A última ceia, uma refeição pascal, deu amplas oportunidades a Jesus para ilustrar de modo tangível o plano redentor de Deus para a humanidade.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Bíblia de Estudo Profecia
Nenhum comentário:
Postar um comentário