O AVIVAMENTO NA CIDADE
1- A CAUSA QUE LEVOU OS CRENTES DE JERUSALÉM A SAÍREM PREGANDO O EVANGELHO AONDE IAM.
Com o martírio de Estevão findou a primeira etapa dá Igreja Primitiva, a de pregar o evangelho em Jerusalém, ( At. 1.8).
Foi somente com a “grande perseguição contra a Igreja ( At. 8.1) que obedeceram a ordem divina de proclamar a mensagem em toda a Judéia e Samaria...”
Esta foi a primeira perseguição que Igreja sofreu.
Na época, a Igreja provavelmente contava com apenas um ou dois anos de existência.
Ainda havia grande número dos habitantes de Jerusalém não evangelizados,
A obra crescia cada vez mais e havia grande gozo do Espírito em todos os membros da Igreja.
Seria natural supor que, com o derramamento do sangue de Estevão (At. 7. 54-60),
As autoridades sentissem remorso e resolvessem adotar outros planos.
Mas sentiram sede de sangue — sede que podia estancar só derramando sangue de outros discipulos ( At 8 3, cap 26: 10)
Ficaram determinadas a matar e acabar com a”seita”.
Muito grande foi a multidão que, abandonando os seus lares e o lugar onde se converteram, fugiu para Jerusalém para toda a parte ( At. 8.1 . c/ Mt. 10. 22,23).
Depois de mencionar “três mil “membros (Atos. 2.41), e “cinco mil” ( At. 4.4), diz que o número “crescia cada vez mais” (At. 5.14);
E por fim, que multiplicava muito o número” (At. 6.7).
Com essa perseguição a Igreja perdeu, mais ou menos, a visão de Jerusalém terrestre,
E começou a olhar mais para a Jerusalém celestial, (Hb. 12.22).
Quando a Igreja está governada de Jerusalém, de Roma, ou qualquer outro ponto da terra, ela sempre fica embaraçada e limitada na sua visão celestial.
O grande vento de perseguição em Jerusalém dispersou, por toda a parte, a boa semente do Reino Deus,
A qual nasceu produzindo uma nova e gloriosa colheita de almas
“O sangue dos martires é a semente Igreja’
Saulo foi, indubitavelmente, um dos principais instigadores da perseguição que se levantou contra Igreja em Jerusalém naquele tempo.
Saulo julgava que nisto prestava um grande serviço para Deus ( At. 26. 11; Fp. 3.4-6).
Mas o que lhe dava grande prazer ( At. 8.1), depois se tornou motivo de grande remorso, (1 Co 15.9; 1 Tm. 1.12,13).
Contudo, conforme já vimos, a perseguição não fez parar a propagação do evangelho, o efeito foi exatamente o contrário.
Antes desta perseguição os discípulos estavam recebendo ensino e preparo dos apóstolos; agora, estavam prontos a sair.
Foi necessária a perseguição para fazê-los movimentar-se, mas lá foram eles.
Aqueles que foram dispersos não se estabeleciam.
Em vez disso, continuavam viajando de lugar para lugar, espalhando as boas novas, o evangelho. Em Atos 11.19,
Diz que alguns viajaram para tão longe como Chipre, Fenícia e Antioquia.
Podemos estar certos de que viajaram igualmente para bem longe em outras direções.
Muitos crentes pensam que foram os apóstolos, os que andaram dispersos por toda a parte proclamando Palavra.
Mas não foram eles ( At. 8.1),
Foram os discípulos, os leigos, que anunciaram a mensagem em toda parte.
Isso não significa que eram todos pregadores no sentido moderno.
Qualquer crente, por mais humilde que seja, pode pregar, isso é, anunciar a mensagem de Jesus.
Daí fica evidenciado que o ministério da Palavra não é privativo do púlpito.
Conforme estamos observando, embora se tratasse de pessoas comuns,
Conheciam a Palavra e se tornaram canais para o amor e para o poder de Jesus.
Evidentemente, ninguém se queixava por causa da perseguição, ao contrário,
Fizeram dela uma oportunidade de ver o que Deus faria.
E de suma importância notar que o maravilhoso crescimento da Igreja Primitiva não foi fruto da obra dos grandes pregadores,
Mas da fidelidade de todos os membros em testificarern, cheios do Espírito Santo, para todas as pessoas a seu alcance.
II- PERSONAGENS ENVOLVIDOS NO AVIVAMENTO DE SAMÂRIA
‘ESTEVÃO: Seu nome vem do grego Stephanos, que significa “coroa”.
Ele foi um dos sete homens escolhidos pelos apóstolos pouco depois da ressurreição de Cristo
Para cuidarem da distribuição da assistência às viúvas da igreja a fim de que os próprios apóstolos pudessem ficar
Com o tempo livre para suas tarefas espirituais ( At. 1-6). Foi o primeiro mártir do cristianismo.
SAULO: Seu nome significa “pequeno”.
Desde seu nascimento até seu aparecimento em Jerusalém como perrseguidor dos cristãos,
A pouca informação concernente a sua vida.
Embora fosse da Tribo de Benjamim e zeloso membro do partido dos fariseus ( Rm. 11.1; Fp. 3.5; At. 23.6),
nasceu em Tarso como cidadão romano AT.16.37; 21.39; 22.25 .)
FILIPE- Seu nome vem do grego Philippos e significa “amante de cavalos”.
Há quatro personagens com esse nome, conhecidos dos escritores do Novo Testamento.
1- Filho de Herodes o Grande e Mariamme, a filha de Simão, o sumo sacerdote
2- Filho de Herodes o Grande e de sua Quinta esposa, Cleópatra de Jerusalém.
3- Filipe, o apóstolo, foi chamado para seguir a Jesus no dia seguinte ao da chamada de André e Simão.( Jo. 1: 43-46).
4- Filipe um dos sete escolhidos para fazer parte do primeiro grupo de diáconos da Igreja de Jerusalém.
Era conhecido como “o evangelista”, presumivelmente para ser distinguido do apóstolo do mesmo nome.
Tinha quatro filhas que eram profetizas ( At. 21.8,9).
PEDRO E JOAO: - (At. 8.14) — Ambos eram considerados como colunas da Igreja ( GI. 2.9).
O versículo em apreço mostra-nos que foram enviados de Jerusalém com uma missão
E um propósito específicos, o de proporcionar aos convertidos samaritanos o dom do Espírito Santo.
E importante notar um particular a respeito João que era filho de Zebedeu
E que nos dias do ministério terreno de Jesus junto com Tiago pediu que caisse fogo do céu sobre os rebeldes samaritanos (Lc. 9.54),
E agora enviado pela Igreja juntamente com Pedro a fim de ministrar uma benção,
Numa missão de benigna visitação celestial, e não de destruição. Esse é o Espirito de Cristo.
III - A CIDADE DE SAMARIA
Samaria — Nome da capital do reino israelita do norte, e o território que a circundavam.
Depois de haver reinado durante seis anos em Tirza, Onri construiu uma nova capital para o reino do norte,
Em uma coluna a
Onri adquiriu o local por dois talentos de prata, e deu-lhe o nome de seu antigo proprietário, Semer (1 Rs. 16.24).
O lugar era doutro modo desconhecido, a não ser que deva ser identificado com Samir, terra natal de Tola ( Jz. 10.1).
A colina que tem
E o seu nome ( Shõmerôn ) pode ser ligado com o vocábulo hebraico que significa “posto de vigia”.
Durante seis anos Onri trabalhou na construção de Samaria,
E isso teve prosseguimento sob Acabe, o qual edificou uma casa decorada com marfim (1 Rs 22.29).
Em um templo dedicado a Baal de Sidom, a deidade cuja adoração Jezabel encorajara (1 Rs 18.22),
Acabe ergueu uma coluna próxima do altar que Jorão posteriormente removeu (11 Rs. 3.2).
Outros santuários e edificios usados pelos sacerdotes idólatras devem ter sido usados desde esse tempo até a reforma efetuada por Jeú ( II Rs. 10.19).
A própria cidade de Samaria foi por longo tempo considerada pelos profetas como um centro de idolatria (Is. 8.4; 9.9; Jr. 23.13; Ez. 23.4; Os. 7.1; 1.6).
Ben-Hadade II, da Síria, cercou Samaria a princípio sem sucesso (1 Rs. 20. 1-21),
Mas posteriormente os sirios reduziram-na à fome gravíssirna ( II Rs. 6.25).
Só foi livrada devido pânico e a retirada súbita do sitiadores,
O que foi descoberto e anunciado pelos leprosos ( II Rs. 7).
Acabe foi sepultado na cidade, como igualmente certo número de reis israelitas que ali haviam feito sua residência (1 Rs. 22.37; II Rs. 10.1).
Ali seus cendentes foram assassinados, incluindo Acazias, que se escondeu em vão na cidade apinhada de gente (1 Cr. 22.9).
Samaria foi novamente cercada no tempo de Elizeu, e foi miraculosamente livrada ( Rs. 6.8-23).
Durante o reinado de dez anos de Menaém, este conseguiu evitar os assírios pagando-lhes tributo para se afastassem,
Assim comprado a Tiglate-Pileser III (II Rs. 15.17-20).
Seu filho Peca, entretanto, atraiu ‘novamente o exercito assírio por causa de sua oposição a Júdá,
Que apelou aos assírios pedindo ajuda.
Peca deu ouvidos ao apelo do profeta Odede de devolver o despojo e os cativos Judeus,
A quem havia trazido para Samaria ( II Cr. 28.8-15).
A cidade, chamada de Samerina ou Bit-Humri ( Casa de Onri) nos anais assírios. 725 —
Foi cercada por Salmanezer V, embora sua captura final seja vindicada pelo seu sucessor Sargom II.
Os cidadãos, incitados por Iau-bid, de Hamate, se recusaram a pagar o tributo imposto e, no ano seguinte,
Sargom deu inicio a um esquema de deportação em massa dos habitantes de toda aquela área.
De conformidade com os seus anais, Sargom levou 27.270 ou 27.290 cativos,
E o efeito disso foi o fim da existência do reino norte de Israel como um estado homogêneo e independente.
Os exilados foram levados para certos lugares da Síria, da Assíria e da Babilônia,
e o lugar dos mesmos foi tomado por colonos vindos de outras porções agitadas do império assírio ( II Rs. 17.24).
O fracasso sofrido no cultivo dos distritos limítrofes. Levou ao aumento das incursões dos assírios ( II Rs. 17.25) .
Alguns israelitas chamados samaritanos ( II Rs. 29),
Continuavam habitantes em certas partes da cidade e continuavam a ir adorar em Jerusalém ( Jr. 41.5).
A contenção entre Samaria e Judá, de origem bem antiga, gradualmente foi aumentando de intensidade, embora a própria Samaria tivesse declinado em importância.
A cidade foi colonizada pelos gregos, depois de sua captura por Alexandre o Grande em
Mas pouco se sabe a seu respeito, depois disso, até à ocupação efetuada pelos romanos.
Foi, contudo, cercada por João Hircano, e as terras ao derredor foram assoladas cerca de 111 —
Pompeu e Gabínio começaram construí-la,
Mas coube a Herodes embelezar a cidade, que dele recebeu o novo nome de Sebaste ( Augusta),
Honra ao seu imperador.
Samaria abrigava 6.000 veteranos, incluindo gregos.
Por ocasião da morte de Herodes,
Samaria se tornou parte do território de Arquelau,
E posteriormente foi transformada em colônia romana sob Sétimo Severo.
A despeito do mútuo antagonismo entre Judá e Samaria, Jesus Cristo tomou a rota mais curta,
Atravessando a Samaria e a Galiléia ( Lc. 17.11),
Descansando em Sicar, perto de Siquém, uma cidade samaritana (Jo. 4.4).
SAMARITANOS –
A queda de Samaria, em
Os principais cidadãos foram deportados por Sargom,
Enquanto que exilados de outras partes do império assírio for importados por Sargom, Esar-Hadom e Assurbanípal.
Os israelitas que foram deixados, formaram o âmago da nova comunidade e,
A despeito da introdução de diversos cultos, ficou garantida a continuidade da adoração a Jeová.
Relações mais íntimas passaram a ser mantidas com Judá, antes e depois da queda de Jerusalém, em
No inicio do periodo persa, quando os judeus receberam permissão de retornar a Jerusalém,
Foram eles permitidos a reedificar o Templo e os muros da cidade.
Imediatamente tiveram de enfrentar oposição das classes dominantes em Samaria.
Não há motivo para que se pense que essa oposição era mais do que política, visto que tão tarde como o término do século quinto A. C.,
Os judeus de Elefantina, no Egito, puderam escrever solicitando auxilio para a reconstrução de seu Templo,
Tanto ás autoridades de Jerusalém como às de Samaria.
Com o advento de Esdras e Neemias, a tensão, porém, tornou-se ainda mais profunda.
O novo zelo pela pureza da raça, importada pela comunidade judaica na Babilônia, se confrontou com a ascendência mista dos samaritanos.
Quando o neto do sumo sacerdote se casou com a filha de Sambalate, Neemias o expulsou ( Ne 13.28).
O rompimento final entre os judeus e samaritanos deve ter ocorrido em cerca de
Os samaritanos possuíam a Lei, mas não os escritos proféticos,
E isso pode igualmente sugerir um rompimento de relações por essa altura dos acontecimentos.
No tempo da revolta dos macabeus, os samaritanos se inclinaram perante a tempestade,
E seu templo, no Monto Gerizim, era dedicado ao Zeus Xênio.
Os hasmoneanos. entretanto, adquiriram uma crescente ascendência sobre Samaria.
E, por volta de
Em
A cidade de Samaria tornou-se sede favorita de Herodes o Grande, que conforme já vimos,
Lhe conferiu o novo nome de Sebaste, em honra a Augusto.
Em 6 D. C., a Judéia e a Samaria foram novamente unidas em uma província de terceira classe sob , Siria,
Estando em Cesaréia a sede do procurador Durante esse periodo,
O atrito entre os judeus e os samaritanos foi aguçado por diversos incidentes
Entre os anos 6 e 9 D C, os samaritanos espalharam ossos no Templo de Jerusalém, por ocasião de certa páscoa.
Nos dias do Novo Testamento os samaritanos seguiam a Lei de Moisés,
Á semelhança dos judeus, mais diziam que os sacrificios deviam ser oferecidos no Monte Gerizim em vez de em Jemsalem ( Jo. 4: 19-24)
O judeus evitavam ir a Samaria sempre que possivel
Jesus reputava que Sua missão visava primariamente Israel,
Mas, depois de sua ressurreição o Senhor comissionou os apóstolos para que pregassem em Samaria (At .8).
A missão em Samaria foi levada a efeito especialmente pelos judeus helenistas, depois do martírio de Estevão.
Filipe precisou de coragem para ir até lá. Mas, como os outros, ele foi levado pelo Espírito.
Quando chegou a cidade de Samaria, cerca de
Ele começou a pregar a Cristo.
Os samaritanos, como os judeus, esperavam por um Messias.
Em cumprimento de Deuteronômio 18:15, 18,19.
NOTA IMPORTANTE
A PARABOLA DO BOM SAMARITANO ( Lc 10: 30-42)
A parábola do bom samaritano foi dada a fim de ilustrar o importantíssimo mandamento da Lei :
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo Podem-se fazer as seguintes observações a respeito:
1- Jesus ensina aqui um importante princípio da ética humanitária.
O “próximo” pode ser uma pessoa inteiramente desconhecida.
2- O “próximo” pode ser de uma raça diferente, e até mesmo desprezada.
3- O “próximo” pode ser pessoa de outra religião, até mesmo conhecida como herética.
4- Contudo, os cuidados de Deus por toda a humanidade devem manifestar-se nas vidas de todos quantos são chamados pelo nome.
É muito instrutivo que Jesus tenha escolhido um samaritano para a sua ilustração.
Jesus escolheu de propósito os desprezados samaritanos para ilustrar o correto tratamento que se deve dar ao próximo.
Com isso aprendemos que aquele a quem podemos ajudar a qualquer momento,
Um ser humano como nós, é o nosso proximo, sem importar as diferenças raciais, religiosas ou de posição social
Amém
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- Final -
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