A CRIAÇÃO DO
MUNDO
TEXTO ÁUREO = “No princípio criou Deus os céus e a terra” ( Gn 1.1 ).
VERDADE PRÁTICA = O
mundo não foi criado por acaso. E obra específica e planejada daquele que é o
autor de toda a criação DEUS.
LEITURA EM
CLASSE = SALMO 148.1-14
INTRODUÇÃO
Na primeira
lição, preocupamo-nos em estabelecer e esclarecer a doutrina da Criação. Nesta,
entretanto, trataremos o assunto, do ponto de vista histórico.
1.0
REORDENAMENTO DA CRIAÇÃO
No primeiro
versículo de Gênesis, temos declarado o ato do
Criador; no
segundo, observamos o Universo criado, antes de Deus dar-lhe forma e vida.
1. O estado original da Terra. O versículo 2 declara que “a
terra era sem forma é vazia” No original hebraico, aparece como “tôhu”“wabôhu”,
e dá a idéia de um lugar ermo. O autor descreve o nosso planeta em seu estado
incompleto. Alguns teólogos entendem este texto como uma referência ao ato da
recriação, mas sem base suficiente na Bíblia para garantir esta idéia.
Os que
defendem esta teoria, ensinam que entre Gênesis 1.1 e 1.2, houve um cataclismo
geológico, provocado pela queda de Satanás perante o Criador . Mas, parece-nos
que a narrativa da criação nada tem a ver com isso, pois trata-se de um relato
dos atos criativos de Deus, que eliminou o caos que envolvia a Terra, “sem
forma e vazia”.
2. O Espírito Santo, a presença de equilíbrio no caos. Este
processo de ordenamento do caos tem a presença do Espírito de Deus que pairava
sobre a face das águas. Ele operava sobre a expansão dos mares como “ruach”
(hebraico), que significa “vento, hálito”. Seu sopro produz energia e vida
criadora (Jó 33.4; Sl 104.30).
O ato de
“pairar” não significa que o Espírito seja alguma coisa inerte mas, sim, move-
se, agita as águas. E algo vivo e energético, não evolutivo. O versículo 3,
logo a seguir, indica o próximo ato criativo de Deus, quando diz:” Haja...”.
Foi a Palavra do Criador que trouxe ordem ao caos inicial.
II. OS SEIS
DIAS DA CRIAÇÃO
1. O primeiro dia: criação da LUZ (Gn 1.3-5). Deus fez
aparecer a luz cósmica, pelo poder da sua Palavra, quando disse: “haja luz, e
houve luz”. Ele trouxe à existência as coisas não vistas. O mundo estava
debaixo da escuridão total, mas o Criador fez surgir a luz, mesmo antes de
aparecer o Sol. O ato de ordenar que houvesse luz não significa que ela não
existisse antes, mas que Deus fez surgir no primeiro dia. No versículo 4,
lemos: “fez Deus separação entre a luz e as trevas”. Havia, de fato, uma densa
acumulação de neblina e vapor, os quais envolvia a Terra, e, por isso, existia
uma total escuridão. Quando surgiu a luz, as trevas foram vencidas pelo poder
da claridade que se espalhou sobre a expansão das águas. No versículo 5, a luz
foi chamada “dia” e as trevas, “noite”.
2. O segundo dia: criação do FIRMAMENTO (Gn 1.6-8). Deus faz
surgir o firmamento ou “expansão”, referindo-se à separação das águas
atmosféricas das terrestres. Entende-se que uma vasta cortina líquida e
nebulosa cobria a Terra e impedia que a luz solar a vencesse. Ela submetia o planeta
a um juízo de trevas impenetráveis. Era uma massa de água atmosférica que se
condensava com o vapor da terra. Mas Deus estabeleceu a separação das águas
“debaixo da expansão” que se evaporaram, para formarem nuvens e se
transformarem em águas potáveis.
3. O terceiro dia: a criação da terra, mar e plantas. (Gn 1.9-13). No terceiro
dia da criação o Criador, depois da separação das águas, ordenou que
“aparecesse a porção seca”, que é a parte sólida deste planeta, a Terra. Alguns
geólogos acreditam que, originariamente, “a porção seca” (Gn 1.9) fosse um só
continente. As especulações acerca deste assunto são muitas, mas nenhuma é
sustentável. A grande verdade é que a parte seca, hoje, disposta no planeta em
cinco continentes, existe, e foi capacitada para produzir toda a vegetação em
forma de ervas variadas que dão sementes e árvores frutíferas. Estes elementos
vitais da vegetação seriam os produtores de alimentos para a sobrevivência dos
seres vivos.
4. 0 quarto dia: criação do Sol, Lua e estrelas (Gn 1.14-19). Não há
contradição entre o relato do primeiro e o quarto dia, quando ambos os textos
relativos falam do aparecimento da luz. A diferença é que, no primeiro dia (Gn
1.3-5), Deus ordena o surgimento da luz, e no quarto (Gn 1.14-19), o Senhor
organiza o sistema solar. Neste dia, surgem o Sol e a Lua e, os astros celestes.
Na linguagem hebraica, os nomes sol e lua são omitidos propositadamente por
Moisés, que prefere denominá-los como dois luminares. E interessante que eles
surgiram, para vencerem o caos terrestre e contribuírem para a produção e
preservação da vida sobre a Terra. Tudo está pronto para a sobrevivência
animal. Há água potável, comida e o ciclo das estações. No versículo 14,
começa, de fato, a contagem do tempo, pois os luminares surgidos no firmamento
celeste, Sol e Lua, fazem a diferença entre o dia e a noite.
5. 0 quinto dia: criação da vida marinha e das aves (Gn 1.20-23). As águas,
separadas em doces e salgadas, têm vida. A ordem divina no versículo 20 é:
“produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente”. Esta primeira ordem
inclui todos os animais aquáticos, marinhos, e todas as espécies de aves, O
texto fala de “enxames de seres viventes” (v.20) nas águas e sobre a terra.
Deus lançou a sua bênção sobre estes seres viventes e ordenou que fossem
fecundos e se multiplicassem (v.22).
Está escrito,
no versículo 23, que “houve tarde e manhã”. Esta escritura tem gerado polêmica
aos estudiosos. Alguns intérpretes ensinam que a referência aqui é a um dia de
Deus e não ao comum, limitado por minutos e horas. Entendem que o começo de
cada ato da criação é chamado manhã, e a conclusão deste específico ato divino
é chamado “tarde”.
6. O sexto dia: criação da vida animal e a humana (1.24-26). Percebe-se,
neste dia, que Deus criou três tipos distintos de seres: “gado”, um tipo de
animais mansos, os quais pastam e andam juntos; “répteis”, que rastejam, como
as serpentes e outros invertebrados; “feras”: aparecem por último no versículo,
e referem-se aos animais selváticos: leões, tigres e outros carnívoros.
No versículo
25, afirma-se que Deus criou estes animais, cada qual segundo a sua espécie.
Ora, aprendemos nestes versículos que todos os seres vivos, tanto no mundo
animal como vegetal, foram feitos de acordo com o seu gênero e espécie e com a
capacidade de reproduzir-se por gerações sem fim. Deste modo, podemos testemunhar
que as diferentes famílias de animais e plantas conservam- se, desde sua
criação, até o dia de hoje.
Porém, o
homem é a obra-prima do Criador. Ele é a coroa da criação, conforme está
declarado no versículo 26. Quando Deus disse:
“Façamos o
homem”, Ele desejava criar um ser distinto de todas as demais criaturas
terrenas: alguém que tivesse personalidade, vontade, sentimento, e fosse capaz
de representá-lo sobre a Terra. Por esta razão, Ele criou o homem “à sua imagem
e semelhança”.
III. VERDADES
FUNDAMENTAIS DA HISTÓRIA DA CRIAÇÃO
A história
da criação tem seu fundamento na revelação de Deus ao homem. Por causa do
pecado, o ser humano se tomou vítima do engano e da mentira de Satanás. As
teorias levantadas por mentes incrédulas e perniciosas procuram ofuscar o fato
da criação. O relato bíblico não se baseia em teorias, mas em fatos revelados
pelo próprio Deus. Por isso, algumas verdades fundamentais acerca da criação
precisam ser ensinadas e não meramente informadas.
1. Houve um propósito divino na criação. As
Escrituras revelam que a criação do mundo não foi obra do acaso. Deus o criou
com os seguintes propósitos:
a) Para sua
glória, conforme alguns textos bíblicos declaram: Salmo 19.1 ;Isaías 43.7;
60.21; 61.3; Lucas 2.14.
b) Para
satisfação de sua vontade: Efésios 1.5,6,9; Apocalipse 4.11.
c) Para a
honra pessoal de Jesus Cristo, seu Filho: Colossenses 1.16 e Hebreus 2.10.
2. Houve e há um fim na criação. O próprio
Deus Criador. Qual a finalidade de Deus ter criado o mundo? A resposta está no
fato de que a criatura não existe por si própria, a não ser pelo ato criador de
Deus. Ele não depende da criatura, mas esta precisa dele. Portanto, seu destino
submete-se ao que seu Criador dis puser. Então, interroga-se: Por que Deus criou
todas as coisas? Por que existe o mundo? O homem? Estas perguntas têm uma única
resposta: Deus criou tudo, porque é livre para criar, e seu propósito baseia-se
no fato da eterna bondade que Ele manifesta para sua criação. Ao criar o mundo,
não significa que Ele precisasse de alguma coisa para si, já que Ele possui tudo
(Já 22.1-3). Ele criou todas as coisas, para a sua glória (SI 18.2-5; Is 6.3; 1
Co 6.20).
CONCLUSÃO
Há uma
curiosa expressão que, por vezes, é questionada pelos estudantes da Bíblia: “E houve
tarde e manhã” (Gn 1.5,8,13,19,23,31). Em todos estes versículos, a encontramos
no final de cada ato criativo. Ela faz parte de um relato de Moisés, o autor de
Gênesis. Por isso, quando o escreveu, tinha sua mente voltada para a cultura
oriental, especialmente a dos hebreus. Geralmente, o dia começava ao
pôr-de-sol, à tardinha. Portanto, neste livro, a tarde sempre precedeu a manhã.
De quantas horas foram estes dias da criação? De 12 ou 24? Alguns ensinadores
forçam uma interpretação e os definem como de duração indefinida, ou, até
mesmo, como eras geológicas. E difícil encontrar uma definição para este texto.
Porém, não é fácil entender o método de Deus. Se um dia pode ser como mil anos
e vice-versa (2 Pe 3.8), por que discutir esta questão?
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
Lição Bíblicas 4º. Trimestre 1995 - CPAD
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