sábado, 17 de outubro de 2015

JACÓ UM CARÁTER TRANSFORMADO



JACÓ UM CARÁTER TRANSFORMADO

TEXTO ÁUREO = “Não te deixarei, se me não abençoares” (Gn 32.26).

VERDADE PRÁTICA = O caráter de um homem, sob a égide do EGO, é vulnerável aos ímpetos da carne; mas, quando transformado, se torna firme e confiante.

LEITURA BIBLICA = GÊNESIS 25.24-26; 27.29,30,34,35; 32.22-24,27,28

INTRODUÇÃO

A história de Jacó é deveras emocionante e assinalada por experiências marcantes. Nenhum outro personagem tomou tanto espaço no livro de Gênesis. Foi ele quem recebeu a bênção de Abraão e Isaque. Por seu intermédio, foram formadas as 12 tribos de Israel. Precisaríamos de mais tempo e espaço, para acompanharmos todos os fatos de sua vida. Nesta lição, porém, podemos definir duas etapas principais de sua existência: o enganador e o transformado.

1. JACÓ, O ENGANADOR

1. O significado do nome Jacó (Gn 25.24-26). Quando Rebeca teve os filhos gêmeos, Esaú e Jacó, o pai muito se alegrou. Cumpria-se o desígnio divino na vida de Isaque de que sua semente encheria a Terra. Realmente, dois grandes povos foram formados: os edomitas e os israelitas. Entretanto, há um fato curioso no nascimento deles. O segundo nasceu com a mão agarrada ao calcanhar do primeiro. Por este motivo, seus pais o chamaram de Jacó, cujo significado é suplantador, enganador.

2. Jacó engana e lesa o pai e o irmão Esaú. Isaque e Rebeca não tinham maiores conflitos, mas havia diferenças marcantes entre eles, no modo de encarar o futuro dos filhos. Além disso, foram maus exemplos, como pais, ao demonstrarem preferências particulares. Isaque amava mais Esaú, porque este, além de ser o mais velho, era caçador e, de vez em quando, lhe trazia uma caça especial. Rebeca gostava mais de Jacó, o mais novo, porque este a ouvia e lhe obedecia.

No capitulo 27 do Gênesis, Isaque mandou chamar a Esaú e fez planos de lhe outorgar a bênção da primogenitura. Enquanto ele saiu para caçar, a fim de oferecer ao seu pai o guisado especial, Rebeca, sabedora das intenções do esposo, procurou subverter e frustrar os planos.

Traçou um plano para que antes de Esaú chegar, Jacó pudesse receber a bênção em seu lugar. Ela sabia do plano de Deus, mas não queria arriscar.
Por isso, sem compreender a vontade divina, induziu o filho mais novo a enganar o próprio pai, imitando o irmão e vestindo-se com pelos de cabra, para fingir ser o mais velho, que era peludo. Para assegurar- se disso, os dois utilizaram-se da mentira e do engano, atitudes tão desprezíveis diante do Senhor.

3. As conseqüências do engano e da mentira (Gn 26.33; 27.42-45). Há uma lição preciosa, a qual precisamos aprender com o erro de Jacó. Nunca devemos nos adiantar aos planos de Deus, porque Ele os cumpre no tempo próprio, sem nenhum prejuízo para nós. Jacó sabia, tanto quanto sua mãe Rebeca, que a bênção estava garantida, pois, acima dos valores legais da primogenitura, estavam os morais e espirituais daquele legado.

Jacó teve de arcar com as conseqüências da sua transgressão. Elas seriam inevitáveis. Ele fugiu da presença do seu irmão, saindo de Berseba e indo para Harã, na Mesopotâmia. Por muitos anos, mesmo tendo sido abençoado por Deus em bens materiais e na formação de sua família, não conseguia escapar da voz de sua consciência, que o considerava um enganador.

II. JACÓ, LUTADOR PERSISTENTE

1. Jacó tem uma visão de Deus (Gn 28.10-17). Na fuga para Harã, Jacó caminhou durante todo o dia, até um lugar chamado Luz, cerca de doze milhas de Jerusalém, onde passou a noite. A região era cheia de pedras. Por isso, cansado, tomou uma delas, na qual reclinou a cabeça. Ali, naquele local, algo maravilhoso aconteceu com ele, naquela noite. Em sonho, viu uma escada, posta na terra, em sua cabeceira, e estava erguida até os céus. Por ela, vários anjos subiam e desciam. Lá, no alto, estava o Senhor, revelando- se, de modo pessoal, e fazendo-lhe promessas (Gn 28.12-15).

2. 0 voto de Jacó (Gn 28.18-22). Uma características pessoal de Jacó, revelada ao longo de sua vida, era a persistência em lutar por um ideal e aproveitar todos os momentos possíveis, para conquistá-lo. Entusiasmado com a visão divina, considerou aquele lugar um local especial, pois ali ele viu a glória do Senhor. Por isso, ergueu aquela pedra, que lhe servira como travesseiro, e derramou azeite sobre ela, ungindo-a, paras identificar aquela terra como santa. Deu-lhe o nome de Betel, que significa “casa de Deus”.

3. O estímulo de Deus, para continuar a viagem (Gn 29.1-12). No primeiro versículo, temos uma expressão idiomática, no hebraico, “levantou os seus pés”, ou, como está traduzido para o português: “pôs-se Jacó a caminho”; “então pôs- se Jacó de pé”, para falar de sua reação diante do estímulo que recebeu do Senhor. Ele estava a caminho de Padã- Harã, onde deveria encontrar a família de sua mãe. Sua viagem não lhe dava outra alternativa, pois ainda fugia da ira de seu irmão.
4. Jacó é enganado por seu tio Labão (Gn 29.1-35). Depois de recebido no seio de sua família, Jacó não conseguiu mais esquecer-se do primeiro momento em que conheceu a prima Raquel, que era bonita e atraente. Ele se apaixonou por ela e pediu-lhe em casamento. Labão entendeu que melhor seria entregá-la a um parente, do que a um estranho. Ele (Jacó) ficou tão entusiasmado, que propôs trabalhar sete anos por sua amada (Gn 29.18). Seu tio, aproveitando a oportunidade, para fazer um bom negócio, aceitou a proposta do sobrinho.

A fazenda de Labão prosperou, na administração de Jacó, pois este empenhou-se durante sete anos por Raquel. Porém, no final deste período de trabalho, por sua amada, foi enganado e induzido a se casar com Lia, a mais velha (Gn 29.21-30). Por isso, foi obrigado a trabalhar mais sete anos, em pagamento pela mais nova.
Há uma lição que aprendemos neste incidente. Jacó estava colhendo o que plantou anteriormente. Recebeu engano pelo engano, astúcia pela astúcia que havia praticado contra seu irmão Esaú.

III. JACÓ, TRANSFORMADO POR DEUS

1. Jacó entra em crise de consciência (Gn 32.3-12). Depois de várias dificuldades, por que havia passado nos anos em que esteve em Harã, persistia na mente e na consciência de Jacó o pecado de engano, praticado contra seu pai Isaque e o irmão Esaú. Mesmo tendo sido abençoado por Deus, em prosperidade familiar e material, e ter tido o glorioso encontro com o Senhor, em Betel, ainda batia forte, como um martelo na bigorna, a voz de sua consciência..

2. Jacó ora a Deus, no meio de sua crise interior (Gn 32.9-12). Jacó soube logo que o modo de se vencer as dificuldades e os problemas da vida, era buscar a face do Todo- poderoso (Si 50.15; Jr 29.12). Ele precisava do Senhor e queria ter a certeza do cumprimento das promessas. Por isso, orou com instância. Deus não deixaria de cumprir sua palavra, porque Ele é fiel e suas bênçãos nunca falham e nem mudam.

Jacó orou a Deus, para que o livrasse das mãos de seu irmão, pois sabia que o mesmo alimentava a vingança, até aquele dia. Na oração, lembrou ao Senhor suas promessas de abençoá-lo e prosperá-lo, e tudo isso não poderia, agora, ser destruído pelo ódio de Esaú (Gn 32.11,12).

3. Jacó luta com Deus em sua oração (Gn 32.22-32). Diz a Bfblia que, naquela mesma noite, Jacó tomou sua família e todos os seus bens, e passou “o vau de Jaboque” (On 32.22,23).Todos prosseguiram a caminhada, mas ele “ficou só” (v.24).

Uma teofania especial, na forma angelical, manifestou-se como se fosse um homem comum, no meio da escuridão, e iniciou-se uma luta renhida entre os dois.
Mediante o seu esforço em receber a bênção, o anjo do Senhor tocou na juntura de sua coxa, e disse- lhe que a partir daquele momento, ele teria um sinal, pelo resto de sua vida, para que jamais se esquecesse daquele dia especial. Deus transformou o seu caráter e mudou o rumo de sua existência, a partir do seu novo nome, Israel (Gn 32.27,28), que significa o príncipe de Deus.

CONCLUSÃO

Depois daquele encontro com Deus, no vau de Jaboque, Jacó aprendeu a valorizar suas experiências com o Todo-Poderoso. O seu caráter foi transformado e suas atitudes mudadas completamente. Devemos, hoje, como crentes em Cristo, deixar o Espírito Santo operar livremente em nossas vidas, pois Ele pode, a cada dia, modificar também os nossos hábitos.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lição Bíblicas 4º. Trimestre 1995  - CPAD

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