BEM-AVENTURADOS OS QUE MORREM NO SENHOR
TEXTO ÁUREO
“E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem- aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam”. Ap 14.13.
VERDADE PRÁTICA
A felicidade do crente mio se resume em ter boa posição social e bens materiais, mas em ter a consoladora esperança de morrer e ressuscitar em Cristo.
LEITURA EM CLASSE - I Ts 4.13-16; Lc 16.22; Fp 1.21-23.
INTRODUÇÃO
Uma das grandes e maravilhosas surpresas da vida cristã é a diferença de conceito, de posição e de reação no tocante à morte. As palavras MORTE, MORRER, MORTO e seus derivados ocorrem mais de 1.290 vezes no texto sagrado, sendo que 31 livros do AT os mencionam, e 21 do NT, perfazendo assim um total de 52 livros.
Ao contrário dos que “não têm esperança”, I Ts 4.13, os cristãos fiéis encaram o fenômeno da morte como uma esperança consoladora e uma expectativa positiva, porquanto as Escrituras afirmam que são “bem- aventurados os que morrem no Senhor”.
I. ORIGEM DA MORTE
O significado primário de morte nas Escrituras envolve as idéias de ausência, separação. A Bíblia menciona especificamente três categorias de morte, a saber: física ou natural, espiritual e eterna. Com a morte física, o corpo e alma se separam. Ocorrendo a morte espiritual, a alma se vê separada da comunhão com Deus. Na morte eterna, a alma fica ausente de Deus em sentido definitivo, eterno.
1. Em Adão todos morreram, I Co 15.22. A morte sobreveio à raça humana como um julgamento de Deus sobre o pecado de nossos primeiros pais. Adão não foi eternamente destruído porque a graça de Deus se manifestou admiravelmente em seu favor, provendo o sacrifício de um animal, cujas peles e cujo sangue, prefigurando a obra redentora do Messias, proveram a redenção ao primeiro casal, Gn 3.22.
Por outro lado, foi também um gesto de graça divinal a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden, para não viessem a viver eternamente o peso das conseqüências do pecado. Como haveria de ser o corpo sofrido, cansado, enfermo e depauperado dos nossos primeiros pais, se houvessem tocado e provado da árvore da vida, sem que jamais pudessem morrer.
Assim, sendo, aquilo que poderia ser a tragédia maior, foi evitada por Deus, com a oferta de uma solução perfeita e maravilhosa. O pecado de Adão causou sua imediata morte espiritual e também o princípio de sua morte física.
2. O salário do pecado é a morte, Rm 6.23. Morte e pecado andam juntos ao longo das páginas da Bíblia. Veja-se, por exemplo, Pv 11.19; 13.14; 14.12; 15.10; 16.25; 21.6;
Tg 1.15; I Jo 3.14; II Co 7.10.
Por uma sentença do Criador, “a alma que pecar, essa morrerá”, Ez 18.4. O ato de pecar é, sempre, uma inclinação para a morte, Pv 2.18; 5.5; 7.27; 8.36.
3. Está ordenado aos homens morrerem uma vez, Hb 9.27. A natureza desse decreto é impressionantemente clara: é um decreto universal. Toda a raça humana se tem curvado ao peso sombrio e desalentador dessa lei severa e justa.
A Bíblia menciona exclusivamente três exceções:
a. Enoque, que foi transladado, Gn 5.24;
b. Elias, que foi arrebatado em um redemoinho, II Rs 2.11;
c. A Igreja, que será arrebatada ao toque da última trombeta, I Co 15.52.
A universalidade do decreto da morte é facilmente comprovável. Todas as cidades, vilas e povoados deste mundo têm seus cemitérios, e assim se cumpre a palavra do patriarca Jó: “Porque eu sei que me levarão à morte e à casa do ajuntamento destinada a todos os viventes”, Jó 30.23.
II. A DEFINIÇÃO DE MORTE
Estudemos, agora, as diferentes acepções que a Bíblia oferece a este vocábulo.
1. A morte é um sono. Ao falar dos crentes que foram testemunhas da morte do Senhor Jesus e já me haviam morrido. Paulo assim se expressou: “Alguns já dormem também”, I Co 15.6. E a expressão é repetida nos versos 18 e 51. Paulo aprendeu assim do próprio, Jesus, que disse a respeito da morte e ressurreição de Lázaro:
“Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono”, Jo 11.11.
Leia-se também Mt 9.24.
Essa idéia de sono aplicada à mor- te está na Bíblia desde o Pentateuco, Dt 31.16a.
E continua ao longo do texto sagrado. A morte de Estêvão propriamente dita é descrita com quatro palavras: “E, tendo dito isto, adormeceu”, At 7.60.
2. A morte é à volta ao pó, Gn 3.19; Fe 12.7. A ciência comprova a informação bíblica de que o homem proveio do pó, pois seu corpo é literalmente composto de elementos’ químicos, os quais se diluem no pó, com o pó e em pó, ao ocorrer o fenômeno da morte, ocasião em que Deus “lhe tira a respiração”, Sl 104.29.
3. A morte é uma herança. Uma herança que procede de Adão e tem sido transmitida a todos os homens, Rm 5.12. Ela se toma efetiva cada vez que o homem expira.
Gn 25.8; 35.29.
4. A morte é uma punição, Gn 2.17. Ela foi o resultado de um ato de desobediência consciente. Adão fora avisado por Deus de que não deveria provar o fruto e o fez.
E assim como a semente do pecado passou a cada criatura, a semente da morte também, Sl 51.5. Faraó reconheceu que a morte é uma penalidade para o pecado, Êx 10.17.
5. A morte é um inimigo. Ela não faz parte da vida de comunhão eterna com Deus.
A morte é o grande obstáculo a uma experiência contínua de imortalidade nesta vida.
A morte é inimiga de Cristo porque Cristo é a vida, mas ela é um inimigo que afinal será completamente vencido, Jo 11.25; 14.6; I Co 11.26.
6. A morte é uma partida, II Tm 4.6. Não há verdadeiro prazer nesta vida, tão cheia de atribulações e desgostos. A morte para o cristão oferece o ensejo de partir, para estar com Cristo, II Co 5.8. É a viagem sem retorno, que leva ao verdadeiro porto seguro.
7. A morte é um lucro, Fp 1.21. Os inimigos da fé pregavam que a morte de Paulo seria por ele considerada uma tragédia e certamente ele tudo faria para evitá-la, principalmente se viesse a ser uma morte através de pesados sofrimentos ou tortura.
Mas o apóstolo afirma que para ele, morrer é lucro é vantagem, por causa da glória que existe depois da morte, e por causa da honra que lhe causaria poder morrer para glorificar o Senhor Jesus.
III. O SIGNIFICADO DE MORRER NO SENHOR
Assim como existem dois caminhos (Sl 1.6), duas portas (Mt 7.13) e dois destinos
(Mt 25.46), de igual modo existem duas maneiras de morrer no Senhor.
A outra é morrer sem o Senhor. Que significa, então, morrer no Senhor?
1. Significa não morrer em pecado. Os crentes somos exortados a viver em santidade, Hb 12.14.
No momento de nossa morte devemos estar em perfeita comunhão com o Senhor, pois o que é precioso aos olhos do Senhor é a morte de seus SANTOS, Sl 116.15, dos que vivem separados para Ele, em novidade de vida, Rm 6.4.
2. Significa morrer na mesma fé que se cultivou em vida. Certa vez perguntaram a João Wesley o que faria se soubesse que morreria à meia-noite do dia seguinte, e ele respondeu: “Da mesma maneira como tenho programado. Hoje à noite pregaria em Gloucester, e também amanhã pela manhã. Depois viajarei até Tewkestbury, pregaria pela tarde e estaria na reunião de obreiros à noite.
Depois pousaria em casa de meu amigo, Martin, que me espera; conversaria e oraria com a família, me retiraria para descansar às 10 horas; encomendar-me-ia a meu Pai celestial, começaria a dormir, e despertaria em glória”.
3. Significa morrer confiante unicamente nos méritos de Jesus. Quem morre descansado na obra da redenção, por ela mesma será guardado e protegido durante a travessia desse mui escuro túnel e ainda por ela despertará na aurora maravilhosa da comunhão perpétua com Cristo, em Seu próprio lar. Quem assim morre, na fé que produz obediência total, na comunhão com o Cristo Eterno, morre no Senhor.
4. Significa morrer na esperança da vida futura, I Tm 6.14. De todas as criaturas que sofrem no mundo, as mais desgraçadas são as que não têm esperança. Para o cristão que morre no Senhor, a morte tem um sentido de uma volta ao lar. Na verdade, o céu é nosso verdadeiro lar, e temos saudade dele. Porque o homem “se vai à sua eterna morada”, Ec 12.7.
No céu veremos primeiramente pessoa augusta e gloriosa do Senhor Jesus. Depois veremos os amados que foram antes de nós. Também veremos os exércitos de anjos e veremos ainda a formosura sem par da Sião celestial. Tudo no céu naturalmente tem por centro a pessoa de Cristo.
IV. POR QUE SÃO BEM-AVENTURADOS OS QUE MORREM NO SENHOR?
A palavra bem-aventurado, como todos sabem, significa ditoso, altamente feliz.
Por que a Bíblia reserva tal adjetivo aos que morrem no Senhor?
1. Porque hão de ressuscitar primeiro, I Ts 4.16b. A esperança de ressuscitar é um privilégio que os crentes alcançaram nas páginas da Bíblia, fruto de promessas pessoais de Deus ao Seu povo. A morte não é o fim. A ressurreição é uma garantia de Deus de que Ele domina efetivamente sobre a morte. A morte não tem a última palavra sobre a vida do crente. Deus tem essa palavra, e é uma palavra de vidas.
A vantagem de morrer no Senhor resulta na vantagem de ressuscitar primeiro. Esta expressão tem dois sentidos, o imediato e o remoto. O sentido imediato é que os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, isto é, antes do arrebatamento e transformação dos crentes que estiverem vi- vós no dia do Senhor.
Em segundo lugar, significa que os mortos em Cristo ressuscitarão mil anos antes dos mortos sem Cristo, pois esta é a primeira ressurreição, Ap 20.5.
2. Porque nunca mais serão afligidos e tentados. Morrer no Senhor significa descansar para sempre das fadigas, das tribulações e das dores e tentações a que estamos sujeitos presentemente. Todos nós somos tentados, mas isto findará um dia, e esse dia está chegando.
3. Porque entrarão em seu descanso. Encontramos diferentes tipos de descanso na Bíblia. Vamos mencionar alguns:
a. O descanso da Criação, Gn 2.2,3;
b. O descanso de Israel, Js 21.44;
c. O descanso da Consciência, Hb 10.12;
d.O descanso da alma, Sl 116.7;
e. O descanso da Igreja, Mt 11.29;
f. O descanso do Milênio, Is 14.7.
Mas o descanso a que se refere Ap 14.13 é o glorioso descanso que se segue a esta vida de tormentos, e o autor do livro especifica claramente DESCANSEM DOS SEUS trabalhos.
4. Para que suas obras os sigam. É bom trabalhar para o Senhor Jesus. É bom possuir uma fé robusta que se revela em obras aceitáveis diante de Deus, porque as obras nos hão de seguir. As obras do escultor, do pintor, do construtor, do advogado, do professor, do pescador, do musicista, todas estas findam aqui mesmo na terra. Mas as obras do genuíno filho de Deus, estas o seguem, após a morte e por toda a eternidade, “porque somos feitura sua, criados em Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”, Ef 2.10.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 19881
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