A Sabedoria
Piedosa (3.13-18)
3:13: Quem
dentre vós
é sábio e entendido?
Mostre pelo teu
bom procedimento obras
em mansidão
de sabedoria.
O homem verdadeiramente sábio não se
esquece de seus deveres
morais, tanto
para consigo mesmo como para com a igreja cristã. Não
podemos separar a sabedoria
da conduta moral
diária. Aquele
que semeia as contendas,
e busca os seus
próprios interesses,
quando muito,
é sábio somente
segundo o mundo.
Ele não
compartilha da qualidade da sabedoria divina,
da penetração do pensamento
divino, da ordem
e da natureza hígida(Respeitante à saúde.
Que tem higidez; sadio,
são.) do conhecimento
celestial. A sabedoria
autêntica resulta em
uma vida cristã autêntica.
É isso que
o autor sagrado
diz aqui.
«...Quem
entre vós
é sábio e entendido?...»
Essas palavras refletem um artifício retórico(E. Ling. Estudo
do uso persuasivo
da linguagem, em
especial para
o treinamento de oradores.
[Tradicionalmente cinco são as partes
do estudo retórico:
(a) a inventio, ou descoberta
de argumentos; (b) a dispositio, ou arranjo das idéias; (c) a elocutio, ou
descoberta da expressão
apropriada para
cada idéia,
e que inclui o estudo
das figuras ou
tropos; (d) a memoria, ou memorização
do discurso; e (e) a pronuntiatio, ou apresentação oral do discurso para uma audiência.] ) comum, o da diatribe(Crítica acerba;
escrito ou
discurso violento
e injurioso), o estilo de escrito empregado pelo autor sagrado.
«...sábio
e entendido...» Provavelmente temos aqui um pleonasmo(Redundância
de termos que
em certos
casos têm emprego
legítimo, para conferir à expressão mais vigor, ou clareza.
Ex.: Vi com estes
olhos que
a terra há de comer) retórico, não
devendo nós compreender
coisas diferentes
por «sabedoria»
e por «conhecimento».
A distinção popular
de que o «conhecimento»
é o fundo de proposições
conhecidas, ao passo que a sabedoria
é a habilidade de usar
devidamente esse
conhecimento, é válida,
embora talvez
não fosse tencionada pelo
autor sagrado.
Em qualquer
caso, conforme
o texto sagrado
passa a mostrar,
a sabedoria é uma qualidade
divina, da qual
o homem pode participar,
mediante a iluminação
do Espírito Santo.
(Ver o décimo
sétimo versículo
deste capítulo. Comparar
com Ef 1:17, onde
também há notas
expositivas sobre a «sabedoria» e o «conhecimento»).
A sabedoria
piedosa leva
seu possuidor a ter
profundo conhecimento
do Pai e do Filho,
e isso lhe
transforma a natureza, com o propósito de
infundir-lhe a imagem de Cristo, mediante
o que o indivíduo
chega a ser
glorificado (ver Rm 8:29,30).
«...sábio...»
No grego é sophos», que
nos escritos
clássicos era
termo usado para
indicar astuto,
conhecedor das ciências,
habilidoso em
alguma arte ou
artesanato. Nas páginas
do N.T., o termo se reveste dos seguintes significados:
l. Habilidoso em
algum artesanato
(ver I Co 3:10). 2. Letrado,
bem-educado naquilo que o mundo considera educação
e realizações intelectuais
(ver Rm 1:14,22; I Co 1:19,26 e 3:18). Nesse sentido é que a
palavra era
usada para indicar os doutores da lei,
entre os judeus
(ver Mt 11:25), ou
os mestres cristãos
(ver Mt 23:34). 3. Além
disso, há aquela sabedoria prática, empregada na
observância da lei
da piedade e da honestidade
(ver Ef 5:15 e I Co 6:5). 4. Porém,
a palavra «sabedoria»
também é usada no N.T. no sentido filosófico e teológico
mais elevado,
uma qualidade divina
transmitida ao homem mediante a iluminação
do Espírito, segundo
salientamos mais acima.
Isso confere discernimento
quanto à piedade
e à transformação segundo a imagem de Cristo.
(Ver Rm 16:27; I Tm 1:17; Ef 1:17, 18; Ju 25; I Co
1:30). Cristo é a Sabedoria
personificada, conforme vemos na última dessas referências.
Há um
«dom da sabedoria»
(ver I Co 12:8), que
confere ao crente um
discernimento especial
acerca de problemas,
de questões e de realidades
espirituais, mais
ou menos
aquilo que
Salomão possuía. Se tivéssemos nas igrejas
um bom
número de pessoas
assim dotadas, quão
grande seria a ajuda!
Contudo, todos
os crentes, supostamente,
devem possuir algo
desse dom, e exercê-lo. Os mestres e os lideres evangélicos
são reputados responsáveis,
segundo as palavras
deste texto, por
buscarem e usarem a sabedoria.
«...conhecimento...»
Nos escritos
gregos clássicos,
o vocábulo «episteme»
é freqüentemente usado como sinônimo ou quase sinônimo de «sabedoria»;
e isso significa «hábil»,
«versado», em
algum conhecimento
científico ou
filosófico. Se, no texto presente,
há certa distinção
entre o conhecimento
e a sabedoria, então
temos de dizer que
o «conhecimento» alude
mais à eficiência
em um
«corpo de conhecimento»
de categoria espiritual,
o desenvolvimento inteligente
das faculdades mentais
acerca de propósitos
espirituais. A sabedoria
certamente é a mais
transcendental dessas duas qualidades; e é isso
que é desenvolvido
nos versículos
seguintes. O conhecimento tem
a tendência de inchar,
quando não
é espiritualmente controlado (ver I Co 8:1), mas a sabedoria sempre
reconhece suas origens.
O conhecimento se orgulha
de ter aprendido tanto,
A sabedoria é humilde,
porque não
sabe mais.
«...Mansidão
de sabedoria...» No grego
temos o adjetivo «prautes», que
quer dizer «gentileza», «humildade»,
«cortesia», «mansidão».
Trata-se de um dos aspectos
do fruto do Espírito
Santo, o que
significa que se manifesta
mediante o desenvolvimento
espiritual, através
do poder divino. É o oposto mesmo da arrogância, que
produz a dissensão, e que
o autor passa
agora a denunciar.
Por isso
mesmo, Pirke Aboth iv. 11 fala sobre o perigo constante
por que
passavam os rabinos: «Aquele que é arrogante em suas decisões,
é tolo, ímpio
e altivo em
seu espírito».
A sabedoria
é a base da qualidade
da mansidão; e é essa qualidade que
os mestres e os líderes
cristãos devem possuir,
acima de todas as demais
qualidades. De outro
modo, serão
eles uma força
destruidora na igreja, e não uma força edificante, porquanto
passarão mais tempo
edificando sua própria
reputação e orgulho
do que exaltando a Cristo
e edificando a sua igreja.
«...mediante
condigno proceder,
as suas obras...»
A sabedoria nada
será, a menos que
se manifeste na forma de boas obras
e de uma vida moral
e espiritual correta.
Também precisa
ser frutífera
e poderosa, tal
como se espera
que seja a fé
cristã (ver Tg 2:14 e ss.), porquanto,
de outro modo,
será algo morto
e inútil. Mediante
sua vida
boa e pacífica, o homem
demonstrará a origem piedosa e divina
de sua sabedoria.
Portanto, o sábio
é convidado a demonstrar
a validade de sua
sabedoria pelas suas
obras de mansidão.
A sabedoria que
não é comprovada desse modo é uma sabedoria
falsa; e mostra-se ainda
mais falsa
quando se torna
motivo de orgulho
e de contenda.
«Tiago compartilha do conceito bíblico geral
que a sabedoria
não consiste apenas
no conhecimento, na astúcia
e na habilidade, mas
antes, em
uma profunda compreensão
sobre o que
é e deve ser a vida
piedosa. Tal
sabedoria produz concórdia
e harmonia entre
as pessoas e os grupos.
Faz agudo contraste
com o egoísmo
calculista que
é a causa de 'desordem'
social e de todas as 'práticas vis'... O astuto, o esperto, o manipulador habilidoso,
está convencido que
sua sagacidade
superior é o que
os sofisticados denominam de 'egoísmo
iluminado', o 'conhecimento', a manipulação de homens
e de circunstâncias, para
a satisfação de sua
ganância. Para
obter a sua finalidade, o homem
astuto não
mostra escrúpulos
em mentir, desunir, enganar ou subornar, se pensa que
poderá evitar ser apanhado. Uma boa parte
da astúcia de que
ele se orgulha
é a sua habilidade
de 'encobrir', de 'passar
despercebido'. Se a sua
ambição só
puder ser satisfeita
mediante a deslealdade
para com seus amigos, ou mediante a crueldade para com suas vítimas, isso é
lamentável, mas
é o preço que
o 'realista paga para
ganhar o único
sucesso que
vale a pena ter neste mundo'».
(Easton, in loc.).
«...proceder...»
No grego é usado o termo
«anastrophe», «conduta», «comportamento», o caráter
geral de uma vida,
algo que
é indicado, nas páginas do N.T., pela metáfora
do «andar», que
é de uso mui
freqüente. O «sábio» crente deve ser pessoa de uma conduta
repleta de boas obras,
efetuadas em mansidão.
Somente a sabedoria
divina, uma qualidade
divinamente transmitida, pode tornar bem-sucedida a
vida do crente.
É algo por
demais exigente
para a personalidade
humana sem
ajuda.
«Ações,
ações, ações,
é o clamor de Tiago. 'Isto deveríeis ter feito, sem
deixardes de fazer aquelas outras'. Sem a prática cristã, todas
as outras coisas que
alguém professe possuir
é sal que
já perdeu o sabor».
(Plummer, in loc.).
3:14: Mas,
te tendei amargo
ciúme e sentimento
faccioso em vosso coração, não vos
glorieis, nem mintais contra a verdade.
«...pelo
contrário...», isto
é, se vos faltar
a sabedoria espiritual
e sua companheira
inseparável, a mansidão.
A quem faltam essas qualidades
é apenas um
orgulhoso, que
não sabe mais
o que fazer para exaltar-se, mas cujo homem interior, cuja alma, não
tardará por estar
tomada de contendas
e amarguras carnais, gloriando-se em si mesmo, e não em Cristo.
«...vosso
coração...» O termo
«coração», no N.T., tal
como nos
idiomas modernos,
indica o homem real,
a alma ou
espírito. Algumas vezes
esse vocábulo
alude especificamente às manifestações emocionais
ou intelectuais
do espírito humano,
mas nunca
sem á idéia
que tais
qualidades são
expressões do homem
real. A sabedoria
pervertida, pois, corrompe o próprio
homem, não
sendo um lapso
acidental e ocasional
de má conduta.
«...inveja
amargurada...» Um mestre inveja a outro, ou um líder eclesiástico
se enche de ciúmes por
causa de outro,
porque lhe
parece «melhor» ou
«potencialmente melhor»
do que ele
mesmo, ameaçando assim
atrair mais discípulos e louvor
do que ele.
Sua alma
está doente, e ele
começa a agir
como servo
do diabo, e não
como um
líder da igreja
de Cristo. A inveja
é uma das obras da carne,
uma espécie de ódio,
o contrário do amor,
que é o fator
orientador na família
divina (ver
Jo 14:21 e 15:10). O termo grego aqui
usado é «zelos», que
significa «ardor», «ansiedade»,
«zelo», mas que, em mau sentido,
significa «ambição desmedida»,
«emulação», «inveja».
Portanto, ao deixar-se arrastar
por tal
defeito de caráter
o indivíduo se esquece de que está servindo a Cristo,
e começa a servir
a si mesmo,
sem quaisquer reservas.
Essa atitude propaga a enfermidade,
e, logo, a igreja
se vê despedaçada por
facções que
defendem seus respectivos
heróis. Seu
zelo é «amargo»
com interesses
próprios. A fonte
expede água salobra
e abominável. Ao invés
de alguém ser
consumido de zelo pelo Senhor, o zelo carnal corrói a igreja.
Assim, pois,
supostos líderes
carnais se tornam «asnos
carregados de livros», conforme a literatura rabínica descreve os mestres
orgulhosos e egocêntricos(Diz-se
daquele que refere tudo
ao próprio eu,
tomado como centro
de todo o interesse;
personalista). Disse Vincent (in loc.): «A emulação
é a melhor tradução
aqui, o que
não envolve, necessariamente, a inveja; mas pode ser repleta do espírito de autodevoção».
«...sentimento
faccioso...» As rivalidades
entre os mestres
logo criam rivalidades
na igreja. Os homens
esforçam-se por ser,
cada qual,
o líder mais
poderoso; e aqueles
que os apóiam adicionam combustível ao fogo,
até que
tudo é consumido pelas chamas devoradoras da carnallidade. Todos são
«zelotes», mas não
em favor de Cristo; são todos ambiciosos,
mas somente em proveito próprio; todos estão
consumidos de ardor, mas
não do fogo
celestial, e, sim,
do fogo do inferno.
As dissensões eclesiásticas sempre foram caracterizadas por
situações assim,
e quanto mais
homens carnais
são exaltados e transformados em heróis, ou se apresentam a outros
como tais,
maior é o desastre,
embora tais
homens se apresentem como quem
salvará o investimento divino
sobre a terra.
(Quanto ao «sentimento
faccioso» em resultado da carnalidade, ver
I Co 3:3).
O termo
grego aqui
usado eríthia, subentende a «inclinação por usar meios indignos
e divisórios para promover
os próprios interesses.
(Comparar com
Rm 2:8; II Co 12:20 e Gl 5:20») (Ropes, in loc.). «Realmente
indica o vício de um
líder ou
de um partido,
criado pelo orgulho próprio; é a ambição partidária,
a rivalidade partidária».
(Hort).
Essa palavra
veio a ser
«...aplicada àqueles que servem em posições oficiais
por causa de seus interesses
egoístas, os quais, com
essa finalidade, promovem o espírito partidário
e faccioso. Por
isso é que
Rm 2:8 diz que eles
são contenciosos,
ou, literalmente,
'de facções'». (Vincent, in loc.).
«...nem
vos glorieis disso...» Nada existe nisso de que
um homem
se possa orgulhar, e ninguém
deveria sentir orgulho
por esse
tipo de realização
da carne. (Ver
I Co 1:29,30). Essa forma de jactância(Vaidade, ostentação,
gabo. Orgulho,
arrogância; altivez.),
no próprio espírito
faccioso, e naquilo que
alguém ganha
com isso,
é uma afronta para a verdade, porquanto é exibição de uma vida
falsa. A mente
carnal, secretamente,
quando não
abertamente, se gloria em suas realizações, em
sua forma de sabedoria pervertida. O autor
sagrado repreende essa forma
de atitude, como
algo indigno
em um
mestre ou
líder na igreja.
Jacta-se ele: «O triunfo
malicioso, o mínimo
ponto de vantagem
obtido por um
partido, era
exatamente aquilo
que foi calculado para
amargurar o outro
lado; isso
é realmente o 'mentir
contra a verdade',
porquanto tão
tolos triunfos
são freqüentemente
obtidos às expensas da verdade».
(Oesterley, in loc.). Tais indivíduos se gloriam em
seu «conhecimento»
falso e em
seus efeitos
prejudiciais, ao invés
de se gloriarem da verdade do evangelho.
«...mintais contra
a verdade...» O autor
sagrado quis indicar
a verdade cristã, em
valores e ações
práticas e morais.
Tais homens
negam a verdade da lei
do amor, a propriedade
da mansidão, que
se deriva da sabedoria
autêntica. Suas
vidas e palavras
se tornam «mentiras opostas», que não
permitem que a verdade
tenha o seu curso
natural na comunidade
cristã. Esses mestres
e líderes se tornam «falsos para com a verdade»,
representando erroneamente aquilo que deveriam representar. Com
suas vidas,
elogiam a hipocrisia e a contenda, o partidarismo
e o egoísmo. Eles
mesmos são
«mentiras espirituais»,
e vivem como aqueles
que abandonaram qualquer
busca séria
pela espiritualidade.
«Vangloriar-se alguém de uma sabedoria
que não
concorda com a vida
diária, é, virtualmente,
mentir contra
a verdade do evangelho».
(Faucett, in loc.).
Um certo
homem professa
o evangelho e o ensina;
mas sua
vida contradiz o que
ele afirma. Assim,
está transformando o evangelho em uma mentira, no que concerne aos outros.
Pilatos, zombeteiro, indagou: «Que é a verdade!» Os que não fazem parte do cristianismo
têm o direito de pedir
e de receber uma resposta
franca. Eles
percebem as facções em
luta no seio
do cristianismo evangélico,
e dizem para consigo
mesmos: «O que
eles ensinam é uma mentira!»
E assim os próprios
líderes evangélicos
facciosos negam e contradizem a verdade do evangelho.
O evangelho
ensina um
certo código
moral; trata-se de um
código digno
de confiança; os homens
devem vivê-lo a fim de recomendá-lo a outros. Tal
como o próprio
Cristo suportou contra
si mesmo
as «contradições dos pecadores» (ver Hb 12:3), assim também os
líderes do evangelho
chegam a contradizer o evangelho
de Cristo e o seu
ensinamento espiritual.
Tornam-se outros tantos
Judas Iscariotes. São
líderes que
não guiam a uma pátria
determinada; reverteram os marcos.
Bode Judas: Conta-se a história
de um belo
bode branco,
pertencente à New York Butcher's Dressed Meat Company. Esse
bode começava a operar cedo pela manhã, e trabalhava até
à noite, escoltando ovelhas
desde o ponto
de desembarque, à beira
do rio, até
ao matadouro. Visto
que uma ovelha
pode ser guiada, não
precisando ser tangida, esse
bode tinha grande sucesso em sua tarefa. Calcula-se que,
durante sua
carreira, guiou quatro
e meio milhões
de ovelhas à morte
certa. Assim
também, os lideres da igreja, quando
contradizem ao evangelho com suas vidas e com suas crenças
indignas, tornam-se líderes destruidores. Aquele
que faz de si
mesmo o centro
da atenção na igreja,
ao invés de exaltar
a Cristo, já
começou a desviar as ovelhas.
3:15: Essa não
é a sabedoria que
vem do alto, mas
é terrena, animal
e diabólica.
A sabedoria
mediante a qual
o indivíduo se exalta a si mesmo e
provoca rivalidades no seio da igreja,
não pode ser
atribuída à inspiração celeste;
não «desce» dos céus,
não é «enviada
por Deus».
Não procede da iluminação
do Espírito Santo,
conforme deve ser
toda a sabedoria
verdadeira (ver Ef 1:17,18). (Ver
as notas expositivas, no décimo sétimo versículo deste capítulo,
acerca dessa «sabedoria
vinda do alto»).
A sabedoria proveniente do alto se reveste de muitas qualidades
boas. (Ver a lista no décimo sétimo versículo). Mas
a sabedoria que
vem da terra se reveste de qualidades
negativas. Esse
costume de fazer «listas de vícios»
e «listas de virtudes»
era algo
visto comumente nos
escritos hebreus
do período helenista.
Também era
um artifício
de ensino dos filósofos morais. De seus
alunos requeriam que
decorassem tais listas,
mais ou
menos como
as crianças decoram os dez mandamentos,
nas Escolas Dominicais
de hoje em
dia. (Entre
a literatura representativa do judaísmo
helenista, ver
essa prática em
Sabedoria de Salomão 7:7-22; 14:23-26.
No N.T., ver Rm 1:29-31; I Tm 3:2-4; Ef 5:3 e ss.;
Cl 3:5 e ss. e I Co 5:13). A última
dessas referências encerra
a nota detalhada sobre
essa prática.
«...terrena...»
Tal sabedoria
se desenvolve sobre a terra,
como propriedade
de habitantes mundanos,
que não
têm direito a se considerarem espirituais. É uma sabedoria
humana, não-inspirada do alto, egocêntrica,
calculistamente carnal.
Sua astúcia
visa somente
a vantagem particular,
e não o cultivo
da piedade. Deriva-se do «mundo frágil e finito da vida
e dos negócios humanos»,
não sendo por
isso, de modo
algum, uma propriedade
divina.
«...animal...»
é tradução do termo
grego «psuchike», «natural»,,
isto é, pertencente à vida natural, em contraste com a vida sobrenatural . E animal
porque está confinada à «alma», aquela porção
que o homem
tem em comum
com outros
animais, e em
sentido algum
transcende a esse tipo
inferior de natureza.
A palavra aqui
empregada algumas vezes
indica algo superior
ao que é animal,
a saber, aquilo
que é próprio
da alma, a «psuche». Os gnósticos
empregavam esse vocábulo
aplicando-o à espiritualidade inferior, que não chega ao nível do que é «espiritual» (pneumático),
embora superior
ao que é puramente
físico. Eles
classificavam os homens em três categorias: 1. Os indivíduos
hílicos (ou «terrenos»).
2. Os psíquicos (dotados de alguma
possibilidade de progresso, como eles
atribuíam ao caso dos profetas do A.T.). 3. Os pneumáticos
(ou verdadeiramente espirituais),
cujo fim
seria serem reabsorvidos no ser de Deus. Pode-se ver, pois, que
o uso presente
do termo se assemelha mais aos «hílicos» do que
aos «psíquicos». No grego,
«hyles» significa «matéria».
«...demoníaca...» Semelhantes ou
pertencentes ao mundo dos seres malignos,
demônios, espíritos
maldosos. O termo
grego «daemon», originalmente
significava um «deus»
inferior; mas,
pelo tempo em que foi escrito o N.T., significava, regularmente,
os espíritos malignos,
pertencentes às fileiras de espíritos humanos malignos
e desencarnados, ou às fileiras dos anjos inferiores
«decaídos», ou desconhecidos,
mas mesmo
assim espíritos
que não
pertenciam à ordem dos anjos caídos.
O tipo de sabedoria
carnal que
os homens empregam para
se exaltarem a si mesmos,
pode ser até mesmo inspirada pelos
demônios, um
produto do reino
das trevas, longe
de ter origem
celestial e divina. A igreja
cristã primitiva aplicava essas descrições à heresia
gnóstica, que floresceu com maior força depois da
era apostólica. A sabedoria
falsa dos gnósticos era
adjetivada por todas essas coisas, inclusive como «demoníaca». Quanto
ao «gnosticismo»( Ecletismo
filosófico-religioso surgido nos primeiros séculos
da nossa era
e diversificado em numerosas seitas, e que
visava a conciliar todas as religiões
e a explicar-lhes o sentido mais profundo por meio da gnose. [São dogmas do gnosticismo:
a emanação, a queda,
a redenção e a mediação, exercida por inúmeras potências
celestes, entre
a divindade e os homens.
Relaciona-se o gnosticismo com a cabala, o
neoplatonismo e as religiões orientais.] ), ver Cl
2:18). Sendo demoníaca, tal sabedoria é «hostil»
a Deus, e não
meramente uma forma
inferior de sabedoria.
Portanto, uma sabedoria
hostil a Deus
produz uma igreja dividida, e isso é uma vitória para o reino das trevas.
«Notemos o clímax
da tríada(Conjunto de três pessoas ou três coisas; trindade,
trilogia.): terrena,
animal e diabólica,
tal como
em Tg 1:15». (Poteat, ia loc.).
«Tiago deixa
subentendido que não
seremos sábios, exceto
quando iluminados por
Deus, com
uma sabedoria vinda
do alto, através
do Espírito. Entretanto,
em tal
caso, embora
a mente humana
se expanda, toda a sua
acuidade será vaidade;
e não somente
isso, mas,
sendo finalmente presa
nos ardis de Satanás, tornar-se-á inteiramente delirante».
(Calvino, in loc.).
Essa sabedoria
é «terrena» porque
busca distinções
terrenas e pertence a categorias terrenas. Além
disso, ela é sensual,
isto é, natural
(ver I Co 2:14), porque
é o resultado de princípios
que atuam sobre
os homens naturais,
como a inveja,
a ambição, o orgulho,
etc. Finalmente, ela
é demoníaca, porque primeiramente
veio do diabo,
constituindo a imagem mesma de seu orgulho, de sua
ambição, de sua
malignidade e de sua
falsidade. (Este
parágrafo é baseado em sugestões de
Scott, in loc.).
3:16: Porque
onde há ciúme
e sentimento faccioso,
ai há confusão e toda
obra má.
«...inveja
e sentimento faccioso...»
Temos aqui as mesmas duas palavras empregadas
no décimo quarto
versículo, onde
os conceitos são
comentados. As rivalidades entre os mestres
cristãos, e as tentativas
de cada qual
por se exaltarem acima
uns dos outros, o que
resulta em cismas
na igreja, ou,
pelo menos, em facções, são evidências
seguras de que muitos
outros pecados
existem em segundo
plano, escondidos sob
a capa de piedade.
Isso se deve ao fato
que o homem
carnal, que
exibe a carnalidade
de certo modo,
naturalmente pode exibi-la de outras maneiras também.
Quando alguém
deixa de viver
sendo a «dimensão eterna»,
então passa
a viver segundo
a dimensão carnal,
em muitas áreas
de sua vida.
E, dessa maneira, pode haver
total naufrágio
espiritual em
uma congregação local
de crentes.
O falso «sábio»
conduz a si mesmo
e a outros a toda
a espécie de males,
quando deveria estar
liderando outros a Cristo. Quão
grande é a sua
dívida diante
de Deus! Algum
dia ele
terá de encontrar-se consigo mesmo, e será julgado conforme
aquilo que
tiver praticado! Sua elevada posição perante
os homens de nada
lhe valerá, quando
estiver perante Deus.
«...confusão...»
No grego, «akatastasia», isto é, «desordem»,
«perturbação», «tribulação». A igreja
cai em uma série
de conflitos e lutas
por poder, em que os
chamados «mestres sábios»
encabeçam, por assim
dizer, exércitos
adversários. Logo
a igreja local
cai em total
confusão e desordem,
mas nunca
por inspiração
do Espírito de Deus.
(Ver I Co 14:33). Esse
termo foi empregado
por Políbio (1.70) para
indicar a instabilidade
política que
se seguiu à morte de Alexandre. (Quanto a seu emprego espiritual,
comparar com
os trechos de Pv 26:28; I Co 14:33 e II
Co 12:20).
«...cousas ruins...»
No grego, o adjetivo
é »phaulos», que significa «vil», «depravado»,
«indigno», «ruim».
O autor sagrado
não enumera as coisas
que ele
tinha em
mente, porque,
provavelmente, deixa isso em aberto, para ser
preenchido pela imaginação
dos seus leitores.
Podemos pensar em
imoralidades, desonestidade,
furtos dos fundos
da igreja, desrespeito
à autoridade, filhos
desobedientes. O que
tiver de entortar, será entortado, porquanto a base
espiritual da igreja
já foi destruída. Em
suma, cada
uma das «obras da carne»
(ver Gl 5:19-21) será praticada. O estado da igreja
local inteira
tornar-se-á vil, contrário
totalmente às exigências
morais do evangelho.
Por palavras e nomes que lutem
os zelotes iracundos;
Cujas vidas são
erradas, e nunca poderão ser
endireitadas.
3:17: Mas
a sabedoria que
vem do alto é, primeiramente,
pura, depois
pacifica, moderada, tratável, cheia de misericórdia
e de bons frutos,
sem parcialidade, e sem
hipocrisia.
«...sabedoria...»
(Ver as notas
no décimo terceiro
versículo deste mesmo
capítulo).
«...lá
do alto...» No grego
é «anothen», que significa «do alto», isto é,
do «mundo celestial»,
em contraste
com a sabedoria
demoníaca e sensual dos mestres pervertidos (ver o décimo quinto versículo). Temos aqui
a alusão à sabedoria
divina, pois o «alto»
é o lugar da habitação
de Deus. É possível
que essa expressão,
além disso, seja um
eufemismo para
Deus, porquanto
os judeus relutavam em
usar o nome divino, substituindo-o por
algum outro
título, como
«reino dos céus»,
ao invés de «reino
de Deus». A sabedoria
celestial é inspirada por Deus, e é sua propriedade
particular. Os homens
a recebem mediante a iluminação do Espírito
Santo. (Ver
Ef 1:17,18).
«...pura...»
isto é, «não-contaminada», sem qualquer defeito moral, sem motivos ulteriores(Que
está ou ocorre depois):
livre do «espírito
faccioso»; livre
da ambição humana
e da autoglorificação. Não é algo meio bom, meio mau; porquanto isso não poderia mesmo descrever a verdadeira sabedoria.
(Ver Sabedoria
7:25). Trata-se de uma expressão pura, do íntimo;
não tem falhas
ocultas. Essa é a sua qualidade primária;
e dessa qualidade se originam todas as
outras, conforme se vê
na lista abaixo.
Tal sabedoria
é isenta das corrupções
humanas, que fazem parte
integrante da sabedoria
mundana; não
conduz a qualquer facção
e nem exaltação
de um homem
sobre outro;
não contempla maldade
moral, mas
seu intuito
constante é a prática
do bem. É inocente
de quaisquer motivos dúbios(Duvidoso,
incerto; ambíguo), e seu intuito é glorificar unicamente a Deus.
O trecho
de Sabedoria 7:25 atribui a sabedoria a uma emanação
pura da parte
de Deus, que
retém a sua glória
e pureza, e assim
não pode ser
atingida por nenhuma contaminação.
«...pacífica...»
A sabedoria não
é «contenciosa», nem
«facciosa» e nem
«beligerante». Não
busca seus
próprios interesses,
às expensas de outrem,
conforme faz a carnal
sabedoria humana.
Pelo contrário,
confere a paz; alimenta-se da harmonia. O trecho de Pv
3:17, diz acerca da sabedoria:
«Os seus caminhos
são caminhos
deliciosos e todas as suas veredas de
paz», Bem-aventurados
são os pacificadores, porquanto serão
chamados filhos de Deus,
conforme se aprende em
Mt 5:9.
«...indulgente...»
No grego temos o termo
«piekes», isto é, «razoável»,
«cheio de consideração»,
«moderado», «gentil», qualidades essas que
os homens facciosos
e por demais
ambiciosos não
possuem. Antes, a sabedoria
do homem espiritual
é tratável, moderada, sem temperamento
radical.
«...tratável...»
No grego é «eupeithes», isto é, «facilmente persuadido», o contrário de «obstinado», que normalmente
é o caráter dos homens
por demais
ambiciosos, que
se tornam ditadores na igreja. Essa sabedoria
é «aberta à razão».
Pode ver o ponto de vista alheio,
mudando suas próprias opiniões.
«...plena
de misericórdia...» Os homens por demais ambiciosos
tendem para a crueldade
e para o mau temperamento. A verdadeira sabedoria
produz profundo sentimento
de misericórdia no homem
interior. Notemos que
o homem verdadeiramente sábio será «pleno»
de misericórdia, tal
como Deus.
Através de sua
misericórdia nos
é permitido continuar
em nosso
caminho, na direção
de Deus e da verdade,
apesar de nossas muitas quedas e erros.
O homem sábio
segundo o mundo,
entretanto, não
demonstra misericórdia para
com ninguém,
e procura fazer
nome para si mesmo, de modo brutal. Tal homem
considera as pessoas meramente como objetos a serem usados para
sua própria
satisfação e exaltação.
Não tem espírito
de amor e nem
senso altruísta
genuíno; é alguém
completamente egocêntrico,
e acredita que deveria ser
o centro da vida
de outras pessoas, igualmente.
Fez de si mesmo
um deus,
e destronizou Deus, até
onde diz respeito
à sua própria
pessoa. Tornou-se em
um ateu
prático, a despeito
das crenças que
porventura professe. O indivíduo dotado de sabedoria
falsa, outrossim,
tem a boca cheia
de maldição e amargura; mas
o homem verdadeiramente sábio é cheio
de misericórdia. Este
último aplica o princípio
do amor cristão
em sua
vida diária.
(Ver Tg 1:27 e 2:13 quanto à simpatia
do homem bom
por aqueles
que padecem necessidade,
com o resultado
que está sempre
pronto a dar
do que tem. Já
o homem falsamente
sábio nada
dá; antes, recolhe tudo
quanto pode obter).
Misericórdia: Consideremos os pontos seguintes,
a respeito dessa qualidade
cristã: 1. Deus é o exemplo
supremo de misericórdia
(ver Lc 6:36). 2. A misericórdia
nos é ordenada
nas Escrituras (ver
Rm 12:30 e Cl 2:12). 3. Deve essa qualidade
ser gravada no coração
(ver Pv 3:3). 4. Deve ser
uma das características dos crentes (ver Pv 37:26 e Is
57:1). 5. Deve ser demonstrada com
ânimo alegre
(ver Rm 12:8), quanto
aos irmãos na fé
(ver Zc 7:9), para com os que
sofrem aflições (Lc 10:37) e até mesmo quanto aos animais
(ver Pv 12:10). 6. É beneficente
para com aqueles que a
exibem (ver Pv 11:17). 7. Quem
usa de misericórdia
é bem-aventurado (ver
Mt 5:7; Pv 14:21).
«...de bons
frutos...» A sabedoria
tem o caráter da misericórdia,
cultivando o fruto do Espírito (ver Gl 5:22,23);
e assim sua
vida é repleta
de piedade, sendo transformada para receber a imagem moral de
Cristo, que
é o supremo possuidor dessas qualidades. Neste caso,
os «bons frutos»
indicam as «boas obras». (Comparar
com Mt 21:45; Gl 5:22; Ef 5:8 e Fp
1:11). Uma vez mais
Tiago enfatiza a questão das «boas obras». Os feitos
de bondade e de misericórdia
(tal como
se vê em
Tg 1:27), mui provavelmente estão
praticamente em foco.
«...imparcial...»
Este adjetivo,
no grego, é «adiákritos», literalmente, «não-dividido em
julgamento», «sem
variação», «de todo o coração». Provavelmente isso
alude à situação
dos versículos nono
e décimo deste capítulo,
onde vemos os homens
sem sabedoria
a abençoarem a Deus e a amaldiçoarem aos
homens. Essa palavra
também pode subentender
que o homem
verdadeiramente sábio é livre de «incertezas»
espirituais; e, nesse caso, a questão da «mente dúplice»
está em foco,
tal como
em Tg 1:6-8. O homem
verdadeiramente sábio já se desfez da mente
dúplice, entre
as coisas terrenas e as celestiais; vive exclusivamente
para a dimensão
eterna; também
pode julgar com
imparcialidade, tratando dos homens com justiça e com honestidade.
«...sem
fingimento...» O homem
verdadeiramente sábio não precisa ser «insincero», e nem hipócrita, porquanto nada
tem a ocultar, e não
busca suas
próprias vantagens. O vocábulo aqui usado
é, especificamente, «sem hipocrisia». Tal
homem não
precisa viver
como um
ator, desempenhando um
papel falso (que é o sentido
original do vocábulo).
Antes, vive na sinceridade.
(Ver Rm 12:9; II Co 6:16 quanto
a outros versículos
de natureza similar).
A sabedoria não
opera por detrás
de uma máscara, supostamente
para o bem de outros, mas, na
realidade, visando apenas
os seus próprios
interesses, conforme
fazem certos mestres
e líderes exageradamente ambiciosos nas igrejas.
«Verdadeiramente, essa sabedoria 'não
pode ser obtida em
troca de ouro,
e nem a prata
será pesada como
seu preço'.
Feliz é o homem
que a encontra'.
(Ver Pv 3:13-18).» (Punchard, m loc.).
3:18: Ora,
o fruto da justiça
semeia-se em paz
para aqueles que promovem a paz.
A sabedoria
é dotada de seus frutos,
sendo produzida por uma atmosfera de paz;
envolve rica colheita
para o sábio,
e para aqueles
a quem ele
ensina; a colheita
é da santidade crescente;
a colheita é perene(Que dura muitos anos. Que não acaba; perpétuo, imperecível,
imperecedouro, eterno.
Incessante, contínuo,
ininterrupto), resultando na vida eterna.
«Quão
formosos sobre
os montes são
os pés dos que
trazem boas novas, que
anunciam a paz» (Is 52:7). (Isso é trecho citado em Rm 10:15). Ali temos o «evangelho da paz»,
porquanto o evangelho
tende por trazer
a paz aos corações
dos homens (ver
Rm 5:1), estabelecendo a paz entre Deus e o homem (ver Cl 1:20). No estado de paz
existe uma harmonia saudável,
em contraste
com os efeitos
mortíferos das contendas
e das divisões. Nessa atmosfera é possível
o cultivo do fruto
da justiça. Portanto,
os crentes devem viver
na atmosfera da paz.
A paz
é um dos aspectos
do fruto do Espírito,
isto é, do desenvolvimento
espiritual, mediante
o que assumimos a natureza
moral de Cristo,
através da transformação segundo a sua pessoa.
A conduta
reta produz muitas recompensas,
que resultam na vida
eterna. O cultivo
dos galardões é realizado na atmosfera da paz.
E o homem justo,
que é verdadeiramente sábio, sabe disso, evitando os interesses
pessoais e o espírito
contencioso, que
não contribuem para
essa finalidade.
« ...promovem a paz... » (Comparar com Mt 5:9). Os pacificadores serão
chamados «filhos de Deus».
Jesus, em sua
cruz e missão,
«estabeleceu a paz». Os homens deveriam seguir ativamente o exemplo
por ele
deixado. (Ver Ef 2:15 e Cl 1:20). Os pacificadores não são meramente aqueles
que conciliam oponentes,
para evitarem as brigas.
Mas são
aqueles que
promovem ativamente a paz, mediante esforços planejados, procurando solucionar
pendências com
os inimigos e antagonistas.
São exatamente
o contrário daqueles que despertam contendas,
e que agem devido
à sua excessiva
ambição (conforme
é descrito no décimo quarto
versículo deste capitulo).
«O alicerce
lançado pela retidão,
para nele ser apoiada a vida eterna, só pode ser lançado em paz, e por aqueles que praticam a paz.
Isso equivale a dizer
que a retidão
inclui o espírito pacificador». (Ropes,
in loc.). (
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