O Poder da Oração (5.13-18)
A idéia principal desta passagem é o poder da oração e
como ela é apropriada a todas as situações da vida. A oração é encorajada em tempo de aflição
(v. 13), alegria
(v. 13), doença (v.
14) e pecado (v. 15
e 16a), e na assistência a
outros crentes que estão lutando para obter justiça e saúde espiritual
(v. 16a). O tema central de toda a passagem é resumido no verso 16b, que afirma
genericamente o poder da oração. A confusão e controvérsia a respeito do
significado de ungindo-o com óleo (v. 14) infelizmente tem desviado a atenção
do fato de que Tiago está conclamando os crentes para perceberem a
centralidade da importância da oração na vida cristã.
O relacionamento entre esta seção
a respeito da oração e a antecedente, comentada na lição 12, não é claro.
Talvez a linha de pensamento seja que os homens não devem jurar, mas orar. A
unidade seguinte, a respeito do irmão desviado, introduz um novo assunto.
"Está alguém entre vós aflito?
Ore. Está alguém contente?Cante louvores" (Tg5.13).
O crente fiel tem à sua disposição
meios valiosos da parte de Deus para vivenciar tanto os momentos difíceis e
tristes quanto os momentos de alegria e prazer.
Encerraremos o trimestre estudando
sobre os meios da graça disponíveis ao crente: oração diante das aflições e louvor nos momentos de
alegria.
A vida cristã aqui, é alternada
por momentos de alegria e aflição e tristeza. Para cada um deles, no entanto, a
Palavra de Deus indica os meios da graça disponíveis ao crente. Em ocasiões de
alegria, louvar e adorar ao Senhor é a atitude mais apropriada. Nos momentos
de doença, tristeza e aflição, o caminho é a oração da fé, que, feita por um
justo, "pode muito em seus efeitos".
Como agir na aflição
Jesus preveniu os discípulos de
que, no mundo, teriam aflições, mas exortou-lhes a terem bom ânimo (Jo
16.33b). É necessário que
o crente saiba conduzir-se tanto na aflição como na alegria.
1. Superando a aflição. Tiago
indaga: "Está alguém entre vós aflito?" E responde: "Ore"
(v.13). Aflição é sinônimo de angústia. Em conseqüência, quase sempre, vem a
ansiedade, a tristeza ou a depressão. Homens de Deus passaram por isso. Davi
chegou a clamar: "Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te
perturbas em mim?" (SI 42.5a). Jonas chegou a desejar a morte (Jn 4.3).
Para vencer a aflição, é preciso entender que:
a) A aflição ensina. Deus permite a aflição para o
crente fiel, com um propósito proveitoso, que, ao final, glorifica o Seu nome.
O salmista disse: "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os
teus estatutos" (Sl 119.71). São as lições mais eficazes as que se
aprendem através da aflição. "Antes
de ser afligido, andava errado; mas agora guardo a tua palavra" (Sl
119.67).
b) Deus vê a aflição do justo.
Davi, louvando a Deus, afirmou: "Eu me alegrarei e me regozijarei na tua
benignidade, pois consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas
angústias" (Sl 31.7).
c) Tudo contribui para o bem do
crente. Paulo escreve que "todas
as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles
que são chamados por seu decreto" (Rm 8.28). Confiando nessa
verdade bíblica, o crente fiel não pode nem deve desesperar-se.
d) Deus é refúgio, fortaleza e socorro.
Em qualquer situação aflitiva, o servo ou a serva de Deus tem onde encontrar o
refúgio e o amparo para suportar as aflições. Ele tem em Deus o seu
"refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia" (Sl 46.1).
e) Em tudo devemos dar graças. Dar graças a Deus na bonança é
fácil. Difícil mesmo é dar graças a Deus quando na enfermidade, luta,
tribulação, acidente, calúnia, difamação. Mas a Bíblia diz: "Em
tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco" (1 Ts 5.18). É a atitude mental correta para o cristão verdadeiro.
f) A oração é o caminho para a
vitória. Não é fácil orar. Contudo, não há outra solução para enfrentar as
aflições, os sofrimentos. Jesus recorria sempre à oração (cf. Mc 1.35; 6.46;
14.32; Lc 6.12). Ele ensinou a orar (Mt 6.9). Orar é a atividade mais difícil de ser desenvolvida nas
igrejas. Mas é a oração, juntamente com a Palavra, que sustenta o crente nos caminhos do
Senhor. O Diabo tem medo do crente que ora sempre, sem desanimar. Ele ri dos
pregadores que falam muito e oram pouco, mas treme ante os homens e mulheres
de oração. Por isso, Tiago afirmou: "Está alguém entre vós aflito?
Ore" (v. 13a).
Experimentando a alegria
1. A alegria do Senhor é a nossa
força. O fiel deve buscar a alegria do Senhor, pois ela é a nossa força (Ne
8.10). Nunca vi um crente realmente alegre no Senhor, desviar-se. Normalmente,
quem se afasta da igreja é crente frio, fraco, triste, abatido. Esse precisa de
ajuda, apoio, e amor.
2. Onde encontrar alegria.
"Na tua presença há abundância de alegrias..." (Sl 16.11). A presença
do Senhor situa-se em qualquer lugar onde houver dois ou três reunidos em Seu
nome (Mt 18.20). Mesmo sozinho, orando em Espírito, o crente sincero entra na
presença do Senhor. A alegria autêntica é encontrada na presença do Senhor.
Ela vem de cima e de dentro do ser. Jesus disse que quem nEle crê, "rios de água viva correção
do seu ventre" (Jo 7.38), ou seja, do seu interior.
3. O crente alegre é bonito. As
pessoas em geral desejam ser bonitas. Isso faz parte da condição natural do
ser humano. E há pessoas que, para ficarem com aspecto agradável, são capazes
de fazer qualquer coisa, lícita ou ilícita. Mas a Bíblia diz que "o
coração alegre aformoseia o rosto..." (Pv 15.13). É uma receita infalível
para a beleza interior e exterior.
4. "O coração alegre serve
de bom remédio" (Pv 17.22). Assim, é muito importante cultivar uma vida
alegre, diante de Deus, diante dos seus servos e diante dos homens. E uma
bênção.
5. O louvor é fundamental. Tiago,
no texto em estudo, diz: "Está alguém contente? Cante louvores" (v.
13). Cantar é um meio extraordinário de louvar a Deus e, assim, alegrar-se em
Sua presença. Diz a Palavra: "Porém tu és Santo, o que habitas entre os
louvores de Israel" (Sl 22.3). É importante observar que um Deus santo só
habita no meio de louvores santos.
6. Deus responde na alegria. Davi
disse: "Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu
coração" (Sl 37.4), Muitas vezes há crentes que não recebem o que pedem,
porque não se alegram no Senhor.
Como agir na enfermidade
1. Chamar os presbíteros da
igreja (v.14). "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da
igreja..." Por que os presbíteros? Como os presbíteros ou bispos do tempo
do apóstolo, os pastores e obreiros de hoje, devem ser chamados a orar pelos
enfermos e ungi-los com azeite, pois para fazer jus a esses nomes, são crentes
idôneos e dedicados à oração.
2. Receber a oração da fé.
"E orem sobre ele..."(v. 14). Os familiares ou irmãos em Cristo,
devem chamar os presbíteros e estes oram Sobre o enfermo. Aqui, sem dúvida,
cabe a prática da imposição das mãos (Mc 16.18b), como gesto ou sinal de fé,
através de mãos abençoadas por Deus, que transmitem virtude. Não é errado
recorrer aos médicos (Mt 9.12). Contudo, é fundamental buscar primeiro a oração
da fé, no nome do Senhor.
3. Receber a unção em nome do
Senhor. "Ungindo-o com azeite em nome do Senhor" (v.l4c). A unção é
prática adotada pelos seguidores de Jesus. Os discípulos a utilizavam (Mc
6.13). "O azeite, sem dúvida, simboliza o Espírito Santo e Seu poder
sanador: a unção com azeite estimula a fé". Contam que duas crianças,
cuja mãe estava muito doente, foram a uma cruzada evangelística. Lá, viram o
pregador ungir com azeite. De volta à sua casa, tomaram azeite de cozinha,
ungiram a mãe e ela se levantou curada. Temos visto muitas pessoas curadas
através desse ato de fé.
4. "A oração da fé salvará o
doente" (v.l5a). Tiago falava para pessoas crentes, salvas em Jesus,,
Salvação, nesse versículo, refere-se à cura propriamente dita. "...e o
Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados"
(v.l5b). Aí, vemos a cura da enfermidade física, e, no caso de ter havido
pecados, o doente seria perdoado, sem dúvida após sua confissão.
"Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros para
que sareis" (v.16). Fechando o texto sobre a oração da fé, Tiago diz que
"a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (v.l6b) e
toma o exemplo de Elias, que, orando, mudou o clima, fazendo vir a seca e,
depois, chuva (vv 17,18). Lembremo-nos de que o Deus de Elias é o nosso Deus!
Diante das aflições, precisamos
ter atitude correta. Em
lugar de murmuração, devemos recorrer à oração. Graças a Deus, que,
pela vida espiritual abundante, Jesus nos concede, alegria plena diante da qual
devemos cantar louvores ao Seu nome. Os doentes têm a oração da fé a seu
dispor, corroborada pela unção com óleo, feita em nome do Senhor. Que Deus nos
ajude a viver de acordo com a Palavra em qualquer circunstância.
Bibliografia
De Lima
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