segunda-feira, 23 de junho de 2014

O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS



O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS

TEXTO ÁUREO – Pv 16.24

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Pv 6.16-19; 15.1-2, 23; 16.21, 24


I - INTRODUÇÃO:

Um dos piores pecados é o da língua; os resultados são tão abaladoramente sérios, que somente devemos citá-los com temor. Quantos filhos de Deus sucumbiriam chorando amargamente, se pudessem ver a amplitude e as consequências dos pecados da língua! Afinal, as palavras tem a leveza do vento e a força da tempestade.

II - O TROPEÇO NA PALAVRA:

É muito difícil alguém não tro­peçar em palavras. Às vezes, dize­mos algo que não gostaríamos que saísse de nossos lábios. Quando per­cebemos, já é tarde. É o que se cha­ma de ato falho, pois revela o que está no interior da pessoa e, muitas vezes, causa sérios problemas a quem diz e a quem ouve. Por isso, precisamos vigiar, santificando a lín­gua, para que não venhamos a tro­peçar por palavras.

Nm 12.1 - O que produz o pecado da língua nos é mostrado, por exemplo, com Miriã e Arão. Qual foi o efeito? Esse falar contra o servo de Deus foi castigado, sendo que Miriã tornou-se leprosa.


Nm 12.15 - Que tragédia! Centenas de milhares de crentes foram detidos em sua marcha para a terra prometida, Canaã, por­que uma mulher tinha pecado com a sua língua.

III - DIFICULDADES EM DOMINARMOS A LÍNGUA:

(1) - Mais duro juízo aos mestres – Tg 3.1 - Tiago aconselha que muitos não de­vem querer ser mestres, pois para estes está reservado "mais duro juízo".

De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, os mes­tres são "os pastores, dirigentes de igreja, missionários, pregadores da Palavra ou qualquer pessoa que en­sine às congregações. O professor precisa compreender que ninguém na igreja tem uma responsabilidade maior do que aqueles que ensinam as Sagradas Escrituras. No juízo, os mestres cristãos serão julgados com mais rigor e mais exigência do que os demais crentes".

(2) - O mestre tem que ser exem­plo - É tarefa difícil ensinar na Igreja do Senhor. As pessoas empolgam-se com os ensinos bem ministrados, fundamentados e ilustrados, mas, depois, olham para a vida do pregador. - Tg 2.12.


(3) - O varão perfeito – Tg 2.2 - O apóstolo diz que "todos tropeçamos em muitas coisas". Ele se incluía en­tre os que falhavam em muitas coisas, acrescentando que "se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo". E isso não é fácil. Contudo, entregando nosso eu ao controle do Espírito Santo, Ele pode refrear nossos impulsos, inclu­sive a compulsão no falar.

(4) - É mais fácil dominar animais e navios - Tg 3.3-4, 8 - Tiago diz que os cavalos e navios são dominados pelo homem e que, "toda a natureza, tan­to de bestas-feras como de aves, tan­to de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana". Enquanto isso, "nenhum homem pode domar a lín­gua" (v.8). Só há uma solução: santificar a língua - Sl 141.3.

IV - OS MALES PROVENIENTES DA LÍNGUA:

(1) - A língua é um fogo – Tg 3.5-6a - Tiago usa essa figura para mostrar que, assim como um pequeno fogo pode incendiar um grande bosque (v.5), "a língua também é um fogo; como mundo de iniquidade", posta entre os nossos membros, "e conta­mina todo o corpo", "inflamada pelo curso do inferno".


Realmente, vemos na vida quotidiana que a língua serve de instrumento para propaga­ção da mentira, das falsas doutrinas, da intriga, da inveja, das agressões verbais, dos impropérios, da fofoca, que tantos males têm causados às igrejas.

(2) - A dubiedade da língua - Tg 3.8c-10 - A língua "está cheia de peço­nha mortal". Por isso, é preciso muito cuidado no falar, pois com a mesma língua com que "ben­dizemos a Deus e Pai", "amaldiçoa­mos os homens, feitos à semelhança de Deus".

Ainda que de uma mesma fonte não possa sair água doce e água amarga (Tg 3.11), ou de uma figuei­ra sair azeitona, ou da videira sair figos (Tg 3.12), infelizmente, da mesma língua podem sair a bênção e a maldição.

Não nos esqueçamos de que um dia cada um dará contas a Deus até das palavras ociosas - Mt 5.37.

V - OS PECADOS COMETIDOS COM A LÍNGUA:

(1) - A calúnia – Pode ser feita atra­vés da mentira, falsidade e invenção contra alguém.

A lei jurídica brasileira prevê pena contra os caluniadores.


É de admirar que em muitas igrejas, quem calunia não sofre qualquer ação disciplinar e, com isso, o mal se avoluma, pois o caluniador é assim estimulado na sua tarefa maligna e destruidora dos valores alheios.

Outros, da mesma índole, têm prazer em relembrar, comentar e espalhar fraquezas, imperfeições e pecados dos outros, servindo-se da língua.

A Bíblia condena a calúnia - Sl 101.5; Êx 20.16; Êx 23.7; Dt 5.20; Pv 19.9.

Hoje, há pessoas que estão desviadas dos caminhos do Senhor, porque foram vítimas de calúnia de algum irmão.

(2) - A difamação - Da mesma for­ma, é crime contra a honra, previsto no Código Penal Brasileiro. É perigoso o tropeço na palavra, falar con­tra a honra de alguém.

Muitas vezes, o obreiro "passa a mão por cima" do difamador para não dá escândalo. Enquanto isso, o difamador ficou normalmente nas atividades da congregação.


(3) - A injúria – Mt 5.22b - Há uma atitude de dois pesos e duas medidas em muitas igrejas, quan­do só são punidos aqueles que adulteram ou roubam, mas ficam totalmente impunes os calunia­dores, injuriadores e difamadores. Alguém responderá por isso no juízo de Deus.

(4) - O boato - Originariamente, boato vem do latim boatu, signifi­cando "mugido ou berro de boi".

Hoje, significa "notícia anônima, que corre publicamente sem con­firmação; balela; rumor, zunzun-zum".

Há um demônio espalhando esse tipo de coisa em muitas igrejas. É o "ouvi dizer...", o "disse-me-disse", sinônimos de mexerico. A Palavra de Deus condena esse tipo de mal uso da língua. Te­nhamos cuidado com esse "mugi­do de boi" do Diabo! – Lv 19.16; Ex 23.1.

(5) - A murmuração - Murmurar significa "dizer em voz baixa; segre­dar; censurar disfarçadamente; conversar, difamando ou desacreditan­do".
Os demônios da murmuração estão soltos no meio de muitas igre­jas. É crente falando contra o pastor e sua família e vice-versa; é obreiro falando contra outro; é esposa de obreiro murmurando contra esse ou aquele crente.
Só quem gosta disso é o Diabo, causando tristeza e dissensões nas igrejas. Devemos ter cuidado, pois Deus ouve as murmurações - Êx 16.7,8; Sl 31.13 cf Fp 2.14.

(6) - As palavras torpes - Ef 4.29 - São palavras chulas ou grosseiras; pornofonias (palavras ou expressões obscenas); pornografias, ou seja: aquilo relativo à prostituição, a coi­sas obscenas, (sejam por revistas, fil­mes, etc.), piadas grosseiras; anedo­tas que ridicularizam as coisas de Deus. Tudo isso leva o crente a tro­peçar na palavra, usando a língua para agradar ao Diabo e entristecer o Espírito Santo.

VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Diante do que temos visto, o crente só pode combater o tropeço na palavra lendo a Palavra de Deus, deixando-se dominar pelo Espírito Santo, vigiando e disciplinando o falar.

Usemos a língua para o bem, pois somos cidadãos dos céus e não devemos descer a linguagem ao nível diabólico. Devemos usar a língua para encorajar outros, louvar a Deus, e levar a mensagem do evangelho aos perdidos. Assim fazendo, dificilmente tropeçaremos em palavras.


FONTES DE CONSULTA:

Oração e Despertamento – Obra Missionária Chamada da Meia-noite – Wim Malgo

Disciplinas do Homem Cristão – CPAD – R. Kent Hughes

Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre de 1999 – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima.

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