O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS
TEXTO ÁUREO – Pv 16.24
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Pv 6.16-19; 15.1-2, 23; 16.21, 24
I -
INTRODUÇÃO:
Um dos
piores pecados é o da língua; os resultados são tão abaladoramente sérios, que
somente devemos citá-los com temor. Quantos
filhos de Deus sucumbiriam chorando amargamente, se pudessem ver a
amplitude e as consequências dos pecados da língua! Afinal, as palavras tem a
leveza do vento e a força da tempestade.
II - O
TROPEÇO NA PALAVRA:
É muito
difícil alguém não tropeçar em palavras. Às vezes, dizemos algo que não
gostaríamos que saísse de nossos lábios. Quando percebemos, já é tarde. É o
que se chama de ato falho, pois revela o que está no interior da pessoa e,
muitas vezes, causa sérios problemas a quem diz e a quem ouve. Por isso,
precisamos vigiar, santificando a língua, para que não venhamos a tropeçar
por palavras.
Nm 12.1 -
O que produz o pecado da língua nos é mostrado, por exemplo, com Miriã e Arão.
Qual foi o efeito? Esse falar contra o servo de Deus foi castigado, sendo que
Miriã tornou-se leprosa.
Nm 12.15
- Que tragédia! Centenas de milhares de crentes foram detidos em sua marcha
para a terra prometida, Canaã, porque uma mulher tinha pecado com a sua
língua.
III -
DIFICULDADES EM DOMINARMOS A LÍNGUA:
(1) - Mais duro juízo aos mestres – Tg 3.1 - Tiago
aconselha que muitos não devem querer ser mestres, pois para estes está
reservado "mais duro juízo".
De acordo
com a Bíblia de Estudo Pentecostal, os mestres são "os pastores,
dirigentes de igreja, missionários, pregadores da Palavra ou qualquer pessoa
que ensine às congregações. O professor precisa compreender que ninguém na
igreja tem uma responsabilidade maior do que aqueles que ensinam as Sagradas
Escrituras. No juízo, os mestres cristãos serão julgados com mais rigor e mais
exigência do que os demais crentes".
(2) - O mestre tem que ser exemplo - É tarefa difícil ensinar na
Igreja do Senhor. As pessoas empolgam-se com os ensinos bem ministrados,
fundamentados e ilustrados, mas, depois, olham para a vida do pregador. - Tg
2.12.
(3) - O varão perfeito – Tg 2.2 - O
apóstolo diz que "todos tropeçamos em muitas coisas". Ele se incluía
entre os que falhavam em muitas coisas, acrescentando que "se alguém não
tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo
o corpo". E isso não é fácil. Contudo, entregando nosso eu ao controle do
Espírito Santo, Ele pode refrear nossos impulsos, inclusive a compulsão no
falar.
(4) - É mais fácil dominar animais e navios -
Tg 3.3-4, 8 - Tiago
diz que os cavalos e navios são dominados pelo homem e que, "toda a
natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de
animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana". Enquanto
isso, "nenhum homem pode domar a língua" (v.8). Só há uma solução:
santificar a língua - Sl 141.3.
IV - OS
MALES PROVENIENTES DA LÍNGUA:
(1) - A língua é um fogo – Tg 3.5-6a - Tiago usa
essa figura para mostrar que, assim como um pequeno fogo pode incendiar um
grande bosque (v.5), "a língua também é um fogo; como mundo de
iniquidade", posta entre os nossos membros, "e contamina todo o
corpo", "inflamada pelo curso do inferno".
Realmente,
vemos na vida quotidiana que a língua serve de instrumento para propagação da
mentira, das falsas doutrinas, da intriga, da inveja, das agressões verbais,
dos impropérios, da fofoca, que tantos males têm causados às igrejas.
(2) - A dubiedade da língua - Tg
3.8c-10 - A língua "está cheia de peçonha mortal". Por isso, é
preciso muito cuidado no falar, pois com a mesma língua com que "bendizemos
a Deus e Pai", "amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de
Deus".
Ainda que
de uma mesma fonte não possa sair água doce e água amarga (Tg 3.11), ou de uma
figueira sair azeitona, ou da videira sair figos (Tg 3.12), infelizmente, da
mesma língua podem sair a bênção e a maldição.
Não nos
esqueçamos de que um dia cada um dará contas a Deus até das palavras ociosas -
Mt 5.37.
V - OS
PECADOS COMETIDOS COM A LÍNGUA:
(1) - A calúnia – Pode ser feita através da
mentira, falsidade e invenção contra alguém.
A lei
jurídica brasileira prevê pena contra os caluniadores.
É de
admirar que em muitas igrejas, quem calunia não sofre qualquer ação disciplinar
e, com isso, o mal se avoluma, pois o caluniador é assim estimulado na sua
tarefa maligna e destruidora dos valores alheios.
Outros,
da mesma índole, têm prazer em relembrar, comentar e espalhar fraquezas,
imperfeições e pecados dos outros, servindo-se da língua.
A Bíblia
condena a calúnia - Sl 101.5; Êx 20.16; Êx 23.7; Dt 5.20; Pv 19.9.
Hoje, há
pessoas que estão desviadas dos caminhos do Senhor, porque foram vítimas de
calúnia de algum irmão.
(2) - A difamação - Da mesma
forma, é crime contra a honra, previsto no Código Penal Brasileiro. É perigoso
o tropeço na palavra, falar contra a honra de alguém.
Muitas
vezes, o obreiro "passa a mão por cima" do difamador para não dá
escândalo. Enquanto isso, o difamador ficou normalmente nas atividades da
congregação.
(3) - A injúria – Mt 5.22b - Há uma atitude
de dois pesos e duas medidas em muitas igrejas, quando só são punidos aqueles
que adulteram ou roubam, mas ficam totalmente impunes os caluniadores,
injuriadores e difamadores. Alguém responderá por isso no juízo de Deus.
(4) - O
boato - Originariamente, boato vem do latim boatu, significando
"mugido ou berro de boi".
Hoje,
significa "notícia anônima, que corre publicamente sem confirmação;
balela; rumor, zunzun-zum".
Há um
demônio espalhando esse tipo de coisa em muitas igrejas. É o "ouvi dizer...",
o "disse-me-disse", sinônimos de mexerico. A Palavra de Deus condena
esse tipo de mal uso da língua. Tenhamos cuidado com esse "mugido de
boi" do Diabo! – Lv 19.16; Ex 23.1.
(5) - A murmuração - Murmurar
significa "dizer em voz baixa; segredar; censurar disfarçadamente;
conversar, difamando ou desacreditando".
Os
demônios da murmuração estão soltos no meio de muitas igrejas. É crente
falando contra o pastor e sua família e vice-versa; é obreiro falando contra
outro; é esposa de obreiro murmurando contra esse ou aquele crente.
Só quem
gosta disso é o Diabo, causando tristeza e dissensões nas igrejas. Devemos ter
cuidado, pois Deus ouve as murmurações - Êx 16.7,8; Sl 31.13 cf Fp 2.14.
(6) - As
palavras torpes - Ef 4.29 - São palavras chulas ou grosseiras; pornofonias
(palavras ou expressões obscenas); pornografias, ou seja: aquilo relativo à
prostituição, a coisas obscenas, (sejam por revistas, filmes, etc.), piadas
grosseiras; anedotas que ridicularizam as coisas de Deus. Tudo isso leva o
crente a tropeçar na palavra, usando a língua para agradar ao Diabo e
entristecer o Espírito Santo.
VI –
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Diante do
que temos visto, o crente só pode combater o tropeço na palavra lendo a Palavra
de Deus, deixando-se dominar pelo Espírito Santo, vigiando e disciplinando o
falar.
Usemos a
língua para o bem, pois somos cidadãos dos céus e não devemos descer a
linguagem ao nível diabólico. Devemos usar a língua para encorajar outros,
louvar a Deus, e levar a mensagem do evangelho aos perdidos. Assim fazendo,
dificilmente tropeçaremos em palavras.
FONTES DE CONSULTA:
Oração e Despertamento – Obra Missionária Chamada
da Meia-noite – Wim Malgo
Disciplinas do Homem Cristão – CPAD – R. Kent
Hughes
Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre de 1999 –
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima.
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