O PERIGO DA TOLERÂNCIA
Apocalipse 2.18-29
Se
há uma palavra que descreva com perfeição o presente século é esta: tolerância.
E, neste santuário, infelizmente, estamos adorando. Atualmente não há
absolutos. Aliás, o único absoluto é que não há absolutos. Toleramos tudo,
exceto a intolerância. Segundo Webster, tolerância é divergência admissível de
um padrão; é simpatia por crenças ou práticas divergentes ou conflitivas entre
si.
O
pesquisador George Gallup revela que 67% dos americanos, hoje, crêem não existir
verdade absoluta. Noutras palavras, o certo e o errado variam de situação para
situação. O que é errado para mim pode ser certo para você. Traduzindo: se o
homossexualismo é certo para você, está ótimo. Caso contrário também está
ótimo. Se você se sentir bem, faça-o. Mas as conseqüências desta postura são
terríveis.
O
jornal Newsweek publicou em 7 de dezembro de 1992 um artigo intitulado “O que é
família tradicional?”. A matéria referia- se a valores tradicionais como “mito
que nunca existiu na vida americana”. Ou seja: estamos reescrevendo a história
de maneira politicamente correta. Na mesma edição, o jornal americano trazia
outro artigo que, sob o título, “Perdendo nossa compostura moral”,
Afirmava
que a América nunca teve um consenso moral: “Não há tradição judaico-cristã.
Isto é um mito favorecido por aqueles que não acreditam em si mesmos”.
Existe
no mundo, hoje, uma crença, a cada dia mais emergente, de que não há verdade
absoluta. Não existe padrão para o certo e o errado. E o resultado é a tolerância
a toda e qualquer crença em nossa cultura. Francis Schaeffer descreveu com
propriedade a mente moderna: “O homem moderno tem os pés firmemente plantados
no ar”. Já Charles Calson declarou: “Nosso senso moral tem sido permanentemente
neutralizado. Sofremos uma lobotomia moral”. O pecado que costumava esquivar-se
pelos becos, agora anda empertigado pela rua principal. Como na antiga Israel,
transformamo-nos num povo que já não sabe envergonhar-se. Nada nos choca.
Tragicamente, ficamos insensíveis ao pecado.
A
chama de nossa consciência está quase se apagando. Todos os comportamentos,
quer normais, quer imorais, são agora admitidos. Em nome da tolerância, abrimos
as comportas a todos os tipos de iniqüidade. Nos Estados Unidos, por exemplo, o
presidente Bili Clinton removeu as restrições, permitindo o ingresso de
homossexuais no exército. Tudo o que queremos é a tolerância. Estamos prontos a
sacrificar a virtude no altar da tolerância. Se continuarmos a rejeitar os
valores absolutos, a moral e os bons costumes simplesmente desaparecerão. A
Bíblia, a penetrante espada de dois fios, está sendo substituída por um
relativismo diabólico.
Como
igreja, estamos começando a sentir o nó do mundo a nos apertar. Se não formos
cuidadosos, seremos sufocados até a morte pelo consenso público. Paulo adverte:
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do
vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).
Este
foi o aperto que Tiatira sentiu - deixar de ser intolerante numa sociedade
tolerante. Infelizmente, o mundo influenciava a congregação mais que eles ao
mundo. Criam, ingenuamente, que poderiam viver como o mundo, e ainda ser
igreja. Jesus adverte a esta igreja energicamente. Declara-lhe que não tolera o
que ela tolera.
Nessa
congregação, havia uma mulher, Jezabel, adornada para matar. Era o demônio
vestido de azul. Não é diferente hoje. A igreja ainda enfrenta demônios que se
vestem de azul para seduzi-la. Quanto mais demoníaca torna-se a cultura
ocidental, mais sentimos a pressão do mundo. Tudo para que seja adotada sua
politicamente correta agenda da tolerância. Todavia, o padrão de Deus jamais
mudará. “Seca-se a erva e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste
eternamente” (Is 40.8).
Vejamos, a seguir, a carta que Jesus
enviou a Tiatira.
O Cenário
Tiatira
era a menor cidade da Ásia Menor. Localizava-se a 30 milhas a sudoeste de
Pérgamo. Era um pequeno centro industrial estabelecido na estrada principal
entre Pérgamo e Laodicéia. Cidade afastada, obscura e sem importância. Tiatira
era operária; tinha numerosas associações comerciais. Carpinteiros,
tintureiros, comerciantes, fabricantes de tecidos e outros profissionais
organizaram, aqui, suas associações fraternais, parecidas com nossos
sindicatos. Era praticamente impossível viver em Tiatira sem pertencer a uma
dessas organizações.
Cada
associação tinha seu próprio deus. Após o expediente, seus membros participavam
dos festivais patrocinados pelas respectivas associações. Tais celebrações
incluíam banquetes oferecidos aos ídolos e orgias sexuais. Ao contrário das
outras cidades, Tiatira não era centro de qualquer adoração. Ela não tinha
grandes templos pagãos, embora tivesse como guardião a Apoio, o filho de Zeus. Quanto
a adoração ao imperador, não constituía grande ameaça.
Tiatira
era uma sentinela, ou seja: um posto militar. Fora fundada para interceptar
qualquer exército que se aproximasse de Pérgamo. Esta era Tiatira: pequena,
operária, rude e ordinária. Neste cenário, achava-se a Igreja de Cristo. Deus
escolhe tais locais, com freqüência, para que o seu plano seja devidamente
cumprido.
O Remetente
Nesta
carta, Jesus identifica-se de maneira proposital para atrair a atenção de Tiatira:
Ao
anjo da igreja de Tiatira escreve. Isto diz o Filho de Deus,que tem seus olhos
como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente (Ap 2.18).
Divindade Absoluta
O
Senhor Jesus identifica-se como o Filho de Deus. Este título declara-lhe a
deidade absoluta. Ele é coigual e coeterno com Deus, o Pai. Como Filho, seu
relacionamento especial com o Pai estabelece a autoridade de seus julgamentos.
Cristo foi constituído a executar o propósito de Deus no mundo, mas
especialmente na Igreja.
Penetrante Olhar
Ele
tem olhos como chama de fogo. Com olhar onisciente, vê os locais mais secretos
do coração. Encontra e sonda nosso homem interior; penetra nosso ser e
desmascara qualquer fingimento. Descobre nossas pretensões.
Jesus
vê o que ninguém pode ver. Julga a essência de nossas atitudes. Avalia nossas
motivações. Ele pesa as ambições, e observa os pensamentos secretos. Tudo se
acha descoberto diante dEle. Nada está oculto a seus olhos. Este divino olhar é
como a chama de fogo; a tudo devassa; consome a tudo o que toca. Todas as
coisas na igreja estão expostas diante dEle.
Julgamento Purificador
Ele,
Jesus tem os pés semelhantes ao latão reluzente. Com pés flamejantes, permanece
firme, julga a igreja,aniquila e esmaga todo o pecado. Seus veredictos não
podem ser sobrepostos. Por que Jesus se revela desta forma?
Porque
Tiatira tomara-se tolerante com o pecado. É com esta igreja que Cristo mais
reafirma sua autoridade: não tolerará o casamento de seu povo com o mundo. Ele
é o Juiz. Se a igreja tolera o pecado, há de entender também que, além de Bom
Pastor, é também Juiz. Esta carta é um sério alerta a igreja que flerte com o
mundo.
As Forças de Tiatira
Jesus,
agora, elogia Tiatira. Há claras virtudes pelas quais a parabeniza:
Eu conheço as tuas obras, e a tua
caridade, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas
obras são mais do que as primeiras
(Ap 2.19).
Esta
igreja tinha muito amor, fé, assistência e perseverança. Virtudes estas que,
hoje, são apenas poesia. Sua fé produzia perseverança.
Amor e Assistência
Dentre
as sete igrejas, esta é a única destacada por seu amor. Se em Efeso o amor a
Cristo declinava, em Tiatira aumentava. Ela tinha um profundo amor pelo Filho
de Deus. Em tempos de indiferença, sua devoção crescia gradativamente. O amor a
Jesus está em primeiro lugar nesta igreja. Era a força motora de seus membros.
Há
muitos anos, Thomas K. Bucher foi substituído por seu famoso irmão, Henry Ward
Bucher, na igreja de Plymouth, em Nova Iorque. E muitos curiosos vieram ouvir o
renomado Henry. Mas, contrariando as expectativas, foi Thomas quem subiu ao
púlpito. Percebendo o desapontamento do auditório, Thomas levantou as mãos,
pedindo silêncio: “Todos os que vieram adorar Henry Ward Bucher podem se
retirar. Os que vieram adorar a Deus, permaneçam”.
A
igreja precisa centralizar seu amor em Cristo, e não no homem. Foi por isto que
Jesus parabenizou a igreja de Tiatira. Ela o amava com santa paixão. Sua
adoração era ardente. Seu amor, produtivo.
Por
conseguinte, se amarmos a Deus, serviremos ao próximo. Aqueles crentes eram
constantemente procurados para suprir as necessidades dos outros.
D.
L. Moody certa vez disse: “O homem não é avaliado pelo número de servos que
possui, e sim pelo número de servos a quem serve”. Tiatira, pois, era grande em
estatura, pois grande era a sua assistência.
Certo
homem de negócios perguntou a Lorne Sanny, então presidente da Navigators, como
sabia o momento em que deveria agir como servo. Esta foi a resposta: “Pela
maneira que você age ao ser tratado como tal”. Você é um servo? Em que contexto
ministerial conscientemente serve? A quem serve com sacrifício? Como age ao ser
tratado como servo?
Fé e Perseverança
A
virtude da fé também marcava Tiatira. Seus membros eram guiados por Deus.
Contavam com Ele para suprir-lhes as necessidades. Empenhavam-se em servir a
Cristo. Martinho Lutero declarou: “Fé é uma existência de ousada confiança na
graça de Deus. Tão certa que, nela, o homem poderia apostar toda a sua vida
milhares de vezes”.
A
fé dessa igreja produziu perseverança (hupomone, no grego): confiança
inabalável que nos sustenta quando estamos sob grande estresse e intensa
pressão. Ela mantinha-se, por isto, confiante e motivada para completar a
tarefa para a qual fora chamada. Fé e trabalho são tão misteriosos quanto o sol
e a sua luz. A fé é o sol; as boas obras, seus raios.
Seu
amor, assistência, fé e perseverança aumentavam continuamente: “As tuas últimas
obras são mais do que as primeiras”. Esta igreja crescia em cada uma destas
áreas. Então, o que poderia estar errado com este rebanho? O amor não é tudo de
que precisamos?
A Falha de Tiatira
Oliver
Cromwell ao posar para o retrato oficial, instruiu o artista a que o pintasse
tal como o via. Ele não queria benevolências. Até suas verrugas deveriam
aparecer. Assim Jesus retrata a sua Igreja. Não esconde desta nenhum pecado;
todas as suas falhas são registradas.
Tenho contra ti que toleras Jezabel, a
mulher que se diz profetiza, ensina e engana os meus servos, para que se
prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. E dei-lhe tempo para que se
arrependesse de sua prostituição, e não se arrependeu (Ap
2.20,21).
Jesus
denuncia: “Mas tenho contra ti”. Ele a culpa por tolerar a Jezabel. Ou seja: o
falso ensinamento estava sendo tolerado nessa igreja. Tiatira possuía amor, mas
não a sã doutrina. Com Efeso dava-se o contrário: tinha sã doutrina, mas amor,
não. Esta polarização precisa ser evitada. Não pode haver mentes cheias e
corações vazios, nem corações cheios e mentes vazias. Qualquer polarização é
mortal. Temperança é a chave. Deus exige amor e sã doutrina. Precisamos seguir
a verdade em caridade (Ef 4.15).
Doutrina
e amor são como os dois ingredientes químicos do sal. Curiosamente, este é
composto por dois venenos: sódio e cloreto. Se um ou outro for ingerido, separadamente,
causa a morte.
Mas
combinados, obtém-se o cloreto de sódio: o sal de cozinha. Dá sabor aos
alimentos e saúde e vida aos nossos corpos. De igual modo dá-se com as coisas
espirituais: doutrina e amor precisam estar inseparavelmente ligados. Isolados,
levam a um perigoso desequilíbrio. Mas combinados, fornecem saúde ao corpo de
Cristo. A igreja em Tiatira já havia perdido o equilíbrio. Tinha todo o amor,
porém nenhuma doutrina. O resultado era devastador.
A
perda da sã doutrina fez dessa igreja uma presa fácil aos falsos ensinos de uma
mulher que Jesus chama de Jezabel. Duvido que o verdadeiro nome dessa mulher
fosse esse. Pois Jezabel foi a mulher mais demoníaca no Antigo Testamento. E
inconcebível que alguma mãe colocasse tal nome em sua filha. E como colocar o
nome de Judas no filho. Tenho três filhos - Andrew, James e John. Mas Judas,
não. De qualquer maneira, havia uma Jezabel na igreja. Era proeminente e
influente; controlava a vida da igreja. Era o poder demoníaco por trás do
púlpito.
Cristo
sempre dá nomes que refletem o caráter das pessoas. Assim o fez com Simão,
chamando-o de Pedro. E, aqui, age de igual forma em relação a esta mulher,
chamando-a de Jezabel. Para que possamos entender o pecado desta, precisamos
entender a Jezabel do Antigo Testamento. Filha do rei de Sidon, cujo padroeiro
era Baal. O louvor a Baal, o deus pagão da fertilidade, incluía as mais
grotescas imoralidades. Os templos de Baal eram repletos de prostitutos e
prostitutas.
Jezabel
casou-se com Acabe, rei de Israel. Ao mudar-se ela para Samaria, levou consigo
a seu deus. Em Israel, sustentava ela a 850 falsos profetas de Baal. Era o
poder demoníaco por trás do trono. Embora Acabe fosse o rei, era Jezabel quem
governava o
Acabe
sabia como angariar o apoio dos políticos; era porém demoníaco; o mais
demoníaco dos reis de Israel. Quanto a rainha, já havia matado a Nabote. Além
disso, era a promotora da pornografia e da imoralidade por todo o país. Não
satisfeita, buscou assassinar ao profeta Elias para vingar a morte dos 450
profetas de Baal.
Este
demônio era quem mandava na família. Era o poder sinistro por trás do cetro de
Acabe. Implacável. Impia. Calculista. Astuta. Poderosamente má. Sedutora.
Enquanto Acabe era o testa de ferro, era ela a cabeça soberana. Precisamos ser
cautelosos com relação a quem elegemos. Por trás de um sorriso politicamente
correto, pode estar um demônio.
Mas voltemos a Tiatira.
O
marido de Jezabel era um presbítero ou diácono, ou ainda, um proeminente homem
de negócios. De qualquer forma, era ela quem dirigia a igreja. Como agente do
poder, puxava as cordas nos bastidores. Usando sua influência como profetisa,
desviava a muitos. Ela levava os incautos a se prostituirem e a comerem os
sacrifícios da idolatria.
Sarcasticamente,
Jesus diz que ela se autodenominava profetisa. Ela mesma se intitulara
porta-voz de Deus. Mas nem todo aquele que declara falar sobre Deus, fala por
Deus. Através de seus ensinamentos, Jezabel encorajava a seus seguidores a
abraçar a imoralidade e a idolatria.
Em
Tiatira, os homens trabalhavam de dia e divertiam-se à noite. William Barclay
escreve: “Estes sindicatos reuniam-se com freqüência para uma refeição comum.
Tal refeição era, pelo menos em parte, uma cerimônia religiosa.
Era
realizada provavelmente em templos pagãos. Tinha início com libação aos deuses.
O próprio alimento era oferecido aos ídolos. A posição oficial da igreja era de
que um cristão não poderia participar de tais refeições”.
Os
trabalhadores cristãos eram colocados, por isto, numa situação muito difícil.
Por um lado, não podiam participar de tais reuniões; por outro, devido às
pressões econômicas, não conseguiriam trabalho caso não tomassem parte em tais
eventos. Alguns cristãos cediam, achando tudo isto lícito já que tinham de
sustentar suas famílias. Dos males o menor, pensavam.
Quanto
a Jezabel, induzia os crentes a participar de tais associações. Seu ensinamento
era: “O ídolo não é nada. Vá em frente, e participe do sindicato. Tomar parte
numa refeição sacrificada não vai prejudicá-lo. Deus há de ser complacente”.
Noutras
palavras: negócios são negócios: “Esta é uma grande oportunidade para que
pontes sejam construídas entre a igreja e o mundo. Se vocês participarem de
suas festas, eles também visitarão a sua igreja”. O que esta falsa profetisa
fazia era ensinar aos crentes as profundas do inferno. Infelizmente muitos
acreditaram em suas palavras.
O
ultimato de Cristo era mais que urgente: “E dei-lhe tempo para que se
arrependesse” (v. 21). Esta advertência, provavelmente, fora feita pelo próprio
João, pastor responsável pelas igrejas da Asia.
Ela,
contudo, não quis arrepender-se. Gostava de seu pecado; era o demônio
travestido de anjo. Com o seu poder, drena a igreja. Tais mulheres
desencaminham não apenas o rebanho de Cristo como a própria nação; são uma
grande ameaça.
O Sofrimento
Pecado
não confessado causa sofrimento. Na lei no universo moral de Deus, sempre
colhemos o que semeamos. Se pecado, certamente colheremos sofrimento. Esta é a
lei dos céus. Eis o que o Senhor reserva a Jezabel:
Eis que a porei numa cama, e sobre os
que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas
obras. E feri rei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou
aquele que sonda os rins e os corações. E darei a cada um de vós segundo as
vossas obras (Ap 2.22,23).
Estava
Jezabel conduzindo seus negócios na cama. Na igreja, havia um grupo que
adulterava com ela continuamente. Por isso Jesus é categórico: “Eis que eu a
porei numa cama”. Seria punida exatamente no local de seus pecados. Qual seria
sua enfermidade? Uma moléstia fatal. Numa determinada versão, lemos: “Ferirei
seus filhos com pestilência”. A palavra pestilência significa enfermidade ou
germes.
Jesus
é claro: “Se insistirem em suas perversidades sexuais, eu os colocarei de cama
com enfermidades e germes”. Esta é uma clara referência às doenças sexualmente
transmissíveis. Gonorréia e sífilis eram comuns no mundo antigo. O homem colhe
aquilo que planta. Um dia a promiscuidade sexual tem sua conseqüência. Todo
pontapé tem o seu troco. Salomão pondera: “Tomará alguém fogo no seu seio sem
que os seus vestidos se queimem?” (Pv 6.27). Brinque com fogo, e você se
queimará!
Seria
a AIDS o julgamento de Deus sobre a sociedade hodierna? Creio que sim. Pois
Jesus prometeu colocar os seguidores de Jezabel em grande tribulação. Os que
absorvem seus ensinamentos não deixam de colher suas conseqüências.
O
mundo não pode invadir a igreja. Ela precisa ser a noiva pura e santa. E
virgem. Temos de ser totalmente santos, pois a advertência de Cristo continua a
vigorar: “Eu ferirei de morte a seus filhos”. Mas, mataria Deus um crente?
Levaria à morte um de seus próprios filhos? De acordo com a Bíblia, sim.
Chega
o momento em que não resta outra alternativa a Deus senão tirar a vida dum
cristão, por ter ido este muito longe em seu pecado. Afinal, “há pecado para a
morte” (1 Jo 5.16; cf. 1 Co 11.29,30). Por que tal medida? Para que todas as
igrejas conheçam ser Ele o que esquadrinha as mentes e os corações. Exercita sua
disciplina para que todos saibam que santidade é coisa séria. A situação em
Tiatira estava tão ruim, que tinha de ser tratada com severidade. Noutras
palavras, Jesus dizia: “Disciplinarei Tiatira para que Efeso veja o exemplo;
para que Esmirna não esqueça; para que nenhuma igreja venha a cometer
semelhante erro”.
Recentemente,
estava no MacDonald’s lendo um livro, e trabalhando num sermão. Não sei por
que, mas sempre que estudo num lugar público sou atraído para um problema. Uma
senhora, com cinco pequenas crianças, sentou-se numa mesa próxima à minha. As
crianças estavam relativamente calmas, comendo seus sanduíches e devorando suas
batatas fritas. Mas, subitamente, uma delas pegou o catchup, e começou a atirar
o molho nos irmãos. Voava catchup para todos os lados!
Em
defesa própria, levantei-me e fui para o outro lado da mesa. Quanto à mãe,
gentilmente cochichou com o seu pequeno terrorista: “Não querido, pare com
isto!”Suas palavras apenas o incitavam. Ele pegou mais catchup, e aumentou a
guerra. Agora, o molho era atirado em todas as direções. Já irritados, seus
irmãos estavam prontos a revidar. E a mãe? Limitou-se a repetir: “Agora, pare
querido, por favor”. Nenhuma resposta. O garoto continuou a atirar. Os outros
logo estavam em guerra.
Eu
queria colocar-me em pé, e gritar: “Ouça, filho, pare com isso!” Mas não o fiz.
Continuei na defensiva. Com o desenrolar da história, algo ficava bem patente.
Como a mãe limitava-se a falar, mas não disciplinava, mais aquelas crianças
passavam dos limites. Agora, as cinco atiravam batatas fritas umas nas outras.
Tinha
eu vontade de dizer: “Mãe, você não entende? Se não disciplinar um, terá os
cinco passando dos limites. Se tivesse disciplinado o primeiro, os outros
quatro jamais teriam se envolvido. A disciplina de um manteria os outros na linha.
É
exatamente isto o que Jesus diz aqui: “Disciplinarei Tiatira, para que as
outras igrejas se corrijam. Não posso deixar seu pecado incorrigido. Se for
preciso punir com a morte, fá-lo-ei, para que o espírito da disciplina seja
mantido”. Há muitos adultos imaturos espiritualmente. Eles precisam ser
disciplinados, porque as guerras de comida nas igrejas, hoje, estão aumentando.
E isto tem induzido ao erro até crentes sadios. Deus é sério quanto a
santidade. Cada um de nós precisa examinar o seu coração.
Mimamos
e toleramos freqüentemente nossos pequenos peca- dos. Todavia, precisamos lidar
com eles de maneira enérgica. Esta é a recomendação de Cristo: “Se o teu olho
direito te escandalizar, arranca-o... E, se tua mão direita te escandalizar,
corta-a” (Mt 5.29,30). Este é um sério alerta à santidade pessoal.
A Solução
Jesus
agora fala aos que não se envolveram com esta demoníaca profetisa. Nas igrejas
compromissadas com o mundo, há sempre um remanescente fiel. Este era o caso em
Tiatira. Eis aqui o conselho de nosso Senhor aos fiéis:
Mas eis vos digo a vós, e aos restantes
que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram,
como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei (Ap 2.24).
Jezabel
dizia que seus ensinos eram profundezas de Deus. Ou noutras palavras:
mistérios. Mas, sarcasticamente, Jesus denomina-o profundezas de Satanás.
Segundo ela ensinava, o crente só conseguir resistir ao pecado se primeiro o
experimentasse. Parece familiar? Não foi esta a tentação de Eva? Veio-lhe
Satanás em forma de serpente e lhe sussurrou: “Ouça, você precisa comer da
árvore do conhecimento do bem e do mal. Se comer dela, seus olhos se abrirão, e
você será como Deus. Você tem de experimentar o pecado para poder resisti-lo”.
O
conselho de Deus é: “Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem” (Rm 12.9). Faça uma
pós-graduação em vontade e determinação, e aborreça o mal. Infelizmente, as
escolas e o governo insistem em que eduquemos nossas crianças, tenras ainda, em
certos peca- dos sexuais. A educação sexual, quando bem orientada, é
necessária. Mas não no jardim de infância. Nessa faixa etária, nossas crianças
necessitam ser inocentes quanto ao mal; precisam ser resguardadas.
Jesus
não colocará outra carga sobre os remanescentes. Que carga seria esta? Não
importa. Enquanto isto, “retende o que tendes. Mantende a virgindade,
fidelidade, integridade e verdade. Não vos deixeis dominar por Jezabel. Sede
firmes! Não deixeis o que é certo! Fugi do pecado”.
A Promessa
O
Senhor Jesus conclui esta carta com uma palavra de conforto mui necessária. E a
promessa àqueles que vencerem à influência sedutora de Jezabel.
E ao que vencer, e guardar até ao fim
as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as
regerá, e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai.
E dar-lhe-ei a estrela da manhã
(Ap 2.26-28).
Autoridade Privilegiada
Jesus
promete dar, aos vencedores, autoridade sobre as nações. Nesta promessa, cita
Salmos 2.8,9. Este salmo messiânico volta-se à segunda vinda de Cristo para
destruir os inimigos de Deus. Quando o Senhor retornar, estabelecerá aqui o seu
reino. Naquele dia, governaremos e reinaremos com Ele. Também participaremos de
sua vinda para julgar a terra.
Muitas
igrejas fazem, anualmente, conferências missionárias, promovendo cruzadas e
avanços por todo o mundo. Nestes encontros é comum ouvir-se este verso:
“Pede-me, e eu te darei as nações por herança” (Sl 2.8).
Citado
neste contexto, temos uma flagrante má interpretação das Escrituras. Pois esse
salmo refere- se à natureza da herança do julgamento. E será Jesus Cristo, o
herdeiro, quem executará tal juízo: “Tu os esmigalharás com vara de ferro; tu
os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl 2.9).
Naquele
dia, Cristo governará as nações incrédulas com vara de ferro. Esmagá-la-ás como
o oleiro quebra o vaso endurecido. Os vasos secos, cozidos e endurecidos são
frágeis. Quando atingidos, mesmo por um simples golpe, quebram-se em centenas
de pedaços. Isto mostra a derrota dos inimigos de Deus na volta de Cristo. Com
cetro de ferro, Jesus reduzirá os pecadores a pequenos cacos. Os perdedores
serão severamente destruídos. R.C. Sproui acentua: “O homem maduro aposta que
pode viver como deseja, e que não há julgamento. Esta, meu amigo, é uma má aposta!”
Mas
ao vencedor, é prometido o privilégio de governar a terra e julgar as nações
com Cristo.
Acesso Prometido
Cristo
promete dar aos crentes a estrela da manhã. Você sabe quem é a Estrela da
manhã? O próprio Jesus Cristo. Ele mesmo o diz: “Eu sou... a resplandecente
estrela da manhã” (Ap 22.16). Ela aparece no momento mais escuro da noite. E
mais brilhante de toda a constelação.
Assim
será a volta de Cristo. Ele virá como a resplandescente estrela da manhã para
buscar sua igreja. A história aproxima-se de seus piores momentos. Levantemos,
pois, nossas cabeças, e olhemos para Jesus. Aguardemos a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo
(Tt 2.13).
O Alerta
Finalmente
Jesus diz:
Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito
diz às igrejas (Ap 2.29).
Precisamos
prestar muita atenção ao que Jesus diz. Ouvir e não obedecer é não ouvir por
completo. O que o Espírito diz nesta carta? Que não podemos tolerar o pecado na
igreja ou em nossas vidas. Temos de lidar com ele de maneira severa. Cristo
precisa visitar muitas de nossas igrejas. Precisa visitar e avivar os cultos,
especialmente onde os líderes toleram a iniqüidade. Há muitas jezabéis em nosso
meio. Se Deus é absolutamente intolerante com o pecado, sejamo-lo também! Se a
igreja não for pura, nada terá a dizer ao mundo.
E
a sua igreja?
E
você?
Tem
tolerado o pecado em sua vida? Empreendamos uma guerra santa contra o pecado.
Se não o fizermos, Cristo o fará. E que a purificação comece em mim.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro:-
Alerta Final – Steven J. Lawson
Nenhum comentário:
Postar um comentário